Cavaleiro

pessoa condecorada com um título honorífico por um monarca ou outro líder político
(Redirecionado de Cavaleiros)
 Nota: Para outros significados, veja Cavaleiro (desambiguação).

Um cavaleiro pode ter vários significados quase sempre associados às características nobres do cavalo e ao facto de o montar. Nesse sentido é igualmente uma pessoa a quem é concedido um título nobiliárquico por um soberano, ou outro líder político, por relevantes serviços ao país e que se opunha ao simples peão.[1]

Classificação da Nobreza
Imperador e Imperatriz
Rei e Rainha
Príncipe e Princesa
Infante e Infanta
Arquiduque e Arquiduquesa
Grão-duque e Grã-duquesa
Duque e Duquesa
Marquês e Marquesa
Conde e Condessa
Visconde e Viscondessa
Barão e Baronesa
Baronete e Baronetesa
Cavaleiro e Dama
Escudeiro e Escudeira
Para ver todos os títulos clique aqui
Armaduras no Museu Metropolitano de Arte, Nova Iorque

História do título nobiliárquico

editar
 
A divisão medieval dos três municípios: o clero, os cavaleiros e os servos.

Para os gregos e romanos, ser cavaleiro implicava prestígio social e económico.

Na Grécia Antiga, hipeis, literalmente "cavalaria", constituía a segunda mais alta dentre as quatro classes sociais de Atenas e era constituída pelos homens que podiam comprar e manter um cavalo de guerra, a serviço da pólis. A hipeis é comparável aos equestres romanos e aos cavaleiros medievais.

A cavalaria da Roma Antiga era um corpo do exército romano, composta pelos equites, recrutados desde os tempos de Rômulo entre os cidadãos romanos. Posteriormente foram incluídos os sócios latinos e, finalmente, também os provinciais (auxiliares).

Entre as tribos nômades da Ásia Central, o cavalo não foi apenas o meio de transporte que permitiu o deslocamento desses povos desde as planícies da Mongólia até às fronteiras da Europa central - como no caso dos Hunos e dos exércitos de Gengis Khan. O animal também figurava em rituais mágicos religiosos e, no limite, podia servir como alimento. Por ocasião da morte do cavaleiro, seu cavalo chegava mesmo a ser enterrado com ele, o que era usual entre algumas tribos hititas.

Na Idade Média, a cavalaria era uma instituição, dotada de um código de conduta e de honra próprio que regulava não somente a arte da guerra, mas também a conduta social. Na guerra, o uso do cavalo para tracção dos carros de ataque foi abandonado, e o animal passou a ser usado apenas como montaria. Dada a necessidade de proteção do cavaleiro, foi inventada a armadura, que evoluiu nos seus vários estilos, dando origem à cavalaria pesada, uma das mais poderosas armas das guerras medievais.

Etimologia

editar

As palavras cavalarias e cavaleiro derivam do baixo latim caballus, que originalmente significava "cavalo castrado" ou "cavalo de trabalho", em oposição ao termo latino clássico Equus - aplicável aos cavalos de boa raça, utilizados na guerra pelos Equites, a ordem equestre romana, correspondente aos hipeis da Grécia Antiga.

Cavaleiros nas etapas da história

editar
 
Representação de um dos maiores eventos da história Europa: A Batalha de Grunwald, Tannenberg (Polónia)
  • Cavaleiro Savarano: Foram a força militar principal do exército do Império Sassânida.
  • Cavaleiro do Império Romano: Denominados por Equites, davam forma à Ordem Equestre Romana (ordo equester) que se formava na mais baixa das duas classes aristocráticas da Roma antiga, estando abaixo da Ordem Senatorial (ordo senatorius).
  • Cavaleiro Coberto ou Caballero: Tem origem na nobreza de Espanha.
  • Cavaleiro de qualquer Ordem: Com origem nas ordens religiosas, ordens militares como os Templários, entre outros.
  • Pessoa que se comporta de forma nobre: é um "cavalheiro"
  • Cavaleiro andante, expressão vulgar dos livros de cavalaria, ser repleto de nostalgias e sonhos que buscava continuamente e de quem Don Quijote de la Mancha, é um exemplo típico.
  • Cavaleiro de Praça: Toureiro.
  • Couraceiros (do francês cuirassier): eram soldados de cavalaria equipados com armadura e, posteriormente, com armas de fogo, aparecendo originalmente na Europa no século XV. O termo é derivado da couraça, a peça de armadura que protegia o peito. Os primeiros couraceiros foram sucessores dos cavaleiros medievais, dos quais não se distinguiam muito, já que também usavam armadura completa. Diferenciavam-se apenas pelo uso de pistolas e de botas de montar. Alcançaram maior notoriedade durante as guerras napoleônicas e estiveram pela última vez em campo de batalha durante os primeiros estágios da Primeira Guerra Mundial. Atualmente, constituem tropas cerimoniais de vários países.
  • Cavaleiro é também uma das peças de xadrez que hoje é geralmente representado por um cavalo, Muitas vezes, em pé sobre as patas traseiras. Isso ocorre porque, na tradição do jogo (que teve muitas variações e modificações até a xadrez moderno) as peças representavam guerreiros e, em vez do cavalo actual, muitas vezes representava a figura de um guerreiro sentado num cavalo de sela.

Os cavaleiros e o feudalismo

editar

Os cavaleiros feudais eram guerreiros que se deslocam a cavalo em proveito próprio ou ao serviço do rei ou outro senhor feudal, faziam-no com o objetivo de defesa dos territórios e em paga de terras (Tenência) recebidas do rei ou de outros senhor feudal. Também podiam receber um soldo, caso não fossem pagos em terras como eram os casos das tropas mercenárias.

O cavaleiro feudal tinha quase sempre origem na nobreza, que tendo servido ao rei ou a outro grande senhor feudal como pajem ou escudeiro eram depois durante uma importante cerimónia de investidura elevados à categoria de cavaleiro.

Durante essa cerimônia o candidato a cavaleiro prestava juramento comprometendo-se a ser sempre corajoso, leal, cortês, e proteger os indefesos.

Nos finais do século XV, o título de cavaleiro foi concedido aos civis como homenagem ou recompensa por serviços públicos e privados. Este título é reconhecido em vários países sendo a sua atribuição uma honra conferida geralmente pelo monarca. Tanto homens como mulheres, foram ao longo dos tempos e em reconhecimento de notável mérito pessoal, condecorados com o título de cavaleiro. O título Sir usado como prefixo ao nome é usado após as iniciais da ordem de cavalaria, no Reino Unido.

     
Dois cavaleiros em duelo, Museu do Louvre, Jovem sendo elevado à dignidade de cavaleiro (Edmund Leighton) e Um cavaleiro numa encruzilhada dos caminhos, por Viktor Vasnetsov, no Museu Russo

Armamento usualmente utilizado pelo cavaleiro

editar
 
Cavaleiro medieval em competição
  • Espada Montante ou também Espada Bastarda: Era uma espada de grande dimensão, utilizada para combater a cavalo. Devia ter a força necessária para derrubar o adversário e no entanto dar ao seu utilizador a mobilidade necessária para o combate corpo a corpo.
  • Móca: Era uma peça de ferro pesada com picos aguçados na ponta destinada a bater e quebrar o crânio do adversário a que os espanhóis dão o curioso nome de Lucero del alba (arma) (Luzeiro da alvorada). Em inglês, "Morning Star", significando "Estrela da manhã", se referindo ao seu formato semelhante às representações do Sol.
  • Besta: Poderosa arma de disparar flechas que mesmo com o cavalo a galope tinham um efeito devastador no adversário. O papa Inocêncio III, chegou mesmo proibi-la por ser demasiado "maligna".
  • Alabarda: É uma arma composta por uma longa haste rematada por uma peça pontiaguda, de ferro, que por sua vez é atravessada por uma lâmina em forma de meia-lua (similar à de um machado). É considerada a arma de infantaria mais eficaz contra invasores em fortificações e castelos.
  • Armadura: É uma vestimenta utilizada para protecção pessoal, originalmente de metal, usada por soldados, guerreiros e cavaleiros como uma forma de protecção às armas brancas durante uma batalha.

O cavaleiro e as ordens monásticas

editar

Ordens de cavalaria

editar
Símbolos
Ordem Equestre e Militar de São Miguel da Ala
Torse ("coronel/coroa") de um cavaleiro

Reis cavaleiros

editar

Ao longo dos séculos XI, XII, XIII e XIV, no período heroico da cavalaria, um dos factores mais importantes para a cavalaria foi o surgir dos reis cavaleiros. Estes reis que abraçaram os ideais da cavalaria, tanto os ideais militares como os ideias míticos do cavaleiro andante, vieram trazer novos valores com a elevação da honra, da religiosidade cristã, da coragem e da justiça.[carece de fontes?]

Nesta fase da história do homem cavaleiro nasce o cavaleiro mítico que seria lembrado como um figura mítica e idealizada, conduzindo inevitavelmente estados medievais. A sua imagem foi usada para instigar o moral e motivação para os gentios, que por vias disso se mantinham fiéis aos princípios do cristianismo. Entre as personalidades mais conhecidas são do cavaleiro medieval encontram-se:

Século VI

editar
  • O rei Artur: Rei inglês mítico que está definido no século VI. Na literatura, ele seria o fundador da cavalaria medieval inglesa e um dos seus mais belos símbolos.

Século IX

editar

Século XI

editar

Século XII

editar

Século XIII

editar

Século XIV

editar

Século XVI

editar

Tauromaquia

editar

Elemento artístico de comprovada tradição na corrida de touros, tal como se realiza em Portugal. Veste casaca de seda bordada a ouro ou prata, semelhante às usadas no reinado de Luís XV, colete de cetim bordado a fio de seda, bota alta e tricórnio emplumado. O cavaleiro tauromáquico profissional existe há já bastantes anos em Portugal, diferenciando-se entre si através do estilo, do valor, da concepção tauromáquica em que se formaram.

Historicamente pode atribuir-se aos fidalgos espanhóis o início da prática do toureiro equestre. O rei Filipe IV de Espanha proibiu o então divertimento aos nobres da sua corte, vindo este gosto, pelo cavalo e pelo touro, a ser preferentemente praticado em Portugal. Uma vez implantado com todos os requisitos exigíveis e no sentido da lide do touro, as regras surgiram naturalmente, mantendo-se, no entanto, a exigência de uma perfeita equitação.

Ver também

editar

Referências

Bibliografia

editar
  • Bertényi, I., Dioszegi, I. Horváth, J., Kalmar, J. e P. Szabó (2004). Királyok könyve. Magyarország és Erdély királyai, királynői, fejedelmei és kormányzói. Budapeste, Hungria Helikon Kiadó.
  • Tanner, J R., Previte-Orton, W. C, Brooke N. Z (1929) The Cambridge Medieval History, Volume VI: Vitória do papado. Cambridge, Inglaterra: Cambridge University Press
  • Arnold, Benjamin. German Knighthood, 1050-1300. Oxford: Clarendon Press, 1985. ISBN 0198219601 LCCN 85-235009
  • Bloch, Marc. Feudal Society, 2nd ed. Translated by Manyon. London: Routledge & Keagn Paul, 1965.
  • Bluth, B. J. Marching with Sharpe. London: Collins, 2001. ISBN 0004145372
  • Boulton, D'Arcy Jonathan Dacre. The Knights of the Crown: The Monarchical Orders of Knighthood in Later Medieval Europe, 1325-1520. 2d revised ed. Woodbridge, UK: Boydell Press, 2000. ISBN 0851154714
  • Bull, Stephen. An Historical Guide to Arms and Armour. London: Studio Editions, 1991. ISBN 1851707239
  • Carey, Brian Todd; Allfree, Joshua B; Cairns, John. Warfare in the Medieval World, UK: Pen & Sword Military, junho 2006. ISBN 1844153398
  • Edge, David; John Miles Paddock (1988) Arms & Armor of the Medieval Knight. Greenwich, CT: Bison Books Corp. ISBN 0517103192
  • Edwards, J. C. "What Earthly Reason? The replacement of the longbow by handguns." Medieval History Magazine, Is. 7 de março de 2004.
  • Ellul, Max J. The Green Eight Pointed Cross. Watermelon, 2004.
  • Embleton, Gerry. Medieval Military Costume. UK: Crowood Press, 2001. ISBN 1861263716
  • Forey, Alan John. The Military Orders: From the Twelfth to the Early Fourteenth Centuries. Basingstoke, Hampshire, UK: Macmillan Education, 1992. ISBN 0333462343
  • Hare, Christopher. Courts & camps of the Italian renaissance. New York: Charles Scribner's Sons, 1908. LCCN 08-31670
  • Laing, Lloyd and Jennifer Laing. Medieval Britain: The Age of Chivalry. New York: St. Martin's Press, 1996. ISBN 0312162782
  • Oakeshott, Ewart. A Knight and his Horse, 2nd ed. Chester Springs, PA: Dufour Editions, 1998. ISBN 0802312977 LCCN 98-32049
  • Robards, Brooks. The Medieval Knight at War. London: Tiger Books, 1997. ISBN 1855019191
  • Shaw, William A. The Knights of England: A Complete Record from the Earliest Time. London: Central Chancery, 1906. (Republished Baltimore: Genealogical Publishing Co., 1970). ISBN 080630443X LCCN 74-129966
  • Williams, Alan. "The Metallurgy of Medieval Arms and Armour", in Companion to Medieval Arms and Armour. Nicolle, David, ed. Woodbridge, UK: Boydell Press, 2002. ISBN 0851158722 LCCN 2002-3680


  Este artigo sobre ordens nobiliárquicas é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.