Choros N.º 7
Esta página ou se(c)ção precisa ser formatada para o padrão wiki. (Agosto de 2017) |
Choros Nº 7, com o subtítulo "Settimino" (Septeto) é um septeto instrumental escrito em 1924 pelo compositor Brasileiro Heitor Villa-Lobos. Ele é parte de uma série de catorze composições numeradas coletivamente intitulada Choros, variando de solos de violão e piano, até obras escritas para solista ou coro com orquestra ou múltiplas orquestras, com duração de até mais de uma hora. Choros Nº 7 é de pequena duração: uma performance tem duração de cerca de oito minutos e meio.
História
editarChoros No. 7 foi composta no Rio de Janeiro em 1924 (imediatamente após Choros N.º 2 , e dois anos antes da orquestral Choros Nº 6), tornando-se o terceira peça da série a ser escrita. A partitura é dedicada ao patrono do compositor, Arnaldo Guinle, para quem Villa-Lobos também dedica Choros N.º 5. Foi estreada na Escola Nacional de Música no Rio de Janeiro em 19 de setembro de 1925, por Ary Ferreira (flauta), Antão Soares (clarinete), Rodolfo Attanasio (oboé), Felipe Duchamps (saxofone alto), Assis Republicano (fagote), Cardoso de Menezes (violino), e Newton Pádua (violoncelo). A estreia europeia ocorreu como o primeiro de um par de concertos dedicado à obra Villa-Lobos, na Salle Gaveau em Paris, em 24 de outubro de 1927. Os artistas foram Gaston Blanquart (flauta), Lucien-José Francisco de Nattes (oboé), Luís Cahuzac (clarinete), Hipólito Poimboeuf (saxofone alto), Gustave Dhérin (fagote), Marcel Darrieux (violino), e Robert Krabansky (violoncelo) (Villa-Lobos, sua obra 2009, 23–24).
Choros No. 7 foi coreografada e apresentada pelo Balé de Nova York, em 1960 (Appleby 2002, 85).
Instrumentação
editarChoros Nº 7 foi composto para o seguinte septeto instrumental: flauta, oboé, clarinete, saxofone alto, fagote, violino, violoncelo, com a adição opcional de um tam-tam fora do palco, próximo fim da peça (Appleby 2002, 85).
Análise
editarA forma de Choros Nº 7 se caracteriza por uma sequência desconexa de segmentos musicais, que, de alguma forma misteriosa, consegue criar um sentido de unidade (Peppercorn 1991, 52). As texturas enérgicas são tecidas de forma indiscriminada, a partir de uma mistura de primitivismo indígena, polkas e valsas de salões de dança suburbanos (Wright 1992, 68). Villa-Lobos combina e contrasta os diferentes materiais para produzir efeitos instrumentais originais e novos timbres, favorecendo estes a tal ponto que praticamente não há desenvolvimento temático, e as harmonias são produzidos mais ou menos acidentalmente a partir do conjunto de partes lineares (Peppercorn 1991, 56).
Segundo o compositor, no tema de abertura primitivo, o caráter indígena vai gradualmente se transformando no decorrer da obra em estilos mais civilizados, finalmente surgindo uma valsa lenta. Esta é sucedido pelo surgimento de uma melodia com conflitos rítmicos, enriquecidos com notas ornamentadas características de animadas polquinhas cariocas. Ao final, o tema indígena ressurge, refletindo a transformação que sofreu (Villa-Lobos 1972, 201).
As síncopas características da parte do meio de Choros No. 7 são comuns em habaneras, tangos Brasileiros, maxixe, e nas polkas (polquinhas) de um dos criadores do gênero choro, o flautista Joaquim Antônio da Silva Calado (Appleby 2002, 85).
Referências
editar- Albuquerque, Joel Miranda Bravo de. 2012. "Choros No 4 e No 7 de Villa-Lobos: dois procedimentos diferentes envolvendo o uso de eixo de simetria como fator estrutural". Anais do II Simpósio Villa-Lobos: Perspectivas Analíticas para a Música deVilla-Lobos, SãoPaulo, 23 a 25 de novembro de 2012, edited by Paulo de Tarso Salles and Ísis Biazioli de Oliveira, 275–88. São Paulo: Departamento de Música/Escola de Comunicações e Artes/Universidade de São Paulo. ISBN 9788572050982.
- Appleby, David. 2002. Heitor Villa-Lobos: A Life (1887–1959). Lanham, MD: Scarecrow Press. ISBN 978-0-8108-4149-9.
- Neves, José Maria. 1977. Villa-Lobos, o choro e os choros. São Paulo: Musicália S.A.
- Nóbrega, Adhemar Alves da. 1975. Os Choros de Villa-Lobos. Rio de Janeiro: Museu Villa-Lobos.
- Peppercorn, Lisa M. 1991. Villa-Lobos: The Music: An Analysis of His Style, translated by Stefan de Haan. London: Kahn & Averill; White Plains, NY: Pro/Am Music Resources Inc. ISBN 1-871082-15-3 (Kahn & Averill); ISBN 0-912483-36-9.
- Rodrigues, Lutero. 2012. "Considerações sobre a interpretação do Choros 7". Anais do II Simpósio Villa-Lobos: Perspectivas Analíticas para a Música de Villa-Lobos, São Paulo, 23 a 25 de novembro de 2012, edited by Paulo de Tarso Salles and Ísis Biazioli de Oliveira, 96–104. São Paulo: Departamento de Música/Escola de Comunicações e Artes/Universidade de São Paulo. ISBN 9788572050982.
- Villa-Lobos, Heitor. 1972. "Choros: Estudo técnico, estético e psicológico", edited in 1950 by Adhemar Nóbrega. In Villa-Lobos, sua obra, second edition, 198–210. Rio de Janeiro: MEC/DAC/Museu Villa-Lobos.
- Villa-Lobos, sua obra. 2009. Version 1.0. MinC / IBRAM, and the Museu Villa-Lobos. Based on the third edition, 1989.
- Wright, Simon. 1992. Villa-Lobos. Oxford Studies of Composers. Oxford and New York: Oxford University Press. ISBN 0-19-315476-5 (cloth); ISBN 0-19-315475-7 (pbk).
Ligações externas
editar- villalobos.iu.edu Site Villa-Lobos na Universidade de Indiana: Mantida pelo Centro de Música da América latina