Carmen Lapacó
Carmen Aguiar Lapacó (Buenos Aires, 1925 – Grande Buenos Aires, Argentina, 13 de dezembro de 2017)[1] foi uma ativista dos direitos humanos da Argentina e integrante da organização Madres de Plaza de Mayo Línea Fundadora.[2] Carmen foi uma das fundadoras do Centro de Estudios Legales y Sociales e fazia parte do Conselho de Administração da instituição.[3][4] A biblioteca da organização leva o nome de Carmen.[5]
Carmen Lapacó Carmen Aguiar de Lapacó | |
---|---|
Nascimento | 1925 Buenos Aires, Argentina |
Morte | 13 de dezembro de 2017 Buenos Aires, Argentina |
Nacionalidade | argentino |
Ocupação | Ativista dos direitos humanos |
Em 16 de março de 1977, Lapacó foi sequestrada juntamente com sua mãe, sua filha Alejandra, de 19 anos, seu sobrinho Alejandro Aguiar e Marcelo Butti Arana, noivo de sua filha. Questionada acerca do ocorrido, Carmen disse que "aqueles três dias eram o inferno e o pior de tudo era ver minha filha torturada. Mãe e filha permaneceram detidas no centro de detenção clandestino El Atlético[6] e, três dias depois, foi liberada.[7] Em 2012, foi declara a Personalidad Destacada de los Derechos Humanos (Personalidade em Destaque dos Direitos Humanos) pela Legislatura da Cidade de Buenos Aires, devido à iniciativa da deputada María Elena Naddeo da Frente Progressista Popular.[8]
Sequestro
editarDurante a incidência de terrorismo na Argentina, em 16 de março de 1997, as Fuerzas Conjuntas invadiram a casa de Lapacó e a sequestraram junto com seu sobrinho, Alejandro Aguiar; sua filha, Alejandra Lapacó; e o noivo de sua filha, Marcelo Butti Arana. Todos foram transferidos para o centro de detenção El Atlético, onde sofreram tortura física e tortura psicológica.[9][10] Três dias depois, em 19 de março, os sequestradores liberaram Carmen e seu sobrinho numa rua com os olhos vendados.[11]
Justiça pela filha
editarApós o retorno da democracia, no ano de 1983, o presidente Raúl Alfonsín emitiu o Decreto 158/83, responsável pela iniciação de ações legais contra os responsáveis pelo terrorismo no país. Assim, a queixa sobre o sequestro, privação ilegítima de liberdade e tormento de Alejandra Lapacó, fazia parte do caso de número 450, no qual os eventos ocorridos no El Atlético foram investigados. No entanto, em 1987, Raúl criou a Lei de Obediência Devida, dispensando militares que não haviam sido processados nesse caso. Os sequestradores anteriormente processados receberam benefício do perdão presidencial de Carlos Menem em 1989. Em dezembro de 2016, o Tribunal Federal condenou sete indivíduos acusado de sequestro, tortura e assassinatos, entre eles o de sua filha. Alejandra Mónica Lapacó Aguiar.[12]
Referências
- ↑ Memoria Abierta. «Carmen Aguiar de Lapacó». www.memoriaabierta.org.ar/. Consultado em 13 de dezembro de 2017
- ↑ Página/12 (13 de dezembro de 2017). «Murió Carmen Lapacó». www.pagina12.com.ar/. Consultado em 13 de dezembro de 2017
- ↑ «Título ainda não informado (favor adicionar)». www.buenosaires.gob.ar
- ↑ tiempoar.com.ar. «Murió la Madre de Plaza de Mayo y fundadora del CELS, Carmen Lapacó». tiempoar.com.ar. Consultado em 19 de dezembro de 2017
- ↑ «Biblioteca Carmen Lapacó». CELS (em espanhol). Consultado em 19 de dezembro de 2017
- ↑ «Título ainda não informado (favor adicionar)». www.tiempoar.com.ar
- ↑ Publicable (11 de abril de 2017). «Madre de la justicia». www.diariopublicable.com. Consultado em 13 de dezembro de 2017
- ↑ Télam (16 de julho de 2012). «Carmen Aguiar de Lapacó será declarada personalidad destacada de los Derechos Humanos». /. Consultado em 13 de dezembro de 2017
- ↑ Comisión Interamericana de Derechos Humanos (29 de fevereiro de 2000). «Comisión Interamericana de Derechos /Humanos. Informe 70/99» (PDF). www.cidh.oas.org/. Consultado em 13 de dezembro de 2017
- ↑ Comisión Interamericana de Derechos Humanos (29 de fevereiro de 2000). «Comisión Interamericana de Derechos Humanos. Informe 21/00». www.cidh.oas.org/. Consultado em 13 de dezembro de 2017
- ↑ Gobierno de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires. «Carmen Lapacó». www.buenosaires.gob.ar. Consultado em 13 de dezembro de 2017
- ↑ «INFORME N° 70/99 - CASO 12.059 - CARMEN AGUIAR DE LAPACÓ - ARGENTINA». Comisión Interamericana de Derechos Humanos. 4 de maio de 1999. Consultado em 11 de março de 2018