Castanheiro do Sul
Castanheiro do Sul é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Castanheiro do Sul do Município de São João da Pesqueira, freguesia com 21,38 km² de área[1] e 382 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 17,9 hab./km².
Castanheiro do Sul
| |
---|---|
Freguesia | |
Localização | |
Localização no município de São João da Pesqueira | |
Localização de Castanheiro do Sul em Portugal | |
Coordenadas | 41° 07′ 18″ N, 7° 30′ 25″ O |
Região | Norte |
Sub-região | Douro |
Província | Trás-os-Montes e Alto Douro |
Distrito | Viseu |
Município | São João da Pesqueira |
Código | 181501 |
Administração | |
Tipo | Junta de freguesia |
Características geográficas | |
Área total | 21,38 km² |
População total (2021) | 382 hab. |
Densidade | 17,9 hab./km² |
Outras informações | |
Orago | Nossa Senhora da Assunção |
Sítio | www.castanheirodosul.com |
Castanheiro do Sul foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX. Foi anexada ao concelho de Trevões onde permaneceu até à extinção deste em 1855. Para além da vila, era composto pelas freguesias de Espinhosa e Pereiro e tinha, em 1801, 781 habitantes em 34 km².
O Mosteiro da Águias exerceu jurisdição não só espiritual mas também temporal na localidade.
O topónimo “Arais” recorda (segundo a tradição) o local ao ar livre do tribunal, reunião dos juízes ordinários e homens bons onde, em assembleia, discutiam os assuntos de interesse geral. O foral novo (manuelino) concedido em Lisboa em 1 de fevereiro de 1514 abrange aquelas localidades, reconhecendo o Concelho do Castanheiro.
Os marqueses de Távora tiveram o senhorio em 1759, altura em que passou para a coroa. A “villa” de Castanheiro situava-se na vila velha que conservou o topónimo, e pertenceu ao concelho de Trevões até à sua extinção, em Outubro de 1855.
Bem situado geograficamente, a 37 km da cidade de Peso da Régua, fica equidistante de duas sedes de município (Tabuaço e São João da Pesqueira), com ligação por carreira ao Pinhão.
Demografia
editarA população registada nos censos foi:[2]
|
Distribuição da População por Grupos Etários[4] | ||||
---|---|---|---|---|
Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos |
2001 | 60 | 76 | 214 | 124 |
2011 | 46 | 42 | 236 | 115 |
2021 | 41 | 32 | 179 | 130 |
Igreja Paroquial
editarA Igreja Paroquial do século XVIII, equilibrada e elegante, foi restaurada em 1798. Ficou privada, em data mais recente, dos altares de talha dourada – um central e dois laterais, estes situados no corpo mais largo da igreja - e ainda de um lustre de cristal, de que se desconhece o paradeiro, ficando assim mais empobrecido o património do povo castanheirense.
Capela de Santa Cruz
editarA Capela de Santa Cruz, assim chamada por ser encimada com uma cruz alta, de noite iluminada, é uma pequena construção com púlpito exterior, dedicada a São Domingos, Santo muito popular nestas bandas no limiar do século XVIII, situa-se no cimo do monte do mesmo nome – de S. Domingos. No centro da povoação ficam as Capelas do Mártir S. Sebastião (transformada em capela funerária) e da Senhora de Belém.
Havia ainda a Capela de S. João, próxima do lugar da Fonte da Vila Velha, mas por volta de 1960, por estar abandonada e descaracterizada, foi vendida a um particular que a transformou em palheiro.
Largo do Cruzeiro e Pelourinho
editarO largo do cruzeiro é um espaço com algum interesse, sobressaindo o esbelto Cruzeiro que terá aproveitado a plataforma primitiva do transformado pelourinho, um poço subterrâneo e uma casa antiga de 1880. Próximo deste lugar existe sim um pequeno largo denominado Largo do Pelourinho, onde se aplicava a justiça. A primitiva cadeia aí existente até 1980 (+/-) neste local terá sido a maior evidência deste costume. De facto no Largo do Pelourinho já não existe nem a cadeia nem o pelourinho, somente uma casa antiga – de 1818 – onde funcionou a primeira escola publica e anteriormente sede de tribunal.
Existe ainda outro artístico e imponente Cruzeiro que apresenta cruz alta, latina, estriada e de belo efeito sobre capitel ao qual está associado uma estória ou lenda, o qual teria sido construído como reconhecimento de um favor divino – a freguesia fora poupada a uma tremenda praga de gafanhotos que em pouco tempo tudo destruíra em volta .
Padroeiro
editarA padroeira é Nossa Senhora da Assunção venerada a 15 de agosto. A 4 de dezembro é tradição guardar dia Santo em honra de Santa Bárbara.
Santa Cruz tem romaria concorrida a 3 de maio. O povo, nesse dia, ocupa o monte do santuário, improvisando mesas para o tradicional banquete de confraternização, após celebração da Santa Missa coma tradicional bênção dos campos – vinhas, pomares e cereais.
Gastronomia
editarOs pratos típicos desta freguesia são o cabrito assado no forno a lenha, com recheio de miúdos de cabrito, batatas, cebola, chouriço, salpicão, salsa picada e vinho branco. Semelhante combinação de ingredientes se utilizam para o Peru assado no forno a lenha.
Os doces e sobremesas típicos são o bolo de folar e os biscoitos feitos à base de farinha de trigo, ovos e açúcar. Muito conceituada é também a Bola de Carne, de farinha amassada com azeite da freguesia e ovos, entremeada com carne de porco, e que juntamente com o bolo de folar são especialmente fabricados pela Páscoa.
Pelo Natal fazem-se as filhós e as rabanadas. O leite creme tostado (queimado com ferro aquecido ao lume, entre as brasas) e o arroz doce com ovos são igualmente iguarias a não esquecer.
Longe vai o tempo das matanças de porco efetuadas pelo inverno – era uma casa cheia de carne fresca, de salmoura ou de fumeiro que dava para um ano inteiro. No dia da matança era costume presentear com um prato bem abastecido os familiares, o professor e o pároco.
Património
editar- Igreja Paroquial / orago – Nª Senhora da Assumpção
- Capela de São Domingos, O monte de São Domingos possui a Capela de Santa Cruz e tem romaria
concorrida a 3 de Maio. O povo, nesse dia, ocupa o monte do santuário, improvisando mesas para o tradicional banquete de confraternização.
- Capela do Martir São Sebastião / capela mortuária
- Capela Nossa Senhora de Belém
- Campo de Futebol "Marco Longo"
- Centro de Dia para a Terceira Idade (Centro Social e Paroquial)
- Cruzeiro do Valado (sito nos Atoleiros ou Valado)
- Cruzeiro da Vila sito no Largo do Cruzeiro
- Cooperativa Agrícola de Utilidade Popular – Lagar de Azeite – 1945
- Fábrica de rolhas de cortiça da Família Fonseca
- Forno do Cruzeiro
- Forno do Pelourinho – sem actividade
- Forno do Cabo da Vila – sem actividade
- Fonte da Azinheira
- Fonte da Vila Velha
- Fonte do Souto
- Fontanário do Largo da Cancela
- Escola Primária
- Lagar de azeite da Família Santos Lemos (abandonado)
- Junta de Freguesia
- Parque Infantil
- Poço de reserva de águas contra incêndios
- Armazéns privados de fabrico, comercialização e distribuição de vinhos
- Casas antigas senhoriais
Referências
- ↑ «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013
- ↑ a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos»
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022
Ligações externas
editar- Paróquia de Castanheiro do Sul, no Arquivo Distrital de Viseu