Cavalhadas em Campinas, 1850
A obra Cavalhadas em Campinas, 1850 é baseada em um desenho de Hercule Florence [1]. Composta em função das comemorações do cinquentenário do Museu Paulista e encomendada por Taunay, a tela em óleo data de 1943.
Cavalhadas em Campinas, 1850 | |
---|---|
Autor | Franz Richter |
Data | século XX |
Técnica | tinta a óleo |
Dimensões | 48,2 centímetro x 64 centímetro |
Localização | Museu do Ipiranga |
A cena consiste no registro de um evento de origem medieval, que foi trazido ao Brasil pelos portugueses por meio do processo de colonização [2]. Em função da intensa atividade econômica em Campinas [3], as chamadas cavalhadas tornaram-se bastante comuns na região. Como afirma Taunay na publicação de 9 de janeiro de 1944 do Jornal do Commercio, edição do Rio de Janeiro, a obra de Franz Richter consiste no momento anterior ao conflito entre os cristãos e os islâmicos [1].
Descrição
editarA obra de Franta Richter, feita em óleo sobre tela em 1943, foi encomendada por Afonso Taunay, então diretor do Museu Paulista, e pertence ao Fundo Museu Paulista sob o número de inventário 1-19440-0000-0000. O quadro, que teve como base um desenho de Hercule Florence [1], possui as seguintes medidas: 48,2 centímetros de altura e 64 centímetros de largura.
Análise
editarDe origem medieval e intermediadas pelo processo de colonização, as cavalhadas chegaram ao Brasil e passaram a integrar a agenda das expressões culturais de muitas cidades do país [2].
Campinas foi construída sobre as bases de um pouso situado no antigo caminho das minas de Goiás [3]. Seu desenvolvimento econômico esteve atrelado à atividade açucareira, amplamente adotada entre os séculos XVIII e XIX [3]. O intenso fluxo de pessoas nessa região criou um substrato favorável a expressões culturais e festas populares, como as cavalhadas.
Em reportagem ao Jornal do Commercio, edição do Rio de Janeiro, publicada em 9 de janeiro de 1944, Taunay descreveu o evento que foi registrado por Florence e reproduzido por Richter:
“ | Trata-se de uma parada de cavaleiros, uns trinta, vestidos à moda árabe. Albornozados e enturbantados de branco, montando bons cavalos quase todos negros e armados de lança. À frente desse pelotão e para ele voltado e como que comandá-lo, acha-se mais um cavaleiro, cavalgando um animal branco e revestido da mesma indumentária. O ambiente onde se passa a cena é uma grande praça que os entendidos dizem ser a da Matriz Velha em Campinas, hoje Praça Carlos Gomes. Há grande concurso de povo em torno do esquadrão, gente de todas as condições sociais e de ambos os sexos e de grande diversidade de idades. A cena deve ter ocorrido em dia de sol, pois as sacadas dos sobrados há senhoras com guarda-sóis abertos. Trata-se evidentemente de um episódio de cavalhadas. O luzido e vultoso esquadrão mouro formado espera o sinal do seu comandante para se dirigir à arena onde terá e se defrontar com o dos christãos, provavelmente tão numeroso e bem apresentado quanto ele. [1] | ” |
Contexto
editarA obra de Franta Richter foi encomendada em função das comemorações do cinquentenário do Museu Paulista e data de 1943.
Como afirma Taunay em publicação do Jornal do Commercio, edição do Rio de Janeiro, o acesso ao desenho original de Florence, executado por volta de 1850, deu-se por meio de fotografia [1].
Referências
- ↑ a b c d e TAUNAY, Afonso d’Escragnolle. Cavalhadas brasileiras e sua iconografia. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, ano 117, n. 84, 09 jan. 1944. p. 2. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/364568_13/19053. Acesso em: 10 maio 2020.
- ↑ a b SCHIPANSKI, Carlos Eduardo. Cavalhadas de Guarapuava: história e morfologia de uma festa campeira (1899-1999). 2009. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2009. Disponível em: https://www.historia.uff.br/academico/media/aluno/1176/projeto/Tese-carlos-eduardo-schipanski.pdf. Acesso em: 09 set. 2020.
- ↑ a b c TEIXEIRA, Paulo Eduardo. Campinas, uma vila colonial (1774-1822). Revista brasileira de estudos de população, São Paulo, v. 34, n. 3, set. 2017. p. 567-591. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-30982017000300567&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 6 out. 2020.