Coisas Nossas
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Coisas Nossas é um filme musical brasileiro de 1931 produzido e dirigido por Wallace Downey e lançado pela produtora Byington e Cia.[1] Inspirado em produções de Hollywood, o filme apresenta aspectos do Brasil dos anos 20 e início dos anos 30.[2]
Coisas Nossas | |
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Brasil 1931 • p&b • | |
Gênero | comédia musical |
Direção | Wallace Downey |
Produção | Alberto Byington Jr. |
Música | Joubert de Carvalho Noel Rosa Marcelo Tupinambá |
Cinematografia | Adalberto Kemeny Rudolf Rex Lustig |
Companhia(s) produtora(s) | Byington e Cia. |
Lançamento | 23 de novembro de 1931 (bra) |
Idioma | português |
Este foi também o primeiro filme sonoro brasileiro comercialmente bem sucedido. Dirigido pelo americano Wallace Downey, que fora alocado no Brasil para instalar uma filial brasileira da Columbia Records em 1928,, também se tornando o representante do estúdio no Brasil. Aqui no país, descobriu-se em meio a um cenário cultural e popular rico, e decidiu apostar na produção de de discos e filmes para lucrar com um mercado pouco explorado até então. O filme contava com o reconhecimento de suas estrelas para fazer sucesso, dentre elas o cantor Paraguaçu, que já havia participado de filmes sonoros antes, como Acabaram-se os Otários (1929)..[3]
Além de outros nomes de peso da época como Jayme Redondo, Arnaldo Pescuma, Gaó, Jararaca, Pilé e Helena Pinto de Carvalho. Jararaca, componente da famosa dupla Jararaca e Ratinho, grandes nomes do teatro e depois da rádio carioca, marcou presença no filme[4] Em 1937, W. Downey funda a Sonofilmes que se dedicará a produções sem grandes pretensões cinematográficas e que buscavam simplesmente o sucesso de público. Entre os carnavalescos produzidos com sucesso estão a "trilogia das frutas tropicais" como ficaram conhecidos Banana da Terra (1938), Laranja da China (1939) e Abacaxi Azul (1944); e Samba em Berlim (1943) e Berlim na batucada (1944).[5]
Sinopse
editarNo filme, uma série de acontecimentos cômicos são intercalados por números musicais: Dois amigos decidem realizar uma serenata para a mulher que amam. Durante os preparativos para a cerimônia, porém, um tenta trapacear contra o outro. Ao descobrir isso, uma briga estoura entre os dois e atrapalha os planos de ambos. Enquanto isso, um homem alcoolizado deve cortar o cabelo de um jovem em sua barbearia, enquanto ele e o pai do menino conversam sobre a vida; eventualmente o barbeiro acaba realizando um péssimo trabalho no corte de cabelo do menino, o que causa uma confusão na barbearia. Depois disso, dois amigos se encontram e dividem histórias sobre a vida e trabalho de ambos, como quando um revela ter sido impedido de realizar um número musical no hotel em que se hospedava. Também é tratada a condição do negro escravo. (Resumo a partir da descrição da trilha sonora original, in: AJP/CN-VPMB)[6]
Elenco
editar- Alvarenga
- Francisco Alves
- Sebastião Arruda
- Nenê Biolo
- Alzirinha Camargo
- Corita Cunha
- Guilherme de Almeida
- Helena Pinto de Carvalho
- Stefania Macedo
- Procópio Ferreira
- Gaó Gurgel
- Jararaca
- Batista Júnior
- Zezé Lara
- Paraguaçu
- José Oliveira
- Calazans e Rangel
- Arnaldo Pascuma
- Napoleão Tavares
Lançamento
editarO filme foi lançado a 30 de novembro de 1931, no Cine Eldorado, no Rio de Janeiro, onde permaneceu por duas semanas em cartaz.[7] Sua estreia oficial foi no Cine Rosário em São Paulo, uma semana antes, no dia 23 de novembro.[3]
Fatos
editar- Coisas Nossas acabou por inspirar Noel Rosa a compor o samba São coisas nossas.[8]
- O sucesso do filme abriu caminho para outras produções que tratavam de samba e carnaval. Um exemplo famoso é A Voz do Carnaval (1933) de Adhemar Gonzaga, produzido pela Cinédia.[9]
- Foi o primeiro filme da Cinédia com a temática do carnaval.[9] A produtora faria outros sucessos carnavalescos durante a década de 1930, como Alô, alô Brasil (1935) e Alô, alô Carnaval (1936). O de 1935, também dirigido por Wallace Downey, foi o primeiro filme brasileiro a usar som ótico (Movietone).[10]
- O autor Alex Viany considera Coisas Nossas como o "primeiro filmusical" brasileiro. Enquanto A Voz do Carnaval, seria o inaugurador do "ciclo musicarnavalesco".[10]
- Existe um estudo feito sobre o filme por Antonio Jesus Pfeil, chamado "Coisas Nossas: vozes do primeiro musical brasileiro". Está disponível para consulta no Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo.[10]
Referências
- ↑ A História Dos Primeiros 120 Anos Do Cinema
- ↑ Tempos de Vargas: o rádio e o controle da informação
- ↑ a b "VII Estudos Cinema Socine"
- ↑ Duarte, Geni Rosa (26 de novembro de 2008). «Risos de muitos sotaques: o humorismo no rádio paulistano (1930-1950)». Artcultura (em inglês). 9 (15). ISSN 2178-3845
- ↑ «Projetando um Brasil moderno. Cultura e cinema na década de 1930». Locus. 2007
- ↑ http://bases.cinemateca.gov.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=FILMOGRAFIA&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=ID=000032&format=detailed.pft "FILMOGRAFIA - COISAS NOSSAS"
- ↑ Este mundo é um pandeiro: a chanchada de Getúlio a JK; página 87.
- ↑ Almanaque do samba: A história do samba, o que ouvir, o que ler, onde curtir
- ↑ a b "Projetando um Brasil Moderno. Cultura e Cinema na Década de 1930."
- ↑ a b c "CARNAVAL, MISTÉRIO E GANGSTERS: O filme policial no Brasil (1915-1951)"