Chagdud Tulku Rinpoche

Chagdud Tulku Rinpoche (Tromtar, 12 de agosto de 1930 – Três Coroas, 17 de novembro de 2002) foi um lama da escola Nyingma do budismo vajrayana tibetano, reconhecido como a décima sexta encarnação do abade do templo Chagdud Gompa.[1]

Chagdud Tulku Rinpoche

Nascimento 12 de agosto de 1930
Tromtar, Tibete
Morte 17 de novembro de 2002 (72 anos)
Três Coroas, Brasil
Ocupação lama
Religião budismo

Origem do nome

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O nome Chagdud é formado por Chag, ferro e Dud, nó, relembrando o primeiro abade do templo Chagdud Gompa, Sherab Djaltsen, o Chagdud Rinpoche, que era capaz de dar nó em espadas de ferro.[2] Por sua vez, o termo Tulku é um título designado aos lamas reencarnados que direcionaram seu renascimento.[3]Rinpoche é um outro título que significa "precioso" e pode se referir a uma pessoa, lugar ou coisa.[4]

Biografia

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Chagdud nasceu em Tromtar,[5] região situada no Tibete, em 12 de agosto de 1930.[6] Era filho de Sera Karto Tulku, um lama guelupa e Dawa Drolma, uma mestra tibetana,[2] e pertenceu à última geração de mestres tibetanos que receberam os ensinamentos e métodos Vajrayana, antes da invasão chinesa de 1959.[7] Foi reconhecido como a décima sexta encarnação de Chagdud Rinpoche, mestre do templo Chagdud Gompa, aos três anos de idade.[8]

No ano de 1959, com a invasão chinesa no Tibete, exilou-se por 20 anos na Índia, onde trabalhou na construção de uma ferrovia, antes de organizar um uma comunidade de trezentos tibetanos exilados em terras doadas pelo governo indiano.[9] Em 24 de outubro de 1979,[10] mudou-se para Los Angeles, onde ficou hospedado na casa de um amigo até fevereiro de 1980, quando estabeleceu-se em Grass Valley, Califórnia. Lá, casou-se com a norte americana Jane. Mais tarde, aceitou a solicitação de Dudjom Rinpoche e começou a ensinar em Eugene, Óregon.[11] Nos Estados Unidos, criou a Fundação Chagdud Gonpa.[12]

Na década de 1990, Chagdud visitou pela primeira vez o Brasil, onde decidiu viver em 1994. Estabeleceu-se na cidade de Três Coroas, no estado do Rio Grande do Sul. Foi responsável por iniciar, em 1995, as construções de diversas edificações, dentre elas o primeiro templo tibetano tradicional da América do Sul, o Khadro Ling.[13] Morreu em 17 de novembro de 2002.[14]

Referências

  1. Caetano 2018, p. 20; Wilber 1999, p. 383.
  2. a b Nicolodi 2008.
  3. Berzin 1996.
  4. Shakspo 1999, pp. 38–47.
  5. Balreia 2017, p. 93; Nicolodi 2008.
  6. Lima 2018, p. 57; Timmers 2021, p. 44.
  7. Gehrke 2004, p. 6.
  8. Balreia 2017, p. 93; Lima 2018, p. 57.
  9. Balreia 2017, p. 99.
  10. Lima 2018, p. 57.
  11. Balreia 2017, p. 100.
  12. Balreia 2017, p. 100; Gehrke 2004, p. 6.
  13. Balreia 2017, p. 101.
  14. Folha de S.Paulo 2002.

Bibliografia

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