Constantino de Menelau
Constantino de Menelau foi nomeado 10.º Governador do Rio de Janeiro.
Constantino de Menelau | |
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Diz Vivaldo Coaracy em sua obra «O Rio de Janeiro no século XVII» que «os desmandos de Afonso de Albuquerque», o governador anterior, «haviam atingido as proporções de verdadeiros desatinos. Arbitrário, invadia atribuições que não lhe pertenciam, assumindo poderes dos magistrados e da Câmara e, quando era contestada a sua competência ou autoridade, respondia com a violência.»[1] Em 1613 era tal a amotinação da população, envolvendo o governador Afonso de Albuquerque, o desembargador Manuel Jácome Bravo (enviado da Bahia para averiguar), e o prelado da cidade, Mateus da Costa Aborim, que «os oficiais da Câmara do Rio representaram às três autoridades». Os fatos chegaram a Lisboa e «a isto se deve a imediata nomeação de Constantino de Menelau», que assumiu o governo a 21 de dezembro.
Menelau, segundo Coaracy, iniciou o seu governo por uma série de providências administrativas que desafogaram a população da opressão. Foi um ano de intensa atividade administrativa. Deve-se-lhe a introdução no Rio de Janeiro da prática de correr legalmente o açúcar por moeda, que vigorou durante muitos anos, sendo com o produto pagos também os impostos devidos à Fazenda Real. Não era uso incomum, pois no mesmo século na Virgínia, hoje nos Estados Unidos, o tabaco fazia as vezes de dinheiro e na Carolina do Sul o arroz.
Menelau promoveu a reinstalação do ouvidor Gonçalo Homem e fundou um forte (o de Santo Inácio) e uma povoação em Cabo Frio, colocada sob a invocação de Santa Helena, pois ali os franceses persistiam em manter comércio de pau-brasil e de outros produtos da terra com os indígenas. Como não eram suficientes os habitantes do Rio de Janeiro para povoar a terra, conseguiu Menelau para isso a vinda de índios do Espírito Santo e o nome do povoado foi trocado em 1616 para Assunção de Cabo Frio.
Durante a gestão de Constantino de Menelau foi feito o primeiro calçamento urbano no Rio de Janeiro, na Ladeira da Sé, já desaparecida, e no largo diante da matriz, no alto do Morro do Castelo.
Menelau foi substituído por Rui Vaz Pinto, nomeado por provisão de 13 de julho de 1616, o qual tomou posse em 1617. Seu governo, «em contraste flagrante com o do seu antecessor, se caracterizou pelas arbitrariedades que praticou e pela agitação que promoveu».[2]
Referências
- ↑ Coaracy 1944, p. 36
- ↑ Coaracy 1944, p. 44
Bibliografia
editar- Coaracy, Vivaldo (1944). O Rio de Janeiro no. século 17. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora