Censo demográfico do Brasil de 1991
O Censo demográfico de 1991, ou Recensamento Geral de 1991,[2] foi a décima operação censitária nacional conduzida na história do Brasil, ficou a cargo do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, órgão oficial de realização das estatísticas nacionais.[3] A décima operação censitária nacional, determinou que a população residente do Brasil era de 146.825.475, um aumento de 21,3% em relação às 121.150.573 pessoas enumeradas durante o Censo de 1980.[2] Foi o primeiro censo feito com o quadro atual de divisões de unidades federativas: 26 estados e o Distrito Federal.
Censo de 1991 | |
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← 1980 1 de setembro de 1991
2000 → | |
Informação geral | |
Organização | IBGE |
Resultados | |
População | 146 825 475 21,3%[1] |
Estado mais populoso | São Paulo (31 546 473) |
Cidade mais populosa | São Paulo (9 626 894) |
Ao contrário dos quatro censos anteriores, o de 1991 não ocorreu no intervalo de 10 anos, por causa da crise económica que o Brasil enfrentava na época e a necessidade em se reduzir o quadro de servidores públicos e por esse mesmo motivo, apenas o Censo Demográfico foi realizado. A amostragem utilizada no referido censo foi de 10% para os municípios com mais de 15 mil habitantes e 20% para os demais municípios.[2][3]
Preparação
editarCooperação internacional
editarO Censo de 1991 atendeu às solicitações de vários organismos internacionais, entre eles, a ONU (Organização das Nações Unidas), ao mesmo tempo que integrou-se no Censo das Américas, sob o patrocínio do Instituto Interamericano de Estatística, órgão da Organização dos Estados Americanos.[3]
A amostra do Censo, utilizou o método de estimação denominado Mínimos Quadrados Generalizados em Duas Etapas, desenvolvido pelos técnicos do Statistics Canada. Os técnicos do Statistics Canada desenvolveram também os programas em linguagem SAS para a aplicação dessa metodologia, sempre adaptados à realidade brasileira.[3]
Censo experimental
editarJá no ano de 1987, o IBGE começou a planejar o censo que deveria ocorrer três anos mais tarde, em 1990, então foi realizado um Censo Experimental que ocorreu na cidade de Limeira, interior do estado de São Paulo, no ano de 1989.[2]
Atraso
editarO censo deveria ter ocorrido no ano de 1990, porém, o IBGE precisava contratar mais de 180 mil pessoas em caráter temporário para realizar esta operação, entretanto, a autorização da contratação desse contingente foi sendo protelada, uma vez que o governo tentava reduzir o quadro de servidores públicos, a fim de reorganizar as finanças. A contratação de pessoal temporário só foi autorizada em julho de 1990 e já não havia mais tempo para se realizar o processo seletivo para a contratação de servidores temporários para a coleta de dados que estava programada para se iniciar no mês de setembro.[2]
Realização
editarProvimento legal
editarA realização do Recenseamento de 1991 obedeceu às determinações da Lei nº 8.184 de 10 de maio de 1991, manteve também o caráter obrigatório e confidencial atribuído às informações censitárias.[2][3]
Inovações
editarVários aspectos foram inovados para a realização do Censo entre eles, destaca-se, a criação da Comissão Consultiva, composta por estudiosos e especialistas em diversos temas ligados à população, a introdução de novos quesitos no Questionário Básico, a descentralização da entrada de dados nas Unidades da Federação e a dimensão da amostra.[2]
Contexto
editarNo Censo Demográfico de 1991 foram investigadas as características das pessoas, das famílias e dos domicílios, recenseados todas as pessoas residentes no Brasil na data de referência, incluindo as que se encontravam temporariamente ausentes do país, também foi recenseada a população indígena que vivia em postos da FUNAI, em missões religiosas ou em outras áreas. Os únicos que não foram recenseados foram povos indígenas que viviam em tribos isoladas, conservando seus hábitos primitivos de existência.[3]
População total
editarA população por subdivisões, mostrou que o estado de São Paulo continuou sendo o mais populoso da nação, com 31 546 473 habitantes, enquanto que Roraima permaneceu como o menos populoso, embora tenha mais que dobrado sua população em relação a 1980, o estado conta com apenas 215 950 habitantes.
Posição | Unidade federativa | População (1980) | População (1991) | % Crescimento |
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1º | São Paulo | 25 375 199 | 31 546 473 | 24,3 |
2º | Minas Gerais | 13 651 852 | 15 731 961 | 15,2 |
3º | Rio de Janeiro | 11 489 797 | 12 783 761 | 11,3 |
4º | Bahia | 9 597 393 | 11 855 157 | 23,5 |
5º | Rio Grande do Sul | 7 942 722 | 9 135 479 | 15,0 |
6º | Paraná | 7 749 752 | 8 443 299 | 8,9 |
7º | Pernambuco | 6 244 275 | 7 122 548 | 14,1 |
8º | Ceará | 5 380 432 | 6 362 620 | 18,2 |
9º | Pará | 3 507 312 | 5 181 570 | 47,7 |
10º | Maranhão | 4 097 231 | 4 929 029 | 20,3 |
11º | Santa Catarina | 3 687 652 | 4 538 248 | 23,1 |
12º | Goiás | 3 229 219 | 4 012 562 | 24,3 |
13º | Paraíba | 2 810 032 | 3 200 677 | 13,9 |
14º | Espírito Santo | 2 063 679 | 2 598 505 | 25,9 |
15º | Piauí | 2 188 150 | 2 581 215 | 26,1 |
16º | Alagoas | 2 011 875 | 2 512 991 | 24,9 |
17º | Rio Grande do Norte | 1 933 126 | 2 414 121 | 24,9 |
18º | Amazonas | 1 449 135 | 2 102 901 | 45,1 |
19º | Mato Grosso | 1 169 812 | 2 022 524 | 72,9 |
20º | Mato Grosso do Sul | 1 401 151 | 1 778 741 | 26,9 |
21º | Distrito Federal | 1 203 333 | 1 598 415 | 32,8 |
22º | Sergipe | 1 156 642 | 1 491 867 | 29,0 |
23º | Rondônia | 503 125 | 1 130 874 | 124,8 |
24º | Tocantins | 738 688 | 920 116 | 24,6 |
25º | Acre | 306 893 | 417 165 | 35,9 |
26º | Amapá | 180 078 | 288 690 | 60,3 |
27º | Roraima | 82 018 | 215 950 | 163,3 |
Por região
editarPosição | Unidade federativa | População (1980) | População (1991) | % Crescimento |
---|---|---|---|---|
1º | Região Sudeste | 52 580 527 | 62 660 700 | 19,2 |
2º | Região Nordeste | 35 419 156 | 42 470 225 | 19,9 |
3º | Região Sul | 19 380 126 | 22 117 026 | 14,1 |
4º | Região Norte | 6 767 249 | 10 257 266 | 51,6 |
5º | Região Centro-Oeste | 7 003 515 | 9 412 242 | 34,4 |
TOTAL | Brasil | 121 150 573 | 146 917 459 | 21,3 |
Composição étnica
editar- Branca - 51,6%
- Parda - 42,4%
- Preta - 5%
- Amarela - 0,4%
- Ignorada - 0,4%
- Indígena - 0,2%
Referências
- ↑ «Tabela 1287 - População dos municípios das capitais e Percentual da população dos municípios das capitais em relação aos das unidades da federação nos Censos Demográficos». IBGE. Consultado em 8 de novembro de 2020
- ↑ a b c d e f g IBGE. «Recenseamentos Gerais e estatísticas populacionais no Brasil». Consultado em 29 de junho de 2018
- ↑ a b c d e f IBGE (1996). «Características Gerais da População e Instrução» (PDF). Consultado em 29 de junho de 2018
- ↑ a b «Sinopse do Censo Demográfico 2010 (Pesquisa)». IBGE. Consultado em 25 de maio de 2021