Cine Guarani
O Cine Guarani foi uma sala de cinema construída em 1931 no bairro Cidade Velha, no município brasileiro de Belém, no Estado do Pará.
Cine Guarany | |
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Uso atual | Anexo do Ministério Público do Estado do Pará |
Localização | Praça Felipe Patroni, 48 Belém |
Inauguração | 1931 |
Fechamento | Década de 1980 |
Salas de exibição | Única |
Capacidade | 800 assentos |
História
editarInauguração
editarO Cine Guarani começou a ser construído em julho de 1931 pelo empresário J. Alexandre Trigoso Torres. O projeto é de autoria de Sebastião R. de Oliveira.[1]
Era um cinema voltado para um público mais modesto, residente no bairro. Cinemas de bairro apresentavam acomodações e programação mais modesta e não apresentavam lançamentos cinematográficos (sobretudo os norte-americanos de sucesso), que eram produções mais caras e reservadas aos cinemas de rua. Ainda assim, seu público era assíduo, composto por moradores do entorno. As sessões eram, em geral, únicas e com filmes mais antigos, portanto pouco apareciam em anúncios de jornal.[2]
O Cine Guarani contava com 800 lugares, distribuídos em cadeiras de madeira.[1] A arquitetura do cinema é influenciada pela estética moderna Art Déco, em voga na década de 1930. A fachada externa é formada por uma platibanda composta por adornos geométricos e lineares.
Mudança de proprietários
editarA história do período inicial de atividades do Cine Guarany é pouco conhecida, mas se sabe que na década de 1940 a sala chegou a pertencer à Empresa Cinematográfica Paraense Ltda, junto com outras sete salas de Belém[3]. Esta companhia foi criada pelo banqueiro Adalberto Marques, que adquiriu inicialmente o Cine Olympia[4] no fim da década de 1930.
Em 1946, todas as salas de cinema da Empresa Cinematográfica Paraense foram vendidas à empresa São Luiz Ltda, que era propriedade do empresário Luiz Severiano Ribeiro, dono de uma rede de exibição que servia a todo o Nordeste e se então estendia para a região Norte[5] (e que ainda existe sob o nome Kinoplex).
Encerramento
editarJá na década de 1980, a sala foi novamente vendida e substituída por um banco[1]. Posteriormente, foi destinada ao uso institucional, sendo parte das dependências do Ministério Público do Estado do Pará.[2]
Ver também
editarReferências
editar- ↑ a b c Silva, Ivanilde Braga da (4 de junho de 1989). «Como eram os velhos cinemas do Pará». O Liberal (n.22325): p.5. Consultado em 4 de maio de 2023
- ↑ a b RIBEIRO, Salma Nogueira (2019). Cine Ópera - Belém/PA. Arquitetura como microcosmos de memórias subterrâneas (PDF). Belém: Dissertação (Mestrado) / Universidade Federal da Bahia
- ↑ «CINEMAS. Empresa Cinematográfica Paraense Limitada. Os grandes programas de hoje.» (PDF). Hemeroteca Digital Brasileira. O Liberal (n.14): p.2. 30 de novembro de 1946. Consultado em 5 de maio de 2023
- ↑ BARBOSA,, R.S. (2019). Recortes do cinema na Amazônia. Rio Branco: NEPAN. p. 160
- ↑ CARNEIRO, Eva Dayna Felix (2016). "OS ESPECTADORES": história, sociabilidade e cinema em Belém do Pará na década de 1950 (PDF). Belém: Dissertação (Mestrado)/Universidade Federal do Pará