Chaules Pozzebon
Chaules Volban Pozzebon (Capanema, 1982) é um empresário e criminoso brasileiro. Lider de uma organização criminosa voltada para a extração ilegal de madeira e extorsão, Pozzebon foi apontado como o dono de 120 madeireiras em toda região Norte do país, razão pela qual ficou conhecido como o 'maior desmatador do Brasil'.[1] Foi preso durante a Operação Deforest, conduzida pela Polícia Federal, que levou a sua condenação a 99 anos de prisão.[2]
Vida
editarChaules nasceu em Capanema, no Paraná, em 1982. Se mudou para Ariquemes, em Rondônia, no início dos anos 2000, ingressando logo no ramo madeireiro.[1] Possuia algumas empresas no seu nome, algumas em sociedade com familiares, entre eles sua mãe, Maria Salete Pozzebon, e seu filho, Igor José Teixeira Pozzebon, outras empresas eram mantidas por Chaules através de 'laranjas', como Djyeison de Oliveira, José Socorro Melo de Castro e Marcelo Campos Berg, todos empresários que possuiam outras autuações.[1]
Atuação criminosa
editarPozzebon foi preso sob a acusação de liderar uma organização criminosa que invadia terras para extrair madeira ilegalmente, como também manter esquemas de extorsão de assentados e cobrança de 'pedágios' em passagens na região. Junto com ele foram presos outros 15 membros do grupo, desses, 11 eram policiais militares.[3] As denúncias contra a organização começaram no Vale do Jamari, onde moradores reclaram de um esquema de extorsão mantido por pistoleiros, policiais e empresários.[3][4]
O grupo instalou porteiras em passagens da região, onde cobravam valores que chegavam a milhares de reais dependendo do tipo de veículo, como caminhões e tratores. Mantinham também um domínio sobre um assentamente na região conhecida por 'Soldado da Borracha', onde cobravam dinheiro das famílias assentadas, que aguardam a regularização pela reforma agrária, e faziam ações de intimadação e perseguição para tomar algumas áreas.[5] A organização de Pozzebon se preparava para expulsar definitivamente as familias, e vender a terra em lotes para fazendeiros e madeireiros da região.[1]
Outras acusações
editarPozzebon é acusado de outros tipos de crime, como utilização de trabalho escravo em sua fazenda Pedra Preta, em Cujubim.[1]
Negócios com empresas frigoríficas
editarJBS
editarEntre 2018 e 2022, a empresa frigorífica JBS chegou à comprar 8.785 de três fazendas pertencentes a Pozzebon, sem que o suposto sistema de monitoramento da empresa indicasse a problemática dos negócios. A empresa reconheceu as compras e informou ter partido de um esquema interno de funcionários para favorecer as fazendas de Chaules.[6]
Minerva
editarA Minerva Foods também conduziu negócios com as fazendas de Pozzebon durante o ano de 2021, adquirindo 672 cabeças de gado de fazendo ligadas ao desmatamento ilegal.[6]
Referências
editar- ↑ a b c d e «O "maior desmatador do Brasil" possui 120 madeireiras na região Norte». apublica. 22 de novembro de 2019. Consultado em 14 de novembro de 2022
- ↑ «Chaules Pozzebon, madeireiro apontado como o maior desmatador do Brasil é condenado a quase 100 anos de prisão». G1. 21 de junho de 2021. Consultado em 14 de novembro de 2022
- ↑ a b «Preso, "maior desmatador do Brasil" tem 120 madeireiras no Norte, diz MP». Uol. 25 de novembro de 2019. Consultado em 14 de novembro de 2022
- ↑ «PF prende homem suspeito de ser um dos maiores desmatadores do Brasil durante ação, em RO». G1. 23 de outubro de 2019. Consultado em 14 de novembro de 2022
- ↑ «"Maior desmatador do Brasil", Chaules Pozzebon é condenado a mais de 99 anos de prisão». CPT. 22 Junho 2021. Consultado em 14 de novembro de 2022
- ↑ a b «JBS admite ter comprado quase 9 mil bois ilegais do 'maior desmatador do país'». Reporter Brasil. 10 de novembro de 2022. Consultado em 14 de novembro de 2022