Caso Rubem e Marlene Heger
O caso Rubem e Marlene Heger refere-se ao desaparecimento e morte do casal Rubem e Marlene Heger em Cachoerinha, no Rio Grande do Sul, em 27 de fevereiro de 2022. A filha Cláudia de Almeida Heger e o neto Andrew Heger Ribas estão presos e aguardam julgamento pelos crimes de duplo homicídio qualificado (dissimulação, motivo torpe e traição), ocultação de cadáver e outros crimes menores, como desacato. [1] [2]
O casal foi morto, segundo a polícia, porque a filha queria ter acesso ao dinheiro em posse do idoso, uma quantia de mais de 70 mil reais. [3]
Os corpos das vítimas continuam desaparecidos e Andrew disse em delação premiada que eles foram queimados numa churrasqueira e em dezembro de 2024 a Justiça pediu uma análise das cinzas. [4]
Crime
editarRubem, de 85 anos, e Marlene, 53, moravam em Cachoerinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Claudia, que é formada em Direito, era enteada de Marlene e tem um único filho [verificar]que, segundo o juiz, teria "prestado apoio moral, físico e logístico à mãe". [1] [5]
No domingo de 27 de fevereiro de 2022 imagens de câmeras gravaram a chegada dos réus à casa das vítimas num carro de vidros escuros pouco antes do meio dia. Logo depois eles colocaram colchões na entrada da garagem para, segundo as investigações, impedir a visualização do local. Ele deixaram a residêndica com o carro à tarde e fecharam o portão, apesar de não ser possível ver se as vítimas estavam no veículo. [6] [5]
Motivação
editarAs autoridades acreditam que as vítimas foram mortas para que a filha pudesse ter acesso ao dinheiro em posse do idoso, uma quantia de mais de 70 mil reais. “É fácil perceber a probabilidade de ser reconhecido o dolo dos agentes que, em razão de conflitos familiares e interesse financeiro, se deslocaram até a residências das vítimas com o intento de matá-las”, justificou o juiz na decisão, em setembro de 2023, de enviar os réus a júri popular. [3] [1]
Em 2016 Cláudia havia forjado um falso sequestro para extorquir o pai, o que havia piorado a relação familiar. O Diário Gaúcho reportou em junho de 2022 que familiares enfatizaram que pai e filha não tinham uma "relação próxima", que ela sequer "costumava visitá-lo", que "estranharam que ela tivesse ido até a moradia naquela data" .
Investigações
editarFoi outro neto [verificar] de Rubem que estranhou o sumiço do avô, que sofria de problemas pulmonares e que dificilmente ficaria longe de casa devido a seus problemas de saúde, mas Claudia alegou que o pai e a madrasta haviam saído voluntariamente de sua casa para ir com ela a Canoas, onde morava. Foi apenas em maio de 2022 que a policia começou as investigações com a apreensão dos celulares da filha e do neto, sendo encontradas nos aparelhos fotos de lugares ermos diversos. Os policiais também analisaram imagens de câmeras de vídeo e descobriram a dinâmica do que aconteceu no local àquele dia. [7] [8]
Apesar dos corpos nunca terem aparecido, investigadores encontraram outros indícios incriminatórios, como notas fiscais que mostram que Cláudia comprou utensílios numa ferragem, como uma lona de caminhão, braçadeiras plásticas e fita crepe em 9 de fevereiro, além de braçadeiras de nylon, tinta spray e fita tape em 16 de fevereiro. Em 11 de fevereiro também tinha levado o carro até uma oficina para colocação de película escura nos vidros. Sangue e DNA de Rubem também foram encontrados na casa do casal em Cachoerinha.[6] [9]
Na denúncia feita pelo Ministério Público, as autoridades concluíram "que Cláudia e o filho foram de automóvel à residência do casal supostamente para realizar uma faxina. Ao estacionaram no pátio, usaram colchões para bloquear a vista para a garagem. Depois de matarem as vítimas, usaram o veículo, do qual foi retirada a forração para evitar resquícios das vítimas (fraude processual), para transporte dos corpos - que foram ocultados".
Prisão
editarCláudia, 51 anos, foi presa em 06 de maio de 2022, Andrew foi considerado inimputável, depois de passar por avaliação psicológica. Encontra-se internado no Instituto Psiquiátrico Forense, em Porto Alegre. Ela voltou a ser presa em maio de 2023 após ficar um tempo em prisão domiciliar. [10] [9][1]
Julgamento e pena
editarCláudia e Andrew foram denunciados pelo Ministério Público em 26 de maio de 2022 e aguardam julgamento por júri popular. [2] [4]
Os réus respondem pelos crimes de duplo homicídio qualificado (com as qualificadoras de dissimulação, motivo torpe e traição) ocultação de cadáver, maus-tratos a animal doméstico, por terem matado a cachorra das vítimas, e fraude processual. Cláudia ainda é acusada de desacato. [1]
Leia também
editarReferências
- ↑ a b c d e «Mãe e filho vão a júri por morte de casal de idosos em Cachoeirinha». TJRS. 15 de setembro de 2023
- ↑ a b «Cachoeirinha: MPRS denuncia filha e neto de idoso por homicídios e ocultação de cadáveres». Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul. 2 de junho de 2022. Consultado em 7 de abril de 2024
- ↑ a b «Um ano depois, como está o caso de desaparecimento de casal em Cachoeirinha». GZH. 27 de fevereiro de 2023. Consultado em 26 de maio de 2023
- ↑ a b «Cancelado júri de acusados de matar casal em Cachoeirinha». TJRS. 26 de novembro de 2024
- ↑ a b Mendes, Leticia (11 de junho de 2022). «"Se alguém fez alguma coisa para o meu pai, não fui eu", diz filha que é ré por sumiço e morte de idoso em Cachoeirinha | DG». Diário Gaúcho. Consultado em 7 de abril de 2024
- ↑ a b «Desaparecimento de casal em Cachoeirinha completa um ano; relembre a história». G1. 28 de fevereiro de 2023. Consultado em 26 de maio de 2023
- ↑ Povo, Correio do. «Polícia Civil indicia filha e neto no caso do casal desaparecido em Cachoeirinha». Correio do Povo. Consultado em 28 de fevereiro de 2023
- ↑ Mendes, Leticia (11 de junho de 2022). «"Se alguém fez alguma coisa para o meu pai, não fui eu", diz filha que é ré por sumiço e morte de idoso em Cachoeirinha | DG». Diário Gaúcho. Consultado em 7 de abril de 2024
- ↑ a b NH, Jornal (18 de maio de 2023). «Justiça tem nova decisão sobre prisão de filha acusada pelo desaparecimento e morte do pai e da madrasta». Jornal NH. Consultado em 26 de maio de 2023
- ↑ Povo, Correio do. «Polícia Civil indicia filha e neto no caso do casal desaparecido em Cachoeirinha». Correio do Povo. Consultado em 28 de fevereiro de 2023