Cerco de Perinto
O Cerco de Perinto foi um dos principais conflitos ocorridos durante a expansão do Reino da Macedônia em direção a Trácia sob liderança de Filipe II (r. 359–336). Apesar da enorme força terrestre utilizada para cercar a cidade, a incapacidade dos sitiantes de bloquear o porto da cidade permitiu que a ajuda chegasse e o cerco fracassasse.
Cerco de Perinto | |||
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Ascensão da Macedônia | |||
Data | 340 a.C. (2 363 anos) | ||
Local | Perinto, na Trácia | ||
Coordenadas | |||
Desfecho | Cerco fracassado | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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Antecedentes
editarDesde sua ascensão em 359 a.C., Filipe II se empenhou em reconstruir o exército macedônio[1] e consolidar seu reino. Uma série de conflitos foram realizados, hora com as cidades-estado gregas, hora com as tribos trácias, acarretando num extenso processo de expansão. No processo, Filipe acabou se confrontando com Cersobleptes (r. 358–341), governante do Reino Odrísio da Trácia.[2]
Em 343 a.C., Cersobleptes começou a conquistar as cidades gregas do Helesponto. Em junho de 342 a.C., Filipe II partiu para uma prolongada expedição na Trácia, que duraria dois anos, com o intuito de depôr o rei odrísio.[3] Após sua conclusão, marchou com seu exército contra Perinto, sua antiga aliada, em decorrência de sua possível aliança com Atenas, que à época estava em guerra com a Macedônia, ou, mais provavelmente, devido a tentativa fracassada dos períntios de ajudar Filipe II em sua campanha.[4]
Batalha e rescaldo
editarO exército macedônico, formado por ca. 30 000 soldados, alcançou Perinto em julho de 340 a.C.. Filipe II construiu torres de cerco, que facilmente suplantaram as catapultas dos muros, e organizou suas forças para que pudessem mantar a pressão aos sitiados dia e noite. Apesar disso, devido a incapacidade dos sitiantes em controlar o porto, quase imediatamente Perinto começou a receber ajuda externa, incluindo de Bizâncio. Ela enviou grandes contingentes e catapultas, permitindo que os períntios atacassem a artilharia inimiga, reduzindo sua capacidade de barragem.[4]
O confronto prosseguiu, e Filipe II conseguiu tomar uma seção da cidade. Porém, como anteriormente, não pôde efetivar sua posição, pois Perinto continuou a receber ajuda externa, incluindo dos sátrapas da Anatólia. O cerco arrastou-se por três meses, até setembro, quando o rei macedônio reagrupou a maior parte de seus efetivos terrestres e marchou contra Selímbria e depois Bizâncio, que foram cercadas.[5] Como em Perinto, os cercos provaram-se sucessivos fracassos, e Filipe II decidiu retornar suas forças para o Reino da Macedônia.[6]
Referências
- ↑ Diodoro Sículo século I a.C., XVI.3..
- ↑ Buckler 1989, p. 179.
- ↑ Cawkwell 1978, p. 117.
- ↑ a b Ashley 2004, p. 140.
- ↑ Ashley 2004, p. 140-141.
- ↑ Ashley 2004, p. 142.
Bibliografia
editar- Ashley, James R. (2004). The Macedonian Empire: The Era of Warfare Under Philip II and Alexander the Great, 359-323 B.C. [S.l.]: Mc Farland. ISBN 0786419180
- Buckler, John (1989). Philip II and the Sacred War. Leida: E.J. Brill. ISBN 978-9-00-409095-8
- Cawkwell, George (1978). Philip of Macedon. Londres, RU: Faber & Faber. ISBN 0-571-10958-6. Verifique
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(ajuda)
- Diodoro Sículo (século I a.C.). Biblioteca Histórica. [S.l.: s.n.]