Clarival do Prado Valladares
Clarival do Prado Valladares (Salvador, 26 de setembro de 1918 – Rio de Janeiro, 1983), foi um médico, escritor, professor, poeta, pesquisador e crítico de arte brasileiro.
Clarival do Prado Valladares | |
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Nascimento | 26 de setembro de 1918 Salvador |
Morte | 1983 (64–65 anos) |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | médico, escritor |
Biografia
editarFilho de um dos mais conceituados médicos da Bahia, o professor Antônio do Prado Valladares, e de Clarice Santos Silva Valladares, foi educado em Salvador e ainda jovem foi estudar no Recife, onde fez o curso médio e parte do curso superior de Medicina. Ali teve contato com o poeta Joaquim Cardozo e com o grupo formado ao redor do sociólogo Gilberto Freyre.[1][2]
Retornando à Bahia, concluiu seu curso na Faculdade de Medicina de Salvador e, de 1953 a 1956, especializou-se em Patologia Clínica na Universidade de Harvard, em Boston, EUA.[1]
De volta ao Brasil (1956), tornou-se docente, por concurso, de Anatomia Patológica na UFBA.[1]
Porém, a partir de 1957, sem abandonar a Medicina, resolveu investir em sua vocação para estudos de natureza social e, a partir daí, para análise das manifestações artísticas que se tornaram sua objetivação plástica, sistematizando sua vocação para estudos de natureza social e para a análise das manifestações artísticas.
Por sua ligação com as artes, em 1962, foi chamado pela congregação para lecionar História da Arte na Escola de Belas Artes e na Escola de Teatro da Universidade da Bahia.
No ano seguinte, voltou ao Rio de Janeiro, onde já tinha morado logo após sua formatura em Medicina e aí intensificou sua atividade de historiador e crítico. Nessa época iniciou a publicação dos principais livros sobre assuntos de sua preferência e especialidade, tornando-se um escritor famoso e respeitado.
Embora residente na cidade do Rio de Janeiro, visitou com frequencia sua terra natal, pois lá estavam as fontes principais de suas pesquisas. Representou o Brasil em certames internacionais, fez parte da Comissão Nacional de Belas Artes e do Conselho Federal de Cultura. Foi convidado a participar de vários júris tanto no Brasil quanto no exterior.
Apreciação
editarValladares dedicou a vida à reconstrução da história e das artes no Nordeste e na Bahia. Um dos nomes de maior respeitabilidade na historiografia e crítica de arte no Brasil, foi crítico do Jornal do Brasil e editor dos Cadernos Brasileiros, publicou, entre outras obras:
- Riscadores de milagres (1967)
- Presciliano Silva: um estudo biográfico e crítico (1974);
- Alberto Valença: um estudo biográfico e crítico (1980);
- Arte e Sociedade nos Cemitérios Brasileiros, em 2 volumes (1972).
- Aspectos da Arte Religiosa no Brasil (1981).
- Rio Barroco (1978);
- Rio Neoclássico (1978)
- Nordeste Histórico e Monumental, em 4 volumes (1982-1983).
- The Impact of African Culture on Brazil, além de outros, especialmente biográficos e de poesia.
Prêmio
editarA empresa Odebrecht (atual Novonor) criou em 2003 um prêmio com seu nome a ser conferido anualmente a um projeto de pesquisa inédito (pesquisa histórica e de produção bibliográfica). Segundo a empresa, «o prêmio é um incentivo à historiografia do Brasil e visa enriquecer o acervo documental do País sobre fatos, processos e pessoas cuja memória deva ser preservada e difundida.»[3]
Referências
- ↑ a b c Cultural, Instituto Itaú. «Clarival do Prado Valladares». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 10 de julho de 2019
- ↑ «Clarival do Prado Valadares». ihgb.org.br. Consultado em 10 de julho de 2019
- ↑ «Abertas as inscrições para o Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica | Portal de Notícias e Eventos». www.ufrgs.br. Consultado em 10 de julho de 2019
Bibliografia
editar- LEITE. José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1989.
- CAVALCANTI, Carlos/AYALA, Walmir. Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Brasília: MEC;Instituto Nacional do Livro, 1980.
- ALVES, Marieta. Intelectuais e escritores baianos. Salvador: Museu da Cidade, 1977.