Casa das Arcadas
Arquiteto |
Dácio A. de Moraes e Cia. Ltda |
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Engenheiro |
Siciliano & Silva Engenheiros Construtores |
Período de construção |
1929 |
Uso |
Escritórios, comercial |
Pisos |
7 |
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Proprietário |
Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) |
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Localização | |
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Localização | |
Coordenadas |
Edifício Casa das Arcadas é um prédio localizado no distrito da Sé, integrando o Centro Histórico de São Paulo, na capital paulista.
Inaugurado em 1929, ele foi projetado por Dácio A. de Moraes e Cia. Ltda e pertenceu ao empresário e cafeicultor paulista Armando Álvares Penteado, que dá nome à fundação que hoje é proprietária do local. Desde sua abertura abrigou diversos escritórios e comércios, possuindo até hoje a mesma função.[1]
Em 2009 o edifício foi alvo de um minucioso projeto de restauração, que teve início a partir da Lei Cidade Limpa. Em vigor desde 2007, ela exigiu a remoção de propagandas que estivessem instaladas em estabelecimentos comerciais da cidade. Com o projeto, a fachada voltou a exibir suas características arquitetônicas tradicionais e também ganhou destaque com um novo sistema de iluminação.[2]
Este antigo edifício possui um estilo neoclássico, depois de ter ficado escondido atrás de cartazes por anos passando despercebido pela maioria das pessoas que passavam na rua diariamente. [3]
História
editarLocalizado na esquina da Rua Quintino Bocaiúva com a Rua Benjamim Constant, próximo à Praça da Sé, o edifício foi construído na segunda metade da década de 1920 e pertenceu a Armando Álvares Penteado até a sua morte, em 1947.[1] Atualmente, o edifício é propriedade da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).
Seu nome faz referência aos arcos que ornamentam sua fachada e surgiu, também, em alusão aos diversos advogados que mantinham escritórios no edifício. Na época, muitos deles eram formados pela faculdade de Direito do Largo São Francisco, apelidada até hoje como "Arcadas".[1]
O local continua ocupado também por variados estabelecimentos comerciais, como óticas e ourives, além de consultórios médicos e imobiliários. Entre seus locatários mais antigos está a tradicional loja de calçados Fidalga, presente no edifício desde sua inauguração.[1]
Arquitetura
editarEstilo arquitetônico
editarSua arquitetura segue um estilo neoclássico e é constituída por sete pavimentos, além do térreo, porão e ático. O prédio segue o alinhamento das duas ruas e forma uma curva na esquina, na qual o nome “Casa das Arcadas” é formado por pastilhas.[1]O edifício foi construído em concreto armado, alvenaria e tijolos, possuindo oito pavimentos, porão e ático recuado. Tem estilo eclético, de influência neoclássica.[4]
Os arcos, característicos do prédio e influência em seu nome, encontram-se ornamentados entre o térreo e o primeiro pavimento das duas fachadas laterais. Enquanto a voltada para a Rua Quintino Bocaiúva é maior, com oito arcos, a da Rua Benjamin Constant possui sete. A fachada também conta com pequenas rosetas, localizadas entre os arcos, e inclui uma composição de janelas com vergas retas. No topo do edifício, na região de sua esquina, encontra-se uma cúpula adornada por janelas e colunas decorativas.[1]
Restauração
editarAo longo dos anos, a fachada original do edifício passou a ser ameaçada pela presença de placas e propagandas, que ocultaram parte de suas estruturas mais características.[5] A retomada de seu estilo original se deu a partir de 2006, quando ele teve sua fachada exposta devido à aplicação da da Lei Cidade Limpa, que ordenou a retirada dos materiais publicitários de toda a sua área externa.[6] Em 2009, foi iniciado um projeto de restauro assinado pelo escritório de Engenharia Cláudio Helú.[2]
O restauro foi planejado com o objetivo de conservar o patrimônio histórico da cidade de São Paulo, recuperando a tipologia do edifício e a decoração da fachada, recuperando seus arcos originais.[2]
Durante as obras foram removidas as implementações que descaracterizavam seu estilo original, como revestimentos de azulejos, lambris de alumínio e as próprias estruturas utilizadas como suporte de anúncios. Para uma maior semelhança à estrutura original, foi utilizado o mesmo tipo de material para reproduzir a argamassa utilizada na época da construção, adquirido através de testes feitos em laboratório que seguiam a volumetria e a forma dos elementos encontrados originalmente. A fachada ganhou também uma nova pintura, além de uma limpeza com jateamento de água e retirada de resíduos e pinturas realizadas com tinta látex.[2]
Com o intuito de realçar os detalhes da arquitetura do edifício, o restauro também foi integrado pela implementação de um novo projeto luminotécnico, criado pelo Engenheiro Plínio Godoy.[7] A partir dele, foram instaladas 47 arandelas com lâmpadas de vapor metálico e 36 projetores com lâmpadas fluorescentes. A nova iluminação valorizou os arcos, capitéis e colunas do edifício.[5]
Significado histórico e cultural
editarLocalizado na Sé, o edifício integra a região conhecida como Centro Histórico, que também engloba edifícios históricos como a Catedral da Sé, o Theatro Municipal e o Mosteiro de São Bento.[8] A região é considerada um acervo arquitetônico do centro da cidade, pois representa a história da arquitetura paulistana dos arredores do século XX.[9]
Processo de tombamento
editarEm 1992, o imóvel foi enquadrado pela Prefeitura de São Paulo como integrante da zona de preservação de imóveis de caráter histórico, artístico, cultural e paisagístico (Z8-200), sendo assim determinada a abertura de um processo de tombamento do edifício.[1] Tal resolução, segundo o órgão, "ratifica o valor cultural, histórico, arquitetônico e ambiental do imóvel atingido por ela". Além disso, tem como intuito "proteger o imóvel da destruição, da descaracterização, além de reconhecer e manter seu valor para as futuras gerações".[10]. Registrado na Resolução 44/92-551 do Conpresp/DPH, o prédio está atualmente em processo de tombamento.[1]
É de responsabilidade do DPH (Departamento do Patrimônio Histórico) a supervisão e administração das casas históricas, bem como, a proteção do acervo dos bens imóveis e dos documentos históricos e culturais. [11]
Galeria
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A fachada da esquina expõe o nome do edifício "Casa das Arcadas"
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Detalhe das rosetas que integram a fachada lateral
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Arcos e rosetas presentes na fachada lateral
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Cúpula presente acima da fachada da esquina
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Parte do sistema de iluminação que integra o projeto
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c d e f g h SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de Cultura. DPH/CONPRESP. Processo de tombamento 44/92-551. São Paulo, 2012
- ↑ a b c d Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) (ed.). «Casa das Arcadas». Consultado em 15 de novembro de 2016
- ↑ «Uma nova Casa das Arcadas». www.vivaocentro.org.br/notícias-do-centro/notícias/uma-nova-casa-das-arcadas.aspx. Consultado em 26 de abril de 2017
- ↑ Cultura, SP (26 de outubro de 2015). «Edifício Casa das Arcadas - SP Cultura». SP Cultura
- ↑ a b Veja São Paulo (ed.). «Edifício Casa das Arcadas tem nova fachada». Consultado em 16 de novembro de 2016
- ↑ SP Cultura (ed.). «Edifício Casa das Arcadas». Consultado em 16 de novembro de 2016
- ↑ Viva o Centro (ed.). «Uma nova Casa das Arcadas». Consultado em 16 de novembro de 2016
- ↑ Cidade de São Paulo (ed.). «Roteiro Arquitetura pelo Centro Histórico». Consultado em 16 de novembro de 2016
- ↑ SP Turis (ed.). «Prédios históricos no centro de São Paulo». Consultado em 16 de novembro de 2016
- ↑ Conpresp (ed.). «Resoluções». Consultado em 16 de novembro de 2016
- ↑ Cultura, SP (26 de outubro de 2015). «Edifício Casa das Arcadas - SP Cultura». SP Cultura