Centro Histórico de João Pessoa
O Centro Histórico de João Pessoa está localizado nos bairros do Centro, Róger, Jaguaribe, Tambiá e Varadouro, na cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba. Foi reconhecido como patrimônio histórico nacional em dezembro de 2007.[1]
Centro Histórico de João Pessoa | |
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Igreja de São Francisco | |
Informações gerais | |
Estilo dominante | Diferentes estilos |
Construção | Desde o século XVI |
Estado de conservação | Paraíba |
Património nacional | |
Classificação | IPHAN |
Data | 6 de dezembro de 2007 |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | João Pessoa |
Coordenadas | 7° 07′ 06″ S, 34° 52′ 51″ O |
Localização em mapa dinâmico |
Histórico
editarTerceira capital mais antiga do Brasil,[2] João Pessoa surgiu em 1585, às margens do Rio Sanhauá, como "Cidade Real de Nossa Senhora das Neves". Em 1588, a cidade adquiriu o nome de "Filipeia de Nossa Senhora das Neves", em homenagem ao rei Filipe, que, na época, acumulava os tronos da Espanha e de Portugal. Durante a ocupação holandesa foi chamada Frederikstad, e foi uma das duas principais cidades da Nova Holanda, junto com Mauritsstadt (a atual Recife), na segunda metade do século XVII. Possui antigo e vasto patrimônio histórico, similar ao de Olinda. A denominação de João Pessoa foi aprovada em setembro de 1930[3] como uma homenagem ao político paraibano homônimo, assassinado em 26 de julho de 1930, na Confeitaria Glória, em Recife, por João Duarte Dantas (1888 – 1930), quando era governador da Paraíba e candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas.
São tombados 37 hectares de área e estimadas cerca de 700 edificações, além de ruas, praças e parques históricos que integrem esse conjunto, compreendendo a maior parte dos bairros do Varadouro e do Centro da cidade. Suas edificações compõem um cenário de diferentes estilos e épocas cheio de sobrados, praças, casarios coloniais e igrejas seculares, sendo considerado o principal acervo arquitetônico da Paraíba, relatando as diversas fases da história local, e um dos maiores e mais importantes sítios históricos do Brasil.[4][5][6]
A área delimitada possui bens que representam vários períodos da história de João Pessoa, a exemplo do barroco da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco; do rococó da Igreja de Nossa Senhora do Carmo; do estilo maneirista da Igreja da Misericórdia, todas do século XVII;[6] da arquitetura colonial e eclética do casario civil, além do art-nouveau e o art-déco, das décadas de 20 e 30, predominantes na Praça Antenor Navarro e no antigo Hotel Globo,[4] hoje transformado em centro cultural.[7]
Em meio a casarões coloniais e edificações com características barrocas, também destaca-se o conjunto arquitetônico da Igreja de São Francisco e do Convento de Santo Antônio.[8] Administrada no passado por frades franciscanos, a Igreja de São Francisco possui adro com azulejos portugueses representando as estações da Paixão de Cristo.[8] À esquerda da igreja está a Capela Dourada, com imagem de Santo Antônio e talhas revestidas de ouro. No pátio externo, encontra-se um imenso cruzeiro de pedra calcária, sendo considerado o maior monumento em estilo barroco da América Latina.[7][8]
Na Praça João Pessoa está localizado o edifício da Assembleia Legislativa, em arquitetura bem moderna, contrastando com a antiguidade do Palácio da Redenção (sede do Governo do Estado) e do Palácio da Justiça (sede do Tribunal de Justiça da Paraíba). Na praça também está situado o prédio da antiga Faculdade de Direito, local de muitos acontecimentos históricos e políticos, que se destaca pela sua bela arquitetura.[5]
A Praça Rio Branco, é uma praça histórica da cidade de João Pessoa, durante a restauração foi descoberto que antigamente funcionou um pelourinho no local, que funcionou entre os séculos XVI e XVII. Naquela época a praça era muito movimentada pelos eventos públicos como venda, açoites de escravos, enforcamentos e pronunciamentos oficiais na época da Colônia e do Império.[9] Foi encontrada também, ossada humana e animal, restos de ostras, vários pedaços de garrafas de vidros e de louças portuguesas de porcelanas dos século XVII e XVIII. A base das casas era de calcário - o calcário era tão bom que os holandeses comparavam com o mármore português-; em uma das casas foi localizado um porão,[9] em outra foi localizada um antigo açougue-O primeiro açougue da Paraíba-, e uma edificação que abrigou uma barbearia da época.
Já na Praça Pedro Américo encontra-se o Teatro Santa Roza, inaugurado em 1889, é em estilo barroco com fachada greco-romana e um dos teatros mais antigos do Brasil.[10]
Edifícios religiosos
editarNo Centro Histórico de João Pessoa estão situados edifícios religiosos como a Igreja de São Francisco, o Convento e Igreja de Nossa Senhora do Carmo, a Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, a Igreja de São Frei Pedro Gonçalves, o Mosteiro de São Bento, a Igreja da Misericórdia, a Igreja de Santa Teresa de Jesus da Ordem Terceira do Carmo, a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes e a Primeira Igreja Batista.
Praças Históricas
editarNo Município de João Pessoa possui muitas praças históricas, como a Praça Dom Ulrico possui em sua composição arquitetônica vários artigos de origem estrangeira que dão charme e agregam elegância a sua ambientação. No centro da Praça, observa-se um pedestal com a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, datada de 11 de fevereiro de 1922, cercada por um gradil de ferro, trazida da França pelo Monsenhor Francisco de Assis Albuquerque.[11][12][13] Encontra-se também um marco de pedra, que marca 43 metros de altura, acima do nível do mar, que foi colocado pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte em 1922.[14]
A Praça Rio Branco, é uma praça histórica, já funcionou o centro administrativo e sede da Capitania Real da Parahyba;[15] Conhecida, na época, como Largo do Erário, a área abrigava a Câmara, a Cadeia Pública, o Mercado Público, a Repartição dos Correios, o Erário Público, a casa do Capitão-mor (mandatário da Capitania), o primeiro açougue da Capitania da Parahyba e o Pelourinho;[16] que funcionou entre os séculos XVI e XVII, na época da Colônia e do Império.[9]
A praça Vidal de Negreiros aparece no contexto social de João Pessoa, quando começou a haver a confluência de três linhas de bondes elétricos, que serviam a população interligando os bairros Varadouro, Trincheiras e Tambiá. Devido a atividade desenvolvida, a praça começou a ser chamada de Ponto de Cem Réis, por causa do hábito dos condutores do bonde de gritar o valor das passagens.[17] Possui forte presença de empreendimentos comerciais e edificações históricas. Dentre elas, o Paraíba Palace, Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP), possui estilo art-noveau, pintado num amarelo marcante, é o único exemplar da arquitetura veneziana da capital paraibana.[18]
Na praça da independência, os ideais republicanos influenciaram o projeto arquitetônico do local e, por isso, cada elemento do local guarda um significado: os bancos, originalmente em número de cem (para cada ano do Centenário), o quadrante em referência às quatro regiões geográficas do País à época (em 1922 O Brasil possuía 4 regiões, pois o nordeste fazia parte da região Norte) e o obelisco, escolhido para simbolizar a luta pela Independência. Já os caminhos que cruzam a praça em X, reverenciam a bandeira da Inglaterra, berço do pensamento libertário.[19] O logradouro tem grande valor simbólico para a capital do estado por representar a urbanização da capital em direção à orla marítima.
Galeria de imagens
editarReferências
- ↑ Redação (12 de dezembro de 2017). «Tombamento do Centro Histórico de João Pessoa completa dez anos». Portal Correio. Consultado em 14 de dezembro de 2019
- ↑ PB, Do G1 (5 de agosto de 2012). «João Pessoa, 3ª capital mais antiga do Brasil, completa 427 anos». Paraíba. Consultado em 14 de dezembro de 2019
- ↑ «Correio da Manhã (RJ) - 1936 a 1939 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 14 de dezembro de 2019
- ↑ a b Prefeitura Municipal de João Pessoa 2005-2012. «João Pessoa – Patrimônio Nacional». Consultado em 9 de dezembro de 2012
- ↑ a b Hotel Guarani. «Turismo em João Pessoa - Centro Histórico». Consultado em 17 de dezembro de 2012
- ↑ a b José Chrispiniano (24 de março de 2008). «Centro histórico de João Pessoa é tombado». História Viva. Consultado em 10 de dezembro de 2012
- ↑ a b Brasil Sabor. «O centro histórico de João Pessoa». Consultado em 10 de dezembro de 2012
- ↑ a b c Moraes, Ronei Marcos de. «Igreja de São Francisco - Convento de Santo Antônio». Departamento de Estatística - UFPB. Consultado em 10 de dezembro de 2012
- ↑ a b c Inaê Teles (25 de fevereiro de 2010). «Por baixo da praça existiam casa, açougue e até um pelourinho». Jornal da Paraíba. Consultado em 19 de junho de 2020
- ↑ a-brasil.com. «João Pessoa - Teatro Santa Rosa». Consultado em 17 de dezembro de 2012
- ↑ «Praça Dom Ulrico». Paraiba Criativa. 19 de fevereiro de 2016. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ «Divulgado plano de trânsito para Festa das Neves 2019 no Centro de João Pessoa». G1. 26 de julho de 2019. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ REGINA CELLY NOGUEIRA DA SILVA (2016). «A REVITALIZAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE JOÃO PESSOA: UMA ESTRATÉGIA PARA A REPRODUÇÃO DA CAPITAL» (PDF). UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. USP. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ FELIPE SOUTO MAIOR (4 de junho de 2019). «Pai paralisa obras de mansão de Gabriel Diniz: "Não queria vender o sonho dele"». QUEM. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ A.G.Negrão, C.Nicolau, D. Bezerra, L. A. Villarim, R. Leão, S. Barbosa, V. Monteiro. «CIDADE COLETIVA: UMA ANÁLISE SOBRE A PRAÇA RIO BRANCO –JP/PB» (PDF). Consultado em 28 de outubro de 2019
- ↑ Juliana Brito. «Antigo núcleo econômico de João Pessoa vira praça com roda de choro». G1 Paraíba. Consultado em 28 de outubro de 2019
- ↑ «Inauguração do PONTO DE CEM RÉIS tera Elba e Orquestra Sanhaua». Jornal da Paraíba. 4 de agosto de 2009. Consultado em 29 de janeiro de 2020
- ↑ «Paraíba Palace Hotel». Paraíba Criativa. Consultado em 29 de janeiro de 2020
- ↑ «Praça da Independência». Secretaria de Turismo da Prefeitura municipal de João Pessoa. Consultado em 3 de Fevereiro de 2020