Cordia verbenacea

espécie de planta

A Varronia curassavica, sinônima de Cordia verbanacea, também conhecida por maria-preta, maria-milagrosa e catinga-de-barão ou erva-baleeira, é uma planta da família Boraginacea. É encontrada por boa parte da America tropical e ocorre ao longo de todo litoral brasileiro, sendo considerada comum na Mata Atlântica, principalmente em zonas costeiras.[1]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaErva Baleeira
Varronia curassavica
Varronia curassavica
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Lamiales
Família: Boraginaceae
Género: Varronia
Espécie: V. curassavica
Nome binomial
Varronia curassavica
Jacq.
Sinónimos
Cordia curassavica (Jacq.) Roem. & Schult.

Cordia verbanacea (Jacq.)

A planta possui uso tradicional como anti-inflamatorio, e atualmente é utilizada para a fabricação de um fitoterápico proprietário, chamado de Acheflan, comercializado no Brasil. Além disso, suas folhas são usadas como condimento nas regiões onde é encontrada.

Características

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Desenho botânico representando um ramo de erva baleeira.a) Flor brevistílica; b) Flor longistílica; c) Corte lateral da flor brevistílica; d) Corte lateral da flor longistílica; e) Ramo com inflorescencia; f) infrutescencia; g) gineceu

Arbusto muito ramificado, ereto e aromático, com hastes cobertas por casca fibrosa e com altura de 1,5 - 2,5 m. Folhas simples, alternas, coriáceas, aromáticas de 5 - 9 cm de comprimento.[2] As flores são pequenas, brancas e dispostas em inflorescências racemosas de 10 a 15 cm de comprimento, e geralmente duram apenas um dia antes de oxidarem.[3] Existem dois morfotipos florais auto-incompatíveis na erva-baleeira, uma das formas possui anteras maiores que o estigma e a outra possui estigmas maiores (a e b na figura ao lado) e em geral a reprodução só é viável quando entre diferentes morfotipos.[3]

A espécie é nativa do Brasil, encontrando-se do Ceará ao Rio Grande do Sul, preferencialmente na faixa de 500 a 1000m do litoral sempre acompanhando as áreas abertas da orla do Atlântico, onde é um componente importante da flora da restinga e mata atlântica.[2][3]

Usos medicinais

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Existem diversos relatos na literatura onde, num contexto de medicina popular, a erva-baleeira é utilizada como anti-inflamatorio. Geralmente a via de aplicação é tópica, na forma de emplastros ou compressas, mas também é possivel utilizar extratos hidroalcoolicos ou óleo essencial concentrado.

Também foi registrado o uso na forma de chás e garrafadas.[3][2]

Compostos Químicos

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A planta é rica em compostos secundários, destes o mais marcante é o alfa-humuleno, que foi identificado a partir do conhecimento tradicional dos habitantes do litoral de São Paulo. Nela também são encontrados uma grande variedade de flavonoides e ésteres.[2]

Acheflan

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Atualmente uma pomada, feita a partir da erva-baleeira, é comercializada no Brasil sob a marca Acheflan, manufaturada pela farmacêutica Aché.

Foi considerado o primeiro anti-inflamatório tópico feito com base no extrato de uma planta brasileira, o que causou um impacto importante no cenário da indústria farmacêutica. O desenvolvimento contou com a participação de diversas instituições públicas: Universidade Estadual de Campinas, Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Federal de Santa Catarina.[4]

Referências

  1. Lameira, O. A.; Pinto, J. E. B. P.; Cardoso, M. G.; Arrigoni-Blank, M. F. (2009). «Estabelecimento de cultura de células em suspensão e identificação de flavonóides em Cordia verbenacea DC.». Revista Brasileira de Plantas Medicinais: 7–11. ISSN 1516-0572. doi:10.1590/S1516-05722009000100002. Consultado em 3 de dezembro de 2022 
  2. a b c d Gilbert, Benjamin; Rita Favoreto (2012). «Cordia verbenacea DC Boraginacea». Fitos. 7 (1). pp. 17–25 
  3. a b c d Hoeltgebaum, Marcia P.; Montagna, Tiago; Lando, Ana Paula; Puttkammer, Catarina; Orth, Afonso Inácio; Guerra, Miguel P.; Reis, Maurício S. Dos (1 de fevereiro de 2018). «Reproductive Biology of Varronia curassavica Jacq. (Boraginaceae)». Anais da Academia Brasileira de Ciências (em inglês): 59–71. ISSN 0001-3765. doi:10.1590/0001-3765201820160273. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  4. NATERCIA, Flávia. Parcerias e inovação impulsionam setor farmacêutico. Inovação Uniemp [online]. 2005, vol.1, n.3 [citado  2022-12-03], pp. 32-37 . Disponible en: <http://inovacao.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-23942005000300022&lng=es&nrm=iso>. ISSN 1808-2394.

Ligações externas

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Cordia verbenacea Tropical plant database for cordia verbenacea