Castelo de Virneburg
O Castelo de Virneburg é um castelo alemão, cujas ruínas se localizam no alto duma colina sobre a povoação de Virneburg, no distrito de Mayen-Koblenz, Estado da Renânia-Palatinado.
História
editarO castelo foi construído, como um feudo do conde palatino, provavelmente na segunda metade do século XI, para controlar a estrada de Mayen sobre Adenau para Aachen. A primeira referência ao castelo é encontrada num documento datado de 1192, no qual os irmãos Gottfried e Friedrich von Virneburg aceitavam o seu castelo "Vernenburg", juntamente com o condado e todos os acessórios, como feudo do Arcebispo de Trier João I.
Os Senhores de Virneburg, mais tarde elevados à categoria de condes, foram mencionados pela primeira vez em 1042, com "Bernhardus de Virneburch", numa acta do arcebispo de Trier Poppo. Naquela época, a suserania tinha passado para os Condes de Sayn. No entanto, em 1358, Johann von Sayn devolveu o feudo ao Palatinado, com excepção do castelo, que ainda era tido em 1506 como um feudo masculino dos Condes de Sayn, embora já não fosse reconhecida a suserania dos Condes de Virneburg.
Em 1339, o Conde Ruprecht von Virneburg deu, contra perdão duma dívida, uma parte do castelo como feudo ao Arcebispo de Trier, sendo o momento de construção da chamada "hoechste thurn" ("torre maior"), provavelmente a torre de menagem.
Em 1414, os Condes de Virneburg tiveram que entregar o resto do castelo ao Arcebispo Werner von Falkenstein, para quem o condado sempre tinha sido um espinho cravado no olho. Os Virneburg só tiveram o seu castelo livre da penhora de Trierer alguns anos depois. Com a morte do Conde Kunos von Virneburg, ocorrida em 1545, extinguiu-se a linhagem dos Virneburg.
O castelo foi herdado pelos Condes de Mark-Arenberg, passando mais tarde castelo e condado para o domínio dos Condes de Manderscheid-Blankenheim. Pouco depois, Trier recuperou-o como feudo desocupado mas, em 1549, os Condes de Manderscheid-Schleiden oposeram-se e retomaram os seus direitos feudais.
Em 1600, a posse passou para o Condado de Löwenstein-Wertheim. Um inventário produzido nesta época mencionava doze salas. A torre de menagem foi reconstruída e recebeu um novo adarve em 1623, embora, já em 1663, o castelo era descrito como estando muito degradado, especialmente "no lado perto dos altos muros e poços". A recuperação foi sendo adiada e, em 1665, as paredes dianteiras e do pátio superior caíram completamente. Em 1670, a debilitada torre de menagem foi demolida e erguida de novo no ano seguinte. As deterioradas muralhas de cintura foram reparadas e o palácio sofreu as obras necessárias.
O castelo foi demolido em 1689, aquando das invasões francesas à região de Eifel, a torre foi completamente destruída, o edifício residencial ficou em chamas e a muralha de cintura foi arrasada.
Desde 1912, o complexo é propriedade da Associação Renana para a Conservação do Património e Protecção da Paisagem (Rheinische Verein für Denkmalpflege und Landschaftsschutz).
Descrição
editarAs ruínas do castelo estão num dos três lados do cume cercado de ardósia do Nitzbach, com uma subida íngreme que atinge os oitenta metros de altura e o seu contorno elíptico que dá forma à planta da estrutura.
O incipiente caminho termina no canto sudeste do monte do castelo, depois de cerca de cinco minutos de subida, no terreno do antigo zwinger sudeste, o qual estava reforçado no canto sul com uma torre redonda. As paredes do zwinger foram arrasadas, mas o terreno ainda deixa adivinhar o curso do muro.
Através dum portão situado na sequência do núcleo do castelo a oeste atinge-se o pátio do castelo, que antigamente era uma praça estreita densamente construída com edifícios.
A entrada principal original do castelo encontrava-se a oeste. Aqui, o castelo principal era precedido por um grande pátio dianteiro semicircular, acessível por uma portaria e reforçado com uma torre redonda no muro zwinger sul. Ao longo do muro zwinger sul fica o caminho para o sobrevivente portão do castelo principal, o qual se mantinha controlado por uma poderosa torre de menagem actualmente desaparecida. Fora do portão já não é visível a ponte de arco quebrado sobre o fosso, cuja metade do lado do portão era constituida por uma ponte levadiça hoje desaparecida.
Como o virneburguense Löwenburg acima de Monreal, ainda se mantém preservada uma grande parte da torre de menagem - com cerca de três metros de espessura e dezoito de altura - na poderosa muralha erguida com uma técnica de construção cuidada, coroada por uma ameia, sendo o muro provavelmente continuado na parte norte. Nesta construção cimeira do conjunto foi adicionada posteriormente a chamada portaria, de dois andares, e outros edifícios do núcleo do castelo.
Logo junto ao portão do castelo, ergue-se na esquina da muralha uma torre redonda com interior quadrado, a qual ainda atinge uma altura de quinze metros. Junto a ela fica a saída do edifício residencial, que sobressai a partir duma pequena torre quadrade de três metros de largura. O palácio propriamente dito tem dois andares, tendo recebido a sua forma até ao século XVI. A base do edifício foi onde a velha alvenaria exterior resistiu melhor, conservando-se ainda duas janelas rectangulares. A divisão do piso ainda é evidente nos contrafortes de basalto que se conservando de pé no início da parede exterior leste do palácio. Esta continua para norte e forma a parede exterior de outro edifício.
Bibliografia
editar- Klaus Markowitz: Zur Geschichte des Hauses und der Burg Virneburg. In: Rheinische Heimatpfleg. 42. Jg., Nr. 4, 2005, ISSN 0342-1805, pp. 263–273.
- Horst Schmidt: Ruine Virneburg, Landkreis Mayen-Koblenz. Baugeschichtliche Beobachtungen an einer Eifelburg. In: Abenteuer Archäologie. Nr. 8, 2006/2007, ISSN 1612-9954, pp. 8–15.