Clima da Região Norte do Brasil
O clima da Região Norte do Brasil é predominantemente o equatorial úmido, com temperaturas médias acima dos 25°C e chuvas abundantes, com precipitações entre 2 e 3 mil mm anuais,[1]sendo a maior pluviosidade registrada no litoral do Amapá e na foz do rio Amazonas, ultrapassando 5.000 mm/ano.[2] No noroeste do Pará e no leste de Roraima, prevalece o clima equatorial semiúmido, caracterizado por períodos curtos de seca e temperaturas anuais elevadas. No Tocantins e no sudeste do Pará, o clima tropical é predominante, caracterizado por duas estações (uma chuvosa e outra seca).[1]
Características do clima amazônico
editarRegime de chuvas
editarNo verão, as frentes frias oriundas do sul estão associadas às chuvas sobre as regiões sul e oeste da Amazônia. No inverno, a entrada de massas de ar frio e seco podem afetar o clima no oeste da região, produzindo as chamadas "friagens".[2][3]
Há quatro núcleos principais de precipitação na Amazônia:
- Noroeste: chuvas acima de 3.000 mm/ano, principalmente entre abril e junho, provocadas pela condensação do ar úmido oriundo do Atlântico, e que se condensa pelo contato com correntes de ar frias vindas dos Andes;[2]
- Central: localizada ao redor de 5°S, apresenta precipitação em torno de 2.500 mm/ano, ocorrendo entre março e maio; a estação seca ocorre no inverno;[2]
- Sul: nesta área, as chuvas ocorrem entre fevereiro e abril; a estação seca ocorre no inverno;
- Leste: engloba a região no entorno de Belém, Pará, com precipitação acima de 4.000 mm anuais, concentrada no trimestre de fevereiro a abril.[2]
Embora o desmatamento crescente tenha provocado alguma variação nos índices pluviométricos, ainda não há observação conclusiva de que isso tenha causado impacto direto no clima da região; isso é particularmente notado no sul da Amazônia, onde a devastação ambiental é mais evidente.[2]
Temperatura
editarOs valores médios anuais variam entre 24 e 26°C. Em 1997, uma frente fria particularmente intensa fez cair significativamente a temperatura no oeste da Amazônia, com registro de 11°C em Rio Branco, Acre. Em Belém, a temperatura média varia de 25,4°C em março a 26,5°C em novembro. Em Manaus, a média vai de 25,8°C a 27,9°C. Estudos realizados na região demonstram que a temperatura média subiu acima de 0,5°C ao longo dos anos últimos 100 anos, mas ainda não é conclusivo se isto se deve ao aquecimento global ou por efeito da urbanização da região.[2]
Variabilidade climática
editarFenômenos como o El Niño/La Niña afetam o regime de chuvas na Amazônia. O El Niño pode agudizar situações de seca (como ocorreu entre 1925-1926), embora a seca e o fenômeno nem sempre estejam relacionados. Em 1964 e 2005, por exemplo, onde ocorreu seca, mas não El Niño. Na ocorrência de La Niña, o clima amazônico tende a tornar-se mais úmido.[2][4]
Outro fator importante na variação climática da Amazônia, é o aquecimento das águas do Atlântico Norte, considerado o principal responsável pela seca de 2005, uma das piores já ocorridas na região. Neste ano, foi decretada calamidade pública nos 61 municípios do Amazonas e em 11 do Pará.[2] Em 2013, um estudo feito pela NASA comprovou que a região ainda não havia se recuperado totalmente da seca de 2005.[5]
Referências
editar- ↑ a b BEZERRA, Juliana. «Região Norte». Toda Matéria. Consultado em 22 de outubro de 2024
- ↑ a b c d e f g h i CAVALCANTI, IRACEMA F. A.; FERREIRA, NELSON J.;DIAS, MARIA ASSUNÇÃO F.;JUSTI, MARIA GERTRUDES A. (orgs.) (2009). Oficina de Textos, ed. Tempo e Clima no Brasil. São Paulo: [s.n.] pp. 197–2012. ISBN 978-85-86238-92-5
- ↑ Universidade Federal de Pelotas (ed.). «Influência das friagens nas condições meteorológicas da região amazônica». Consultado em 22 de outubro de 2024
- ↑ GRAGNANI, Juliana (19 de julho de 2021). BBC News, ed. «Amazônia: Como El Niño ajudou a devastar 2,5 bilhões de árvores e cipós em meio a seca e incêndios». Consultado em 22 de outubro de 2024
- ↑ «Nasa mostra que seca de 2005 afetou área da Amazônia por anos». G1. 20 de janeiro de 2013. Consultado em 22 de outubro de 2024