Choeronycteris mexicana
Choeronycteris mexicana é uma espécie da família Phyllostomidae . É a única espécie no gênero Choeronycteris.[3] Oocorre em El Salvador, Guatemala, Honduras, México e no sul dos Estados Unidos.
[1] Choeronycteris mexicana | |||||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [2] | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Choeronycteris mexicana Tschudi, 1903 | |||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||
Etimologia
editarO nome Choeronycteris é derivado do grego choiros (porquinho, leitão) e -nykteris (morcego). O nome específico mexicana refere-se à sua localidade-tipo, no México.[3]
Descrição
editarChoeronycteris mexicana tem tamanho médio em relação as outras espécies de morcegos nectarívoros da família Phyllostomidae. O comprimento de seus pelos dorsais pode chegar a 7 mm e a coloração geral varia de cinza a castanho, podendo ser mais claro nos ombros. As asas são cinza-amarronzadas, mais escuras com as pontas mais claras. As orelhas têm a mesma coloração do corpo e variarão em tamanho. A cauda é curta, totalmente contida no uropatágio. O peso corporal varia entre 10 e 20 g, podendo atingir até 25 g em grávidas.[3]
Morcegos da espécie são caracterizados por possuírem um focinho comprido, com uma folha nasal de aproximadamente 5 mm de comprimento. A língua é comprida, estreita e extensível, tipíca de espécie especialistas em ingerir néctar e pólen. Ela é coberta por pequenas papilas semelhantes a pelos, que se tornam mais córneas em direção à base da língua. O crânio tem até 30 mm de comprimento, com o rostro representando 40-50% do comprimento total. Os juvenis têm 22 dentes decíduos, que dão lugar a 30 dentes permanentes.[3]
Como todos os morcegos Phyllostomidae, os indivíduos da espécie usam a ecolocalização. Eles são especialmente sensíveis a altas frequências (65–80 kHz), mas também respondem à frequências mais baixas na faixa de 5 kHz.[3]
Distribuição e habitat
editarNos Estados Unidos, a espécie ocorre no sul do estado da Califórnia e nos estados do Texas, Novo México e Arizona.[4] Mais ao sul, sua distribuição se estende do México até El Salvador, Honduras e Guatemala.[5][6] Ocorre em altitudes de 300 a 2.400 metros em matagais espinhosos semiáridos e decíduos e florestas mistas de carvalho e coníferas.[7] As populações do norte migram para o sul durante o inverno.[2]
Biologia
editarChoeronycteris mexicana alimenta-se de néctar e pólen.[3] Sua língua pode atingir até um terço do comprimento do corpo, permitindo que ele alcance o néctar no interior de uma flor. No sul do Arizona, indivíduos foram registrados alimentando-se de néctar de alimentadores de beija-flores.
A reprodução ocorre entre junho e setembro no Arizona, Novo México e em outras partes dos EUA. No México e América Central, a reprodução ocorre mais cedo e também pode ocorrer uma segunda estação reprodutiva. As fêmeas dão à luz apenas um filhote, embora o nascimento de gêmeos foi relatado na Guatemala. Machos e fêmeas utilizam abrigos separados durante o período de gestação e parto. Os filhotes nascem bem peludos e começam a voar por volta das 4 a 6 semanas de idade.[7]
Comportamento
editarA espécie utiliza cavernas ou prédios abandonados como abrigo diurno. Os indivíduos não formam pequenos grupos, ficando pendurados isoladamente de 2 a 5 cm de distância entre eles e suspensos por um único pé. Se alarmados, eles voam em direção à abertura e à luz. As fêmeas carregam os filhotes durante o voo, mas apenas de um abrigo para outro.[3]
As migrações seguem a disponibilidade regional e sazonal de néctar.[8] O grande tamanho do corpo parece influenciar a distância percorrida por morcegos nectarívoros, possivelmente relacionando ao armazenamento de energia para viajar por áreas sem alimentos disponíveis.[9] De acordo com essa hipótese, C. mexicana pode ser a versão maior e migratória do pequeno táxon irmão residente Musonycteris harrisoni .[10] Espécies residentes, relativamente a espécies migratórias, podem ter áreas de distribuição menores, incluindo áreas de ocorrêcia de espécies de plantas menos energéticas. As espécies migratórias, por outro lado, tendem a concentrar-se em recursos previsíveis e de alta qualidade.[11][9]
Conservação
editarA espécie está classificada como Quase Ameaçada pela IUCN devido à perda de habitat, particularmente os abrigos diurnos em cavernas devido à mineração e ao turismo. É considerada uma espécie de preocupação especial na Califórnia e no Arizona.
Referências
editar- ↑ Simmons, N.B. (2005). Wilson, D.E.; Reeder, D.M. (eds.), eds. Mammal Species of the World 3 ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. pp. 312–529. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494
- ↑ a b Solari, S. (2018). «Choeronycteris mexicana». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2018: e.T4776A22042479. doi:10.2305/IUCN.UK.2018-2.RLTS.T4776A22042479.en . Consultado em 15 de novembro de 2021
- ↑ a b c d e f g Arroyo-Cabrales, Joaquín; Hollander, Robert R.; Jones, J. Knox (1987). «Choeronycteris mexicana». Mammalian Species (291): 1–5. JSTOR 3503823. doi:10.2307/3503823
- ↑ Balin, L. (2009). «Mexican long-tongued bat (Cheoeronycteris mexicana) in El Paso, Texas». The Southwestern Naturalist. 54 (2): 225–226. JSTOR 40263697. doi:10.1894/clg-16.1
- ↑ Couoh-de la Garza, R.; Flores-Rojas, E.; Briones-Escobedo, N.; Angel, E.H.; Marinez-Gallardo, R.; Aguilera, J.C.L. (2006). «Current records of the Mexican long-tailed bat, Choeronycteris mexicana, in Baja California, Mexico». Western North American Naturalist. 66 (2): 265–267. doi:10.3398/1527-0904(2006)66[265:CROTML]2.0.CO;2
- ↑ Guzman-Cornejo, C.; Morales-Malacara, J.B.; Lopez-Ortega, G. (2004). «Morphology, Systematics, Evoloution: A new species of the genus Eudusbabekia (Acari: Prostigmata: Myobiidae) on Choeronycteris mexicana (Chiroptera: Phyllostomidae) in Central Mexico». Journal of Medical Entomology. 41 (4): 587–592. PMID 15311448. doi:10.1603/0022-2585-41.4.587
- ↑ a b Cajas-Castillo, J.O.; Kraker-Castaneda, C.; Lopez-Gutierrez, J.E.; Perez-Consuegra, S.G.; Grajeda-Godinez, A.L. (2015). «Choeronycteris mexicana in Guatemala: temporal occurrence, feeding habits and reproductive activity». Revista Mexicana de Biodiversidad. 86 (3): 835–838. doi:10.1016/j.rmb.2015.07.010
- ↑ Fleming, Theodore H.; Nuñez, Robert A.; Sternberg, Leonel da Silveira Lobo (1993). «Seasonal changes in the diets of migrant and non-migrant nectarivorous bats as revealed by carbon stable isotope analysis». Oecologia. 94 (1): 72–75. Bibcode:1993Oecol..94...72F. PMID 28313861. doi:10.1007/BF00317304
- ↑ a b von Helversen, O.; Winter, Y. (2003). «Glossophagine bats and their flowers: costs and benefits for plants and pollinators». In: Kunz, T. H.; Fenton, B. M. Bat Ecology. Chicago, IL: University of Chicago Press. pp. 346–397
- ↑ Carstens, Bryan C.; Lundrigan, Barbara L.; Myers, Philip (2002). «A Phylogeny of the Neotropical Nectar-Feeding Bats (Chiroptera: Phyllostomidae) Based on Morphological and Molecular Data» (PDF). Journal of Mammalian Evolution. 9: 23–53. doi:10.1023/A:1021331711108. hdl:2027.42/44976
- ↑ Tschapka, Marco; Sperr, Ellen B.; Caballero-Martínez, Luis Antonio; Medellín, Rodrigo A. (2008). «Diet and Cranial Morphology of Musonycteris harrisoni, a Highly Specialized Nectar-Feeding Bat in Western Mexico». Journal of Mammalogy. 89 (4): 924–932. doi:10.1644/07-MAMM-A-038.1