O conclave papal ocorrido entre 16 e 19 de agosto de 1458 resultou na eleição do Papa Pio II depois da morte do Papa Calisto III.[1]

Conclave de 1458
Conclave de 1458
O Papa Pio II
Data e localização
Pessoas-chave
Decano Giorgio Fieschi[1][2]
Protodiácono Prospero Colonna[2]
Eleição
Eleito Papa Pio II
(Enea Silvio Piccolomini)
Participantes 18 presentes
Ausentes 8
Escrutínios 2
Cronologia
Conclave de 1455
Conclave de 1464
dados em catholic-hierarchy.org

A Morte de Calisto III

editar

O Papa Calisto III, o primeiro papa da Casa dos Bórgia, morreu em 6 de agosto de 1458.[3] ele foi severamente criticado pela prática do nepotismo e devoção confiada a seus compatriotas da Catalunha, muito impopular para a população xenofóbica de Roma. Depois da morte do Papa, uma revolta iniciou-se junto com alguns vandalismos e alguns de seus partidários (por exemplo seu sobrinho Pedro Luís de Borja) fugiram de Roma[4].

Lista de participantes

editar
 
Brasão papal de Sua Santidade o papa Pio II

Na época da morte de Calisto, havia 27 cardeais vivos, dos quais 19 estavam em Roma, mas em 14 de agosto o Cardeal Domenico Capranica, arcipreste do Colégio, inesperadamente morreu. No conclave participaram 18 dos 26 membros do Sacro Colégio:[5]

* Eleito Papa

Cardeais Bispos

editar

Cardeais Presbíteros

editar

Cardeais Diáconos

editar

Cardeais ausentes

editar

Cardeal Bispo

editar

Cardeais Presbíteros

editar

Dos cardeais ausentes quatro foram criados pelo Papa Eugênio IV, dois pelo Papa Nicolau V e um pelo Papa Calisto III. Pierre de Foix, O.F.M. era o último cardeal sobrevivente do Grande Cisma do Ocidente e tinha sido criado pelo Antipapa João XXIII de Pisa.

Entre os ausentes, suas nacionalidades eram três franceses, dois germânicos, um espanhol, um italiano e um húngaro.

Candidatos ao papado

editar

As principais preocupações no conclave de 1458 surgiram a partir da rápida ascensão do poder efetivo e da influência da monarquia francesa nos anos finais da Guerra dos Cem Anos, que tinha recentemente terminado com a vitória francesa. Os principais estados italianos – Reino de Nápoles, República de Gênova e Ducado de Milão – temiam um renascimento do interesse francês em assuntos italianos e tentou impedir a elevação de um papa francês a todo custo. O candidato oficial milanês era Domenico Capranica. A campanha para sua eleição no período pré-conclave foi tão bem sucedido que era certa a sua eleição ao papado. Mas o cardeal Capranica morreu ainda em 14 de agosto, dois dias antes do início do conclave, levando seu partido a uma grande confusão. Ottone de Carretto, embaixador de Milão em Roma, tomou uma decisão rápida e sem consultas passou a apoiar o cardeal Enea Piccolomini e conseguiu convencer Latino Orsini, um dos cardeais mais influentes, a apoiá-lo nessa ação. O principal candidato do partido pró-francês era d'Estouteville. Bessarion, Torquemada e Calandrini também foram considerados papabile.[3]

O conclave

editar

Dezoito cardeais entraram em conclave no Vaticano em 16 de agosto. Inicialmente eles subscreveram uma capitulação em conclave, que obrigou a optar por continuar a Cruzada contra o Império Otomano e para dar maior bem-estar aos cardeais mais pobres.[6]

O primeiro escrutínio teve lugar a 18 de agosto. Os cardeais Piccolomini e Calandrini receberam cinco votos cada, enquanto nenhum dos outros candidatos obteve mais de três.[3] Nesse ponto o cardeal francês d'Estouteville iniciou uma intensa campanha simonial pela sua própria candidatura. Ele prometeu o cargo de vice-chanceler ao cardeal de Avinhão e ofereceu outros subornos aos cardeais gregos. Em 18 de agosto à noite ele estava certo de que iria obter pelo menos onze votos na manhã seguinte[7] Mas a oposição italiana também não desperdiçou seu tempo. Durante a noite o cardeal Pietro Barbo reuniu todos os outros cardeais italianos, exceto Prospero Colonna e propôs a eles que, de todos eles, o mais provável para obter a maioria necessária de dois terços era Piccolomini, e que todos deviam apoiá-lo no dia seguinte.[3]

Eleição de Pio II

editar
 
Cardeal Piccolomini de Siena tomou o nome de Papa Pio II.

Os resultados do segundo escrutínio em 19 de agosto pela manhã foram um grande desapontamento para d'Estouteville. Ele recebeu apenas seis votos – os de Coëtivy, Colonna, Bessarion, Fieschi, Torquemada e Castiglione. O cardeal Piccolomini obteve nove votos – de Barbo, Orsini, Calandrini, Isidoro de Kiev, de Mella, de La Cerda, Jaime de Portugal, del Mila y Borja, e o de d'Estouteville, que hesitou em votar em si mesmo, mas certamente não considerava Piccolomini um rival sério. Os votos de Rodrigo Borgia, Giacomo Tebaldi e Enea Piccolomini foram para outros candidatos. Depois de anunciar os resultados, o cardeal Decano abriu o processo de accessus. Houve um longo silêncio quebrado por Rodrigo Borgia, que mudou seu voto para Piccolomini. Quando os partidários de d'Estouteville fizeram uma tentativa de adiar a sessão, mas o cardeal Tebaldi também mudou seu voto para Piccolomini, que precisava apenas de mais um voto para a eleição. Nesse ponto, o cardeal Colonna se levantou e gritou antes que alguém pudesse o deter: "Eu também voto pelo Cardeal de Siena e eu o faço Papa". O resto dos adeptos do Cardeal de Rouen não podiam fazer nada, mas também alteraram os seus votos, e alguns minutos mais tarde o Cardeal Bessarion congratulou Piccolomini pela sua eleição unânime para o papado.[3]

O cardeal Enea Silvio Piccolomini aceitou sua eleição e tomou como nome Pio II. Em 3 de setembro foi solenemente coroado aos pés da Basílica Patriarcal Vaticana pelo cardeal Prospero Colonna, protodiácono de S. Giorgio in Velabro.[8]

Bibliografia

editar

Referências

Ligações externas

editar