Correios de Angola

 Nota: Para outros significados, veja Correios.

A Empresa Nacional de Correios e Telégrafos de Angola, também conhecida como Correios de Angola (ENCTA), é a empresa governamental responsável pelo sistema postal de Angola, cuja sede está situada na cidade de Luanda, na capital do país.

Correios de Angola
Razão social Empresa Nacional de Correios e Telégrafos de Angola
Empresa estatal
Atividade Correio
Fundação 7 de dezembro de 1798 (226 anos)
Sede Luanda (LU), Angola
Proprietário(s) Governo de Angola
Website oficial http://www.correiosdeangola.ao/

Como serviço autônomo desde 1973,[1][2] aderiu à União Internacional de Telecomunicações e à União Postal Universal a 3 de março de 1977,[3] e é membro da Associação Internacional das Comunicações de Expressão Portuguesa.[4]

Histórico

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Em 1796, Rodrigo de Sousa Coutinho, Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos, solicita que Manuel de Almeida e Vasconcelos de Soveral, Governador Colonial de Angola, dê providências para o estabelecimento do serviço de Correio de Cartas na colónia.[5]

Fundação

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Porém, somente em 23 de março de 1798 é que Sousa Coutinho expede um ofício ao novo governador colonial, Miguel António de Melo, para o estabelecimento do serviço de correspondências em Angola. Assim, em 7 de dezembro de 1798, Miguel de Melo publicou o documento de fundação do Serviço dos Correios de Cartas em Angola.[5]

Em relatório de 1869 registra-se que em Luanda o Serviço dos Correios de Cartas possuía uma agência postal, com tiragens diárias ao meio dia e às dezesseis horas.[5]

Em 1877 o Serviço dos Correios de Cartas ganha um regulamento provisório para gerir o serviço telegráfico da estação situada no então Palácio do Governo-Geral, e outra no quartel da polícia em Luanda.[5]

Centralização e descentralização do serviço

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Em 1880 ocorre a centralização dos serviços de correios na metrópole e nas colônias sob a alçada da Direcção-Geral dos Correios, Telégrafos e Faróis, que mantém diretorias regionais, dentre elas a de Luanda.[6] Esta política de centralização viria ser reafirmada e reforçada pelo Decreto Orgânico nº 34.076, de 2 de novembro de 1944, da Direcção dos Serviços de Correios, Telégrafos e Telefones.[5]

As transformações impostas pela Guerra de Libertação de Angola trouxeram a necessidade do Decreto Orgânico nº 492, de 4 de outubro de 1973, do então Ministro do Ultramar, onde ocorre a descentralização do serviço, tornando novamente autônoma a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações de Angola.[5] As vitorias alcançadas pelas forças nacionalistas, portanto, forçaram a autonomia e a descentralização dos serviços.[5]

Pós-independência nacional

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Em relatório de 1975 constavam 364 estações telégrafo-postais operantes em Angola.[5] Em relatório de 1976, porém, constata-se o alarmante cenário de redução dos serviços postais à 108 estações, em grande parte devido às confrontações da Guerra Civil Angolana.[5] O primeiro angolano a dirigir a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações de Angola foi Ilídio Machado, a partir de 1976.[7]

A Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações de Angola foi admitida no seio da União Postal Universal em 3 de março de 1977.[5] Na qualidade de Membro da UPU, participou de seu primiero congresso como filiada no Rio de Janeiro, em 1979.[5]

Em 1980 a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações de Angola foi afetada pelos decretos 16/80 e 17/80 do Conselho Revolucionário do Povo, ocorrendo a separação de parte da instituição para formar a Empresa Nacional de Telecomunicações (ENATEL), com a composição institucional original assumindo o nome Empresa Nacional de Correios e Telégrafos de Angola (ENCTA).[5]

Mesmo após a ondependência angolana, a ENCTA continuou a se organizar pelas legislações da era colonial.[5] Somente em 9 de março de 1987 é que foi aprovada pela Assembleia do Povo a Lei nº 6, também chamada de Lei Básica Postal.[8]

A retomada da Guerra Civil em 1992 foi a inda mais dramática para o funcionamento da ENCTA, quando a rede postal nacional fica reduzida a 62 estações operacionais em função das ações de sabotagem das forças guerrilheiras.[5]

Em 23 de março de 2001 ocorre a aprovação da Lei 4, que alterou a Lei Básica Postal, abrindo à concorrência o serviço postal antes de monopólio da ENCTA desde 1911, admitindo a entrada de operadores postais privados em território angolano.[5]

Ver também

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Referências

  1. «Assinala-se sexta-feira o Dia Mundial dos Correios». ANGOP. 8 de outubro de 2015 
  2. «Correios precisam de muita inovação». Jornal de Angola. 10 de outubro de 2015 
  3. «Angola» (em inglês). União Internacional de Telecomunicações. Consultado em 11 de agosto de 2018 
  4. «Membros». Associação Internacional das Comunicações de Expressão Portuguesa. Consultado em 11 de agosto de 2018 
  5. a b c d e f g h i j k l m n o «História». Correios de Angola. 2020 
  6. Fernando Moura. «Correios: uma história de cinco séculos» (PDF). Consultado em 1 de dezembro de 2024 
  7. Rannyelle Rocha Teixeira (2024). Na tua cor tem luta: a luta anticolonial em Angola e os espaços do narrar de Mário Pinto de Andrade (1928-1990) (PDF). Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
  8. «Lei nº 6 - Lei Básica Postal». Diário da República - I Série (20). 9 de março de 1987 

Ligações externas

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