Toranja

espécie híbrida de planta
(Redirecionado de Citrus × paradisi)

A Citrus × paradisi, comummente conhecida como toranja[1] (grafia alternativa toronja[2]), é uma espécie de citrino híbrido, originário de Barbados como um cruzamento acidental entre o pomelo (Citrus maxima) com a laranja (Citrus × sinensis).[3] É conhecida pelos frutos relativamente grandes, de sabor azedo a semidoce, um tanto amargo. A polpa interior é segmentada e varia em cor do amarelo claro ao rosa escuro.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaToranja
Frutos
Frutos
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Sapindales
Família: Rutaceae
Gênero: Citrus
Espécie: C. × paradisi
Nome binomial
Citrus × paradisi
Macfad.

Nomes comuns

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Dá ainda pelos seguintes nomes comuns regionais:

  • em Macau é conhecida como jamboa[4];
  • nalgumas regiões do Brasil pode ser conhecida como pomelo[5] (não confundir com a espécie Citrus maxima[6], que consigo partilha este nome comum) ou como pamplemussa.[7]

Etimologia

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Quanto ao nome científico desta espécie:

Quanto aos nomes comuns:

A palavra «toranja», bem como a sua grafia alternativa «toronja», provém do persa turanj através do árabe turünjâ.[11][1]

Descrição

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A toranjeira é uma árvore de folha perene, com copas achaparradas e densamente folhadas, que, geralmente, mede cerca de 5 a 6 metros de altura, embora haja relatos de espécimes com 13 a 15 metros.[12] As folhas são verde-escuras, longas (até 150 milímetros) e magras. Produzem flores brancas de quatro pétalas, com 5 centímetros.

No que toca ao fruto, as toranjas costumam variar em diâmetro, entre 10 a 15 centímetros[12], com algumas variedades contendo sementes, ao passo que outras não.[13] De paladar ácido e azedo[14], com uma doçura latente, a toranja tem uma suculência similar à da laranja e possui muitos dos mesmos benefícios para a saúde. A toranja é um citrino grande, parente da laranja e do limão, sendo certo que é categorizado como um citrino rosa ou rubi[15], não pela cor da sua casca, que é amarela ou amarela rosada, mas pela cor da sua polpa.[16]

Esta fruta tem casca amarelo-alaranjada de formato esférico-achatado. A polpa é segmentada e ácida, variando em cores, dependendo do cultivo, podendo ser branca, rosada, tinta e com diferentes doçuras.[16]

Cultivo

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A toranjeira é uma árvore tropical adaptada a climas tropicais e subtropicais, tanto com chuvas invernais, como na orla do Mediterrâneo, incluindo o Algarve,[17] como com chuvas estivais, como no Sudeste dos Estados Unidos, na Flórida, e no Sul do Brasil.[18]

As temperaturas ideais para o cultivo deste citrino rondam os 25 e os 30 graus Celsius, sendo que o mês mais frio não deve registar temperaturas mínimas abaixo dos 15 graus Celsius.[18] O crescimento desta planta tende a suspender-se se as temperaturas descerem abaixo dos 13 graus Celsius ou se subirem acima dos 38 graus Celsius[18]. Costuma preferir solos profundos, com um nível de PH na ordem dos 5 ou 6, com boas propriedades de retenção de humidade e boa exposição solar.[18]


Esta espécie tende a medrar melhor nos trópicos, incluindo nos trópicos húmidos, do que nos subtrópicos.[19]Se for sujeita a períodos de seca superiores a 3 meses consecutivos, a toranjeira pode precisar de se socorrer de métodos de irrigação artificial.[18] Por outro lado, as flores e os frutos desta planta não toleram a geada, embora a árvore em si ainda seja capaz de resistir até aos 7 graus Celsius negativos, antes de perecer.[12]

As primícias da toranjeira só surgem já quando a árvores tem 7 ou 8 anos, antes disso não costuma produzir fruto.[12] Em todo o caso, a utilidade económica desta planta costuma valer-se por períodos de 30 a 35 anos.[12]

A toranja tem utilidades alimentícias e medicinais, contando ainda com algumas valências na ramo tintureiro e da cosmética.[12][20]

Culinária

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A toranja, por si só, pode ser comida crua, à mão, contando-se como um alimento típico de pequeno-almoço em muitas partes do mundo[20][21]. Pode ser segmentada em gomos e adicionada a saladas de fruta[20]. Pode ser espremida para fazer sumos naturais ou concentrados.[21] Podendo, inclusive, ser empregada na confecção de geleias e compotas.[20][21]

A casca da toranja pode ser caramelizada, bem como pode ser usada como fonte de pectina e de óleos essenciais[13], usados para aromatizar refrigerantes, pastilhas elásticas, bolos e gelados.[21]

Das sementes pode extrair-se um óleo essencial que, quando refinado, pode servir de óleo culinário de alta qualidade.[13][20]

Farmacologia

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Tanto os frutos como as flores desta planta têm propriedades medicinais, exploradas pelas industrias farmacológicas.[21][20]

Outros usos

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Os resíduo do fruto, que não tenham utilidade para a industria alimentar ou farmacológica, podem ser aproveitados para forragem animal.[20]

Com o óleo essencial extraído das sementes pode-se tingir tecidos de algodão e aromatizar sabões.[16]

Produção mundial

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País Produção em 2018
(toneladas anuais)
  China 4.965.768
  Vietname 657.660
  Estados Unidos 558.830
  México 459.610
  África do Sul 445.385
  Índia 257.750
  Turquia 250.000
  Sudão 234.388
  Tailândia 219.838
  Israel 148.896
  Argentina 114.118
  Tunísia 104.593
Fonte: Food and Agriculture Organization[22]

Referências

  1. a b Infopédia. «toranja | Definição ou significado de toranja no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 28 de setembro de 2021 
  2. S.A, Priberam Informática. «toronja». Dicionário Priberam. Consultado em 28 de setembro de 2021 
  3. Carrington, Sean; Fraser, Henry C. (2003). «Grapefruit». A~Z of Barbados Heritage. [S.l.]: Macmillan Caribbean. pp. 90–91. ISBN 978-0-333-92068-8. One of many citrus species grown in Barbados. This fruit is believed to have originated in Barbados as a natural cross between sweet orange (C. sinesis) and pomelo (C. grandis), both of which originated in Asia and were introduced by Europeans in the 17th century. 
  4. «Dicionário Online - Dicionário Caldas Aulete - Significado de jamboa». aulete.com.br. Consultado em 28 de setembro de 2021 
  5. «Dicionário Online - Dicionário Caldas Aulete - Significado de pomelo». aulete.com.br. Consultado em 21 de abril de 2023 
  6. Infopédia. «pomelo | Definição ou significado de pomelo no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 28 de setembro de 2021 
  7. «Pamplemussa». Michaelis On-Line. Consultado em 28 de setembro de 2021 
  8. «cĭtrus | ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 21 de abril de 2023 
  9. «paradisi | ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 21 de abril de 2023 
  10. «părădīsus | ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 21 de abril de 2023 
  11. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 690.
  12. a b c d e f «Citrus x paradisi - Useful Tropical Plants». tropical.theferns.info. Consultado em 15 de janeiro de 2022 
  13. a b c Facciola, S. (1998). Cornucopia II - a source of edible plants. San Francisco, USA: Kampong Publications. 713 páginas. ISBN 0-9628087-2-5 
  14. Lorenzi, Harri (2000). Brazilian Fruits & Cultivated Exotics. São Paulo, Brasil: Instituto Plantarum De Estudos Da Flora LTDA. 627 páginas. ISBN 8586714240 
  15. Mabberley, D. (1997). «A classification for edible Citrus (Rutaceae)». Rijksherbarium, University of Leiden. Telopea (7): 167-172. doi:10.7751/TELOPEA19971007. Consultado em 15 de janeiro de 2022 
  16. a b c Uphof, J. C. (1968). Dictionary of Economic Plants. Weinheim, Deuschland: Von J. Cramer. 591 páginas. ASIN B0000BTWMG 
  17. Mabberley, D. J.; Placito, P. J.; Wise, Rosemary (1993). Algarve Plants and Landscapes: Passing Tradition and Ecological Change (em inglês). Oxford, UK: Oxford University Press. 300 páginas. ISBN 0198587023 
  18. a b c d e Huxley, A. (1992). The New Royal Horticultural Society Dictionary of Gardening (em inglês). Ithaca, NY, USA: Macmillan Press. 3200 páginas. ISBN 0333474945 
  19. Barwick, Margaret (2004). Tropical & Subtropical Trees: A Worldwide Encyclopaedic Guide (em inglês). London, UK: Thames & Hudson. 484 páginas. ISBN 0500511810 
  20. a b c d e f g «Citrus paradisi - Datenvollafp». mansfeld.ipk-gatersleben.de. Consultado em 15 de janeiro de 2022 
  21. a b c d e Vasquez, Rodolfo; Gentry, Alwyn H. (1989). «Use and Misuse of Forest-Harvested Fruits in the Iquitos Area». Conservation Biology (4): 350–361. ISSN 0888-8892. Consultado em 15 de janeiro de 2022 
  22. fao.org (FAOSTAT). «Grapefruit production in 2018, Crops/World regions/Production quantity (from pick lists)». Consultado em 20 de outubro de 2020 
 
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