Corporação Musical Lyra de Mauá
A Corporação Musical Lyra de Mauá, também conhecida como Banda Marcial Lyra de Mauá [1] ou simplesmente Banda Lyra de Mauá, foi fundada em 15 de junho de 1934.[2] Desde sua fundação, a Banda Lyra nunca interrompeu seu trabalho, sendo considerada a mais antiga do Brasil em atuação permanente.[3]
Corporação Musical Lyra de Mauá | |
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Sede da Corporação Musical Lyra da cidade de Mauá, SP | |
Informação geral | |
País | Brasil |
Página oficial | Site oficial |
História
editarEm 1928, um grupo de moradores, brasileiros e imigrantes europeus, reuniam-se semanalmente para relembrar sua terra natal e refazer a vida no Brasil. Como haviam muitos músicos no grupo, aproveitavam as reuniões para apreciarem a boa música e expandir os conhecimentos musicais. O grupo aumentou de tal forma que em 1934 decidiu-se fundar a Corporação Musical Lyra de Mauá. Na época da fundação da banda, Mauá ainda era um distrito de Santo André, os ensaios e apresentações eram realizados no coreto da cidade, chegando a ser realizado na carpintaria de um dos fundadores. Somente em 1974 a Lyra construiu sua sede própria, desde então, realiza um projeto musical que visa promover a prática de atividades artísticas pela juventude. A Banda Lyra é o mais antigo e premiado bem cultural imaterial de Mauá. Foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico de Mauá (Condephaat) em 13 de julho de 2010.[4] Dentre as premiações, foi vencedora de várias edições do Campeonato Nacional de Bandas e Fanfarras. Entre apresentações de destaque, representou o Brasil, em 1995, no 1º Festival Internacional de Bandas e Fanfarras no Chile. Até 2013, a banda era financiada com recursos público e privados. Contudo, atualmente, funciona apenas com incentivos privados, patrocínios de empresas do polo industrial de Mauá e algumas de fora da região.[5]
Dificuldades
editarA Corporação têm histórico de perseverança e determinação. Em 2001, sofrendo sérios riscos financeiros, a banda quase foi extinta. Sem fins lucrativos, sobreviveu graças ao esforço de voluntários, parceiros e, poucas vezes, de cachês por apresentações.[1] Por ser um patrimônio cultural, é mercedora de projetos arrojados, como frisou em 2004 o Maestro Carlos Binder, presidente da Banda na época.[6] Em 2008, a banda teve suas atividades paralisadas por um período, após denúncia de vizinhos pelo excesso de barulho.[7]A paralisação das atividades afetou as áreas educacionais e financeiras da instituição. Nesse período começaram as negociações com a prefeitura para a disponibilidade de um terreno para transferência da sede da Corporação.[8] [9][10] [11] [12] Em 2009, a crise financeira na Corporação intensificou,[13] [14] integrantes da banda reuniram-se com o secretário da Cultura de Santo André, onde foi cogitada a intenção de transferência da Corporação para a cidade vizinha.[15] Ainda em 2009, a Prefeitura da cidade reduziu a participação da Banda no Projeto “Musicalizando nas escolas”,[16]para se manter ativa e não deixar morrer o trabalho de referência nacional da Banda Lyra, o maestro-coordenador, Carlos Binder, protocolou um projeto junto à Secretaria Estadual de Cultura, com o propósito de desenvolver um grupo de percussão utilizando materiais recicláveis na confecção dos instrumentos.[17] Em 2010, após anos de luta, a Corporação Musical Lyra de Mauá, conhecida por Banda Lyra, conseguiu a concessão de área da Prefeitura para a construção de sua sede.[18]
Composição
editarA banda é formada por dois grupos principais: um corpo musical composto por músicos de instrumento de sopro e percussão; e uma linha de frente composta por Pelotão Cívico, Estandarte, Corpo Coreográfico, Baliza e Mor. A formação destes grupos é por meio de aulas gratuitas de música, ballet, jazz, ginástica e expressão corporal.
Responsabilidade social
editarO projeto tem o objetivo de promover o contato com a arte, com enfoque na importância do método e da disciplina na obtenção de resultados.[19] Além disso, trabalha questões de convivência em sociedade. A banda também incentiva o ingresso de seus músicos em outras instituições. Os alunos trazem essa experiência profissionalizante de espaços como o Instituto Baccarelli, em São Paulo, e a repassam para os colegas da banda.
A Lyra qualifica seus alunos. Isso é evidenciado pelo atual maestro (2019), Marim Meira, que começou jovem no espaço.[20] Outro exemplo é o do trompetista Flavio Gabriel, que chegou até a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) e atualmente é docente de música na Universidade Federal de Uberlândia.
Premiações
editarA entidade acumula títulos de Campeã Nacional de Bandas e Fanfarras, detém títulos de Campeã Estadual, além de vários títulos em diversas categorias e campeonatos abertos.[21] Em 1995 representou o Brasil no 1º Festival Internacional de Bandas e Fanfarras no Chile.[22]
Premiações | |||
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Categoria | Campeonatos Estaduais | Campeonatos Nacionais | Referência |
Títulos e Campeonatos | 1993, 1994, 1996, 1998, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2008, 2009, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2018 | 1993, 1994, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2012, 2013 | [23][24] [25] |
Banda de percussão | 2004, 2005, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015 | 2003, 2004, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 | [23] |
Corpo Coreográfico | 2004, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015 | 1993, 1994, 1996, 2003, 2004, 2006, 2007, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 | [23] |
Baliza | 2004, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2018 | 2004, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 | [23] |
Circuito dos amigos | 2019 | [26] |
Prêmios
editarPrêmio Ação Global: Rede Globo de Televisão – Programa Ação (Serginho Groisman)[27]
Prêmio Desempenho: Revista Livre Mercado – Diário do Grande ABC [28]
Prêmio Cappella Áurea: Jornal ABC REPÓRTER
Galeria
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Ensaio da Banda Lyra sob a regência do Maestro Marim Meira
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Percussão e Xilofone
Referências
- ↑ a b Everaldo Fioravante (1 de setembro de 2001). «Banda Lyra de Mauá está ameaçada de extinção». Diario do Grande ABC. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ Corporação Musical Lyra de Mauá. «Plano de Gestão» (PDF). Página da Prefeitura Municipal de Mauá. Consultado em 8 de setembro de 2020
- ↑ «Corporação Musical Lyra de Mauá». Consultado em 8 de setembro de 2020
- ↑ «CONDEPHAAT - Ma». Página da Prefeitura Municipal de Mauá. Consultado em 8 de setembro de 2020
- ↑ Miriam Gimenes (24 de dezembro de 2015). «Banda Lyra pede socorro». Diário do Grande ABC. Consultado em 8 de setembro de 2020
- ↑ Everaldo Fioravante e Nelson Albuquerque (26 de dezembro de 2004). «'Merecemos projeto arrojado', diz presidente da Lyra de Mauá». Diário do Grande ABC. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ Kelly Zucatelli (23 de maio de 2008). «Banda Lyra de Mauá é proibida de ensaiar». Diário do Grande ABC. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ Kelly Zucatelli (11 de junho de 2008). «Prefeitura de Mauá autoriza doação de área para a Banda Lyra». Diário do Grande ABC. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ William Cardoso (14 de junho de 2009). «Doação de área em Mauá para Banda Lyra por decreto é um risco». Diário do Grande ABC. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ Kelly Zucatelli (20 de junho de 2009). «Sem resposta da Prefeitura, Banda Lyra teme recesso da Câmara». Diário do Grande ABC. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ Kelly Zucatelli (22 de julho de 2008). «Terreno para Banda Lyra continua sem definição». Diário do Grande ABC. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ Kelly Zucatelli (21 de novembro de 2008). «Prefeitura de Mauá define área para Banda Lyra». Diário do Grande ABC. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ Gabriela Sinelli Martins* (4 de outubro de 2009). «Banda de Mauá enfrenta falta de verba». Diário do Grande ABC. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ Cristiane Bomfim (13 de junho de 2009). «Sem nenhum apoio, Banda Lyra de Mauá definha». Diário do Grande ABC. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ Kelly Zucatelli (20 de março de 2009). «Banda Lyra pode mudar para Santo André». Diário do Grande ABC. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ Kelly Zucatelli (9 de julho de 2009). «Prefeitura de Mauá pretende reduzir atuação da Banda Lyra». Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ Kelly Zucatelli (27 de agosto de 2009). «Banda Lyra apresenta projeto ao Estado para se manter na ativa». Diário do Grande ABC. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ Havolene Valinhos (16 de dezembro de 2010). «Câmara aprova área para Banda Lyra». Diário do Grande ABC. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ Josisley Souza (22 de maio de 2016). «Corporação Musical Lyra de Mauá». Toque2. Consultado em 1 de fevereiro de 2021
- ↑ Richard Molina (15 de junho de 2019). «85 anos de música». Diário do Grande ABC. Consultado em 8 de setembro de 2020
- ↑ Josisley Souza (22 de maio de 2016). «Corporação Musical Lyra de Mauá». Toque2. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Redação (31 de maio de 2012). «Banda Lyra de Mauá é destaque em concurso internacional». ABCDOABC. Consultado em 8 de setembro de 2020
- ↑ a b c d Redação (24 de outubro de 2013). «Banda Lyra de Mauá se consagra no Campeonato Estadual de Fanfarras e Bandas». ABCDOABC. Consultado em 8 de setembro de 2020
- ↑ Everaldo Fioravante (8 de outubro de 2002). «Banda Marcial Lyra de Mauá é premiada». Diário do Grande ABC. Consultado em 8 de setembro de 2020
- ↑ Andressa Canejo (9 de dezembro de 2013). «Banda Marcial de Petrópolis, RJ, é vice-campeã em concurso nacional». G1. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ «Lyra de Mauá Vence o Circuito dos Amigos 2019». Em Frente Marche. 28 de outubro de 2019. Consultado em 26 de outubro de 2020
- ↑ «Coop renova patrocínio com a banda Lyra de Mauá». SESCOOP-Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo. 13 de fevereiro de 2006. Consultado em 26 de outubro de 2020
- ↑ «CORPORAÇÃO MUSICAL LYRA DE MAUÁ». Toque 2. 22 de maio de 2016. Consultado em 26 de outubro de 2020