Conde de Arganil
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Conde de Arganil é um título nobiliárquico português associado ao cargo eclesiástico de bispo de Coimbra. Por essa razão, os seus detentores sempre foram designados desde a sua concessão Bispos-Condes.
Conde de Arganil | |
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![]() Modelo do brasão de armas dos condes de Arganil, segundo as Memorias Historicas e Genealogicas dos Grandes de Portugal | |
Residência | Residência Episcopal de Coimbra |
Duração | Mesma do Bispado |
Criado em | 1472 |
Primeiro titular | D. João Galvão |
O título de conde de Arganil foi instituído por Carta de 25 de Setembro de 1472 do Rei D. Afonso V em favor do antigo 20.º Dom Prior-Mor do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e 36.º Bispo de Coimbra, D. João Galvão, como recompensa pela sua participação na conquista de Arzila e Tânger. Este 1.º conde de Arganil, numa provisão datada de 25 de Novembro de 1471, assinou como conde de Santa Comba, o que faz supor que já anteriormente tivesse tido a concessão desse título e a Carta de 25 de Setembro de 1472 apenas fosse a mudança dele, apesar de, até à data, não se ter encontrado nas chancelarias prova concludente dessa mesma concessão. Afonso Álvares Nogueira, que traslada a carta de concessão deste título, acrescenta: E ainda ~q dantes disto alg~us prelados desta see se chamaraõ Condes de santa Comba era por .m. particular dos Reis mas naõ de jure Como agora se chamaõ Condes de Arganil.[1][1][2][3][4]
A partir de então, todos os seus sucessores na catedral conimbricense usaram esse título nobiliárquico, sendo conhecidos e designados, abreviadamente, por "bispos-condes".
Condes de Arganil (1472)
editarTitulares
editar- D. João (VI) Galvão (1460-1481)
- D. Jorge (II) de Almeida (1481-1543)
- D. Frei João (VII) Soares[5] (1545-1572)
- D. Frei Manuel (I) de Meneses (1573-1578)
- D. Frei Gaspar do Casal (1579-1584)
- D. Afonso (III) de Castelo-Branco (1585-1615)
- D. Afonso (IV) Furtado de Mendonça (1616-1618)
- D. Martim Afonso Mexia (1619-1623)
- D. João (VIII) Manuel (1625-1633)
- D. Jorge (III) de Melo (1636-1638)
- D. Joane Mendes de Távora (1638-1646])
- D. Manuel de Noronha (1670-1671)
- D. Frei Álvaro (II) de São Boaventura (1672-1683)
- D. João (IX) de Melo (1684-1704)
- D. António (I) Vasconcelos e Sousa (1706-1716)
- D. Miguel (II) da Anunciação (1740-1779)
- D. Francisco (I) de Lemos de Faria Pereira Coutinho (1779-1822)
- D. Frei Francisco (II) de São Luís Saraiva (1822-1824)
- D. Frei Joaquim de Nossa Senhora da Nazaré (1824-1851)
- D. Manuel (II) Bento Rodrigues da Silva (1851-1858)
- D. José Manuel de Lemos (1858-1870)
- D. Manuel (III) Correia de Bastos Pina (1872-1913)
- D. Manuel Luís Coelho da Silva (1913-1936)
- D. António Antunes (1936-1948)
- D. Ernesto Sena de Oliveira (1948-1967)
- D. Francisco Fernandes Rendeiro (1967-1971)
- D. João António da Silva Saraiva (1971-1976)
- D. João Alves (1976-2001)
- D. Albino Mamede Cleto (2001-2011)
- D. Virgílio do Nascimento Antunes (2011-presente)
Armas
editarOs bispos de Coimbra — condes de Arganil assumem um brasão de armas que, muitas vezes, está fora das leis da Heráldica, por serem armas de fé. O que é constante é a forma do escudo: oval, encimado pela coroa de Conde; por timbre, uma cruz, por trás do escudo; aos lados da coroa, aparece uma mitra, à destra, e um báculo, à sinistra, com a volta aberta para baixo. Por sobre o timbre, um chapéu semi-cardinalício, preto, forrado de verde e tendo dez borlas por lado, pendentes de dois cordões, tudo de seda verde misturada com fios de ouro. Deve notar-se que o número de borlas é igual ao que é usado pelos Arcebispos de Braga e de Évora e difere destes somente na cor do chapéu.[1]
Bibliografia
editarReferências
- ↑ a b c "Nobreza de Portugal e do Brasil", Direcção de Afonso Eduardo Martins Zúquete, Editorial Enciclopédia, 2.ª Edição, Lisboa, 1989, Volume Segundo, p. 296
- ↑ Sousa Amado, José de. Historia da Igreja Católica em Portugal, no Brasil e nas possessões portuguesas: Desde Eugênio IV-1431, até Alexandre VI-1503. Typographia de G. M. Martins, 1873. pp. 76.
- ↑ Academia das Ciências de Lisboa. Memórias, Volume 12. pp. 182. 1837
- ↑ San Luiz, Francisco de; Correia Caldeira, Antonio. Obras completas do cardeal Saraiva: (d. Francisco de S. Luiz) patriarca de Lisboa, precedidas de uma introducc̜ão pelo marquez de Rezende, Volume 1. Imprensa Nacional, 1872. pp. 167.
- ↑ [http://www.arqnet.pt/dicionario/maria_inf7.html «D. Maria, infanta de Portugal - Portugal, Dicion�rio Hist�rico»]. www.arqnet.pt. Consultado em 12 de janeiro de 2019 replacement character character in
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Sobre os Bispos de Coimbra em geral:
- F. Leitão Ferreira, Catálogo Cronológico-Crítico dos Bispos de Coimbra, na Colecção de Documentos e Memórias da Academia Real da História Portuguesa, 1724
- Álvares Nogueira, Catálogo dos Bispos de Coimbra, nas Instituições Cristãs, VIII, 2.ª Série, p. 182
- Dr. António Gomes da Rocha Madahil, prefaciado e publicado, Livro das Vidas dos Bispos da Sé de Coimbra, Coimbra, 1942
- Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, T. II, pp. 545 e ss, T. III, pp. 757 e ss e T. IV, Parte IV, pp. 102 e ss