Colelitíase é a formação de cálculos na vesícula biliar constituídos por componentes do suco biliar.[2] O termo tanto se pode referir à simples presença dos cálculos como às doenças causadas por esses cálculos.[5] Cerca de 80% das pessoas com cálculos biliares nunca chega a manifestar sintomas.[2][3] O bloqueio do canal biliar por um cálculo causa uma dor característica na parte superior direita do abdómen, denominada cólica biliar.[4] Os episódios de cólicas afetam todos os anos 1–4% das pessoas com cálculos biliares.[4] Entre as possíveis complicações estão a inflamação da vesícula biliar (colecistite), inflamação do pâncreas (pancreatite), icterícia e a infeção de um canal biliar (colangite).[4][6] Entre os sintomas destas complicações estão dor com duração superior a cinco horas, febre, pigmentação amarela da pele, urina escura e fezes claras.[2]

Colelitíase
Colelitíase
Cálculos biliares maioritariamente constituídos por colesterol.
Sinónimos Pedra na vesícula, cálculo biliar, colecistolitíase (cálculos na vesícula biliar), coledocolitíase (cálculos no canal biliar comum)[1]
Especialidade Cirurgia
Sintomas Nenhum, cólicas na parte superior direita do abdómen[2][3][4]
Complicações Inflamação da vesícula biliar, inflamação do pâncreas, inflamação do fígado[2][4]
Início habitual Após os 40 anos de idade[2]
Fatores de risco Pílula contracetiva, gravidez, antecedentes familiares, obesidade, diabetes, cirrose, perda de peso rápida[2]
Método de diagnóstico Baseado nos sintomas e confirmado por ecografia[2][4]
Prevenção Peso saudável, dieta rica em fibras, dieta pobre em hidratos de carbono simples[2]
Tratamento Assintomática: nenhum[2]
Dor: cirurgia[2]
Prognóstico Bom após cirurgia[2]
Frequência 10–15% dos adultos (países desenvolvidos)[4]
Classificação e recursos externos
CID-10 K80
CID-9 574
OMIM 600803
DiseasesDB 2533
MedlinePlus 000273
eMedicine emerg/97
MeSH D042882
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Entre os fatores de risco para a formação de cálculos biliares estão a pílula contracetiva, antecedentes familiares da doença, obesidade, diabetes, cirrose ou perda de peso súbita.[2] Os cálculos são constituídos por componentes do suco biliar, sendo os mais comuns colesterol, sais biliares e bilirrubina.[2] Os cálculos constituídos principalmente por colesterol são denominados cálculos de colesterol, enquanto os que são constituídos principalmente por bilirrubina são denominados cálculos pigmentares.[2][3] O diagnóstico pode ser suspeito com base nos sintomas,[4] sendo geralmente confirmado com ecografia.[2] A presença de complicações pode ser detectada com análises ao sangue.[2]

O risco de cálculos biliares pode ser diminuído mantendo um peso saudável com prática de exercício físico e uma dieta saudável.[2] Quando não se manifestam sintomas, geralmente não é necessário tratamento.[2] Em pessoas com crises de dor, geralmente recomenda-se a remoção cirúrgica da vesícula biliar, denominada colecistectomia.[2] Esta intervenção pode ser feita com várias pequenas incisões ou através de uma incisão maior, geralmente sob o efeito de anestesia geral.[2] Nos casos raros em que não é possível a remoção cirúrgica, pode ser usada medicação para tentar dissolver os cálculos ou litotripsia para os fragmentar.[7]

Em países desenvolvidos, entre 10% e 15% dos adultos têm cálculos biliares.[4] Por outro lado, em algumas regiões de África a frequência pode ser inferior a 3%.[8] Em 2013, cerca de 104 milhões de pessoas (1,6%) foram afetadas por doenças relacionadas com a vesícula biliar, as quais foram responsáveis por 106 000 mortes.[9][10] A doença é mais comum entre mulheres e em idades superiores a 40 anos.[2] A doença é mais comum entre algumas etnias.[2] Cerca de 48% das pessoas de ancestralidade nativo-americana que vivem nos Estados Unidos têm cálculos biliares.[2] Assim que a vesícula biliar é removida, o prognóstico é geralmente bom.[2]

Referências

  1. Quick, Clive R. G.; Reed, Joanna B.; Harper, Simon J. F.; Saeb-Parsy, Kourosh; Deakin, Philip J. (2013). Essential Surgery E-Book: Problems, Diagnosis and Management: With STUDENT CONSULT Online Access (em inglês). [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 281. ISBN 9780702054839 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y «Gallstones». NIDDK. Novembro de 2013. Consultado em 27 de julho de 2016. Cópia arquivada em 28 de julho de 2016 
  3. a b c Lee, JY; Keane, MG; Pereira, S (junho de 2015). «Diagnosis and treatment of gallstone disease.». The Practitioner. 259 (1783): 15–9, 2. PMID 26455113 
  4. a b c d e f g h i Ansaloni, L (2016). «2016 WSES guidelines on acute calculous cholecystitis.». World journal of emergency surgery : WJES. 11. 25 páginas. PMC 4908702 . PMID 27307785. doi:10.1186/s13017-016-0082-5 
  5. Internal Clinical Guidelines Team (outubro de 2014). «Gallstone Disease: Diagnosis and Management of Cholelithiasis, Cholecystitis and Choledocholithiasis. Clinical Guideline 188»: 101. PMID 25473723 
  6. «Complications». nhs.uk. Consultado em 13 de maio de 2018 
  7. «Treatment for Gallstones». National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases. Novembro de 2017 
  8. editors, Ronnie A. Rosenthal, Michael E. Zenilman, Mark R. Katlic, (2011). Principles and practice of geriatric surgery 2nd ed. Berlin: Springer. p. 944. ISBN 9781441969996. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2016 
  9. Global Burden of Disease Study 2013, Collaborators (22 de agosto de 2015). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 301 acute and chronic diseases and injuries in 188 countries, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.». Lancet. 386 (9995): 743–800. PMC 4561509 . PMID 26063472. doi:10.1016/s0140-6736(15)60692-4 
  10. GBD 2013 Mortality and Causes of Death, Collaborators (10 de janeiro de 2015). «Global, regional, and national age-sex specific all-cause and cause-specific mortality for 240 causes of death, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.». Lancet. 385 (9963): 117–71. PMC 4340604 . PMID 25530442. doi:10.1016/s0140-6736(14)61682-2 

Ligações externas

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