Catedral de Monreale
A Catedral de Monreale (Duomo di Monreale, em italiano) é uma das mais importantes construções sacras da cultura normanda na Itália. A igreja, que é a Sé da Arquidiocese de Monreale, é dedicada a Santa Maria Nuova, e se localiza na cidade de Monreale, na Sicília.
Palermo árabe-normanda e as Catedrais de Cefalù e Monreale ★
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Fachada da Catedral de Monreale | |
Tipo | Cultural |
Critérios | ii, iv |
Referência | 1487 |
Região ♦ | Europa |
País | Itália |
Coordenadas | 38° 06′ 39″ N, 13° 21′ 11″ L |
Histórico de inscrição | |
Inscrição | 2015 |
★ Nome usado na lista do Património Mundial ♦ Região segundo a classificação pela UNESCO |
Foi construída a partir de 1174 por ordem de Guilherme II da Sicília. A lenda narra que certo dia Guilherme adormeceu sob uma árvore no campo e em sonho lhe apareceu a Virgem Maria, que disse: "Neste lugar onde dormes está escondido o maior tesouro do mundo. Escava-o e com ele constrói um templo em minha homenagem". Seguindo o mandado, ao acordar o rei ordenou que o local fosse escavado e ali encontrou um tesouro de moedas de ouro, empregadas na construção do santuário. Para a decoração foram chamados mestres árabes, venezianos e bizantinos especializados na técnica do mosaico, cobrindo a abside e as paredes com painéis de excepcional valor artístico.
Foi utilizada como locação para o filme Fratello Sole, Sorella luna de Franco Zefirelli em 1972.
Características
editarA fachada possui um pórtico renascentista com três grandes arcos, acrescentado entre 1547 e 1569, obra de Giovanni Domenico Gagini e Fazio Gagini, que oculta o frontispício primitivo, decorado com mosaicos, relevos e portas de bronze de Bonanno Pisano e Barisano da Trani. Lateralmente se erguem duas torres quadradas assimétricas, ladeado o frontão recuado, decorado com arcos entrelaçados em relevo.
O amplo interior se divide em três naves, seguindo o esquema das basílicas católicas italianas, integrando características da arquitetura ortodoxa em áreas como o coro tripartido. A colunata monolítica no interior é possivelmente originária de construções mais antigas, e suporta uma série de grandes arcos que separam as naves. Os capitéis coríntios datam do período clássico. Um clerestório elevado ilumina o interior da nave central, e janelas mais baixam se abrem ao longo das estreitas naves laterais. O coro na entrada forma um espaço de características diferenciadas, sendo mais alto e mais largo que a nave, embora dividido de forma semelhante. O teto tem caibramento aparente em madeira ricamente decorada. Separada da nave por um transepto está a capela-mor, de forma absidal e teto em meia-cúpula, com uma janela única ao centro da parede de fundo e um altar-mor do século XVIII de Luigi Valadier, de refinada construção em metais preciosos.
A característica mais notável da construção é a sua decoração interna em mosaicos policromos e dourados, uma obra-prima da técnica, cobrindo quase em totalidade o interior, com um extraordinário efeito de conjunto, mostrando frisos geométricos, medalhões e diversas imagens de santos e anjos, com inscrições em grego e latim, e ilustram vários episódios da Bíblia. De todas as cenas se destaca o monumental Cristo Pantocrator na capela-mor, com a Virgem e o Menino, santos e anjos abaixo. O piso também merece atenção pelo refinado trabalho em mosaico de mármore e pórfiro, numa técnica conhecida como opus alexandrinum, completado somente no século XVI.
No interior também existe as tumbas de Guilherme II, um magnífico sarcófago de pórfiro da mesma época da catedral, e as de sua esposa e seus dois filhos, além de uma urna com as vísceras de São Luís de França. Nos séculos XVII e XVIII foram acrescentadas duas capelas barrocas, embora mais tarde tenham sido isoladas do corpo da igreja. O coro foi parcialmente destruído por um incêndio em 1811, danificando os mosaicos, os órgãos e o forro, reconstruídos poucos anos após, embora com técnica e gosto bastante inferiores aos originais.
Construções anexas
editarAo lado da Catedral ficam o Palácio Arquiepiscopal e o Mosteiro Beneditino, originalmente construções magnificentes rodeadas de uma grande muralha e torres. Mais tarde o complexo sofreu profundas remodelações, restando pouco da arquitetura normanda primitiva, salvo alguns torreões e o belo claustro, um dos mais significativos da Itália por suas dimensões e rica decoração de mosaicos e colunas duplas, cujos capitéis são todos diferentes entre si. Guy de Maupassant descreveu o claustro como "maravilhoso (...), sugerindo uma sensação de graça que nos faz desejar ficar aqui para sempre (...). Nunca vi nem posso imaginar uma colunata com maior harmonia".
UNESCO
editarA UNESCO inscreveu Palermo como Patrimônio Mundial por "ser um exemplo de sincretismo sócio-cultural entre as culturas Ocidental, Islâmica e Bizantina na ilha que gerou novos conceitos de espaço, estrutura e decoração. Também testemunha a coexistência frutífera de pessoas de diferentes origens e religiões"[1]
Galeria
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Detalhe do interior
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O grande Pantocrator na abside
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Detalhe dos mosaicos
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Outro aspecto do interior
Ver também
editarReferências