Cronologia de química
A linha do tempo da química lista os mais importantes trabalhos, descobertas, ideias, invenções, e experimentos que mudaram significativamente o entendimento da humanidade sobre a ciência moderna conhecida como química, definida como o estudo científico da composição da matéria e as suas interações. A história da química em sua forma moderna começou com o cientista inglês Robert Boyle, apesar de suas raízes poderem ser traçadas até os registros históricos mais antigos.
Antes do século XVII
editarAntes da aceitação do método científico e sua aplicação no campo da química, de certo modo é controverso considerar muitas das pessoas listadas abaixo como "químicos", no sentido moderno da palavra.
- c. 3000 a.C.
- Egípcios formularam a teoria do Ogdóade, ou as "forças primordiais", do qual tudo seria formado. Estes eram os elementos dos caos, numerados em oito, que existiam antes da criação do sol.[1]
- c. 1900 a.C.
- Hermes Trismegisto, rei mitológico do Egito Antigo funda a arte da alquimia.[2]
- c. 1200 a.C.
- Tapputi-Belatikallim, uma produtora de perfumes e também considerada a primeira química do mundo, é mencionada numa tabela cuneiforme na Mesopotâmia datado por volta de 1200 A.C. Utilizava flores, óleo, e cálamo juntamente com cyperus, mirra e bálsamo para a sua produção de perfumes, utilizando água e outros solventes e destilando em seguida.[3]:
- c. 450 a.C.
- Empédocles afirma que todas as coisas são compostas de quatro elementos primários: terra, ar, fogo e água, pelas quais duas forças ativas e opostas, amor e ódio, afinidade e antipatia, atuam sobre estes combinando e separando em uma variedade infinita de formas.[4]
- c. 440 a.C.
- Leucipo e Demócrito propuseram a ideia do átomo, uma partícula invisível da qual a matéria seria feita. A ideia é amplamente rejeitada pelos filósofos em detrimento da visão aristotélica.[5][6]
- c. 360 a.C.
- Platão cria o termo "elemento" (stoicheia) e em seu diálogo Timeu, o qual inclui uma discussão de composição de corpos orgânicos e inorgânicos e é um tratado elementar de química, assume que a menor partícula de cada elementos tem um formato geométrico especial: tetraedro (fogo), octaedro (ar), icosaedro (água) e cubo (terra).[7]
- c. 350 a.C.
- Aristóteles, expandindo as ideias de Empédocles, propôs a ideia de substância como uma combinação de matéria e forma. Ele descreveu a teoria dos cinco elementos (fogo, água, terra, ar e éter) que foi amplamente aceita pelo mundo ocidental por quase mil anos.[8]
- c. 50 a.C.
- Lucrécio publica De Rerum Natura, uma descrição poética das ideias do atomismo.[9]
- c. 300
- Zósimo de Panópolis escreve um dos mais antigos livros de alquimia conhecido, no qual a define como o estudo da composição das águas, movimentos, crescimentos, incorporação e extração dos espíritos dos corpos e ligação destes com os corpos.[10]
- c. 770
- O alquimista árabe-persa Geber, que é "considerado por muitos como o pai da química",[11][12][13] desenvolve um método experimental para a alquimia, e isola vários ácidos incluindo o ácido clorídrico, ácido nítrico, ácido cítrico, ácido acético, ácido tartárico e água régia.[14]
- c. 1000
- Al-Biruni[15] e Avicena,[16] ambos alquimistas persas, refutam a prática da alquimia e a teoria da transmutação de metais.
- c. 1167
- Primeira referência a destilação do vinho na Escola Médica Salernitana.[17]
- c. 1220
- Robert Grosseteste publica vários comentários de Aristóteles onde ele fornece detalhes de um sistema primitivo do método científico.[18]
- c 1250
- Taddeo Alderotti desenvolve a destilação fracionada, que é muito mais efetiva do que as predecessoras.[19]
- c 1260
- Alberto Magno descobre o Arsênico[20] e o nitrato de prata.[21] Ele também fez uma das primeiras referências ao ácido sulfúrico.[22]
- c. 1267
- Roger Bacon publica Opus Maius, o qual entre outras coisas, propõe uma forma primitiva do método científico, e contém os resultados de seus experimentos com a pólvora.[23]
- c. 1310
- Pseudo-Geber, um alquimista espanhol anônimo o qual escreve sob o nome de Geber, publica vários livros que estabelecem a teoria consolidada de que todos os metais são compostos de várias proporções de Enxofre e Mercúrio.[24] Ele é um dos primeiros a descrever o ácido nítrico, água régia e a aqua fortis.[25]
- c. 1530
- Paracelso desenvolve o estudo da iatroquímica, uma subdisciplina da alquimia dedicada a estender a vida, sendo assim as raízes da farmacêutica moderna. Também é alegado o primeiro uso da palavra "química".[10]
- 1597
- Andreas Libavius publica Alchemia, um protótipo de livro-texto de química.[26]
Século XVII
editar- 1605
- Sir Francis Bacon publica The Proficience and Advancement of Learning, que contém a descrição do que seria posterioremente conhecido como o método científico.[27]
- 1605
- Michał Sędziwój publica o tratado de alquimia Uma Nova Luz da Alquimia que propõe a existência do "alimento da vida" dentro do ar, posteriormente reconhecido como o oxigênio.[28]
- 1615
- Jean Beguin publica o Tyrocinium Chymicum, um livro texto de química, que esboça a primeira equação química.[29]
- 1637
- René Descartes publica Discours de la méthode, que contém uma descrição do método científico.[30]
- 1648
- Publicação póstuma do livro Ortus medicinae por Jan Baptist van Helmont, que é citado por alguns como um trabalho transicional entre a alquimia e química, e uma importante influência para Robert Boyle. O livro conté os resultados de numerosos experimentos e estabelece uma versão inicial da Lei da conservação das massas.[31]
- 1661
- Robert Boyle publica The Sceptical Chymist, um tratado que faz a distinção entre a química e a alquimia. Contém algumas das primeiras ideias modernas de átomos, moléculas e reação química e marca o início da história da química moderna.[32]
- 1662
- Robert Boyle propõe a Lei de Boyle, uma descrição experimental do comportamentos dos gases, especificamente entre a pressão e o volume.[32]
Século XVIII
editar- 1735
- Químico sueco George Brandt analisa um pigmento azul escuro em um minério de ferro e demonstra que este contém um novo elemento, nomeado posteriormente como cobalto.[33][34]
- 1754
- Joseph Black isola o dióxido de carbono, o qual denomina "ar fixo".[35]
- 1757
- Louis Claude Cadet de Gassicourt, enquanto investigava compostos de arsênico, cria o líquido fumegante inicialmente chamado Cadet's fuming liquid, posteriormente identificado como o óxido cacodilo, considerado o primeiro composto organometálico sintético.[36]
- 1758
- Joseph Black formula o conceito de calor latente para explicar a termoquímica da mudança de fases.[37]
- 1766
- Henry Cavendish descobre o hidrogênio como um gás incolor e inodoro que queima e pode formar uma mistura explosiva com o ar.[38]
- 1773–1774
- Carl Wilhelm Scheele e Joseph Priestley de forma independente isolam o oxigênio, chamado de "ar deflogisticado" por Priestley e "ar fogo" por Scheele.[39][40]
- 1778
- Antoine Lavoisier, considerado "o pai da química moderna",[41] identifica e nomeia o oxigênio, reconhecendo sua importância para a combustão.[42]
- 1787
- Antoine Lavoisier publica o Méthode de nomenclature chimique, o primeiro sistema de nomenclatura química moderno.[42]
- 1787
- Jacques Charles propõe a Lei de Charles, um corolário da Lei de Boyle, que descreve a relação entre a temperatura e o volume de um gás.[43]
- 1789
- Antoine Lavoisier publica o Traité Élémentaire de Chimie, o primeiro livro-texto de química moderno. Para a época, foi um exame completo da química moderna, incluindo a primeira definição concisa da Lei da conservação da massa. Representa também um marco na fundação da disciplina de estequiometria ou análise química quantitativa.[42][44]
- 1797
- Joseph Proust propõe a Lei de proporções definidas, que declara que elementos sempre se combinam em uma pequena quantidade de razões inteiras para formar compostos.[45]
- 1800
- Alessandro Volta inventa a primeira Pilha de Volta, fundando assim a disciplina de eletroquímica.[46]
Século XIX
editar- 1803
- John Dalton propõe a Lei de Dalton, que descreve a relação entre os componentes de uma mistura de gás e a pressão relativa que cada um contribui para a mistura geral.[47]
- 1805
- Joseph Louis Gay-Lussac descobre que a água é composta de duas partes de hidrogênio e uma parte de oxigênio por volume.[48]
- 1808
- Joseph Louis Gay-Lussac coleta e descobre várias propriedades químicas e físicas do gás e de outros gases, incluindo provas experimentais da Lei de Charles e Boyle e a relação entre a densidade e a composição de gases.[49]
- 1808
- John Dalton publica New System of Chemical Philosophy, que contém a primeira definição científica moderna da teoria atômica e uma clara descrição da Lei das proporções múltiplas.[47]
- 1808
- Jöns Jakob Berzelius publica Lärbok i Kemien em que propõe a notação e símbolo químico moderno, e o conceito da massa atômica relativa.[50]
- 1811
- Amedeo Avogadro propõe a Lei de Avogadro, que define que volumes iguais de um gás sob as mesmas condições de temperatura e pressão contém o mesmo número de moléculas.[51]
- 1825
- Friedrich Wöhler e Justus von Liebig realizam a primeira descoberta e explicação confirmada de isômeros, anteriormente nomeados por Berzelius. Trabalhando com ácido ciânico e ácido fulmínico, eles corretamente deduzem que o isomerismo foi causado por arranjos diferentes de átomos dentro da molécula.[52]
- 1827
- William Prout classifica as biomoléculas em seus grupamentos modernos: carboidratos, proteínas e lipídeos.[53]
- 1828
- Friedrich Wöhler sintetiza a ureia, assim estabelecendo que compostos orgânicos podem ser produzidos a partir de materiais inorgânicos e refutando a teoria do vitalismo.[52]
- 1832
- Friedrich Wöhler e Justus von Liebig descobrem e explicam os grupamentos funcionais e radicais em relação à química orgânica.[52]
- 1840
- Germain Henry Hess propõe a Lei de Hess, um enunciado inicial da Lei da conservação da energia, o qual estabelece que as mudanças de energias em um processo químico depende somente dos estados iniciais dos reagentes e dos finais dos produtos e não no caminho específico entre os dois estados.[54]
- 1847
- Hermann Kolbe obtém o ácido acético de uma fonte completamente inorgânica, promovendo assim a refutação do vitalismo.[55]
- 1848
- Lord Kelvin estabelece o conceito do zero absoluto, a temperatura na qual todo o movimento molecular cessa.[56]
- 1849
- Louis Pasteur descobre que a forma racêmica do ácido tartárico é uma mistura das formas levógiras e dextrógiras, assim clarificando a natureza da rotação ótica e avançando no campo da estereoquímica.[57]
- 1852
- August Beer propõe a Lei de Beer, que explica a relação entre a composição da mistura e a quantidade de luz absorvida. Baseado parcialmente em trabalho anterior de Pierre Bouguer e Johann Heinrich Lambert, que estabelece a técnica de química analítica conhecida como espectrofotometria.[58]
- 1855
- Benjamin Silliman promove os métodos de craqueamento do petróleo, que torna a possível a indústria petroquímica moderna.[59]
- 1856
- Sir William Perkin sintetiza a mauveína, o primeiro corante sintético. Criado como um subproduto acidental na tentativa de criar a quinina a partir do alcatrão de hulha. Esta descoberta é a fundação da indústria de corantes sintéticos, uma das primeiras indústrias químicas bem sucedidas.[60]
- 1857
- Friedrich August Kekulé von Stradonitz propõe que o carbono é tetravalente, ou forma exatamente quatro ligações químicas.[61]
- 1859–1860
- Gustav Kirchhoff e Robert Bunsen deixam a base de fundação da espectroscopia como um método de análise química, o que leva a descoberta do césio e do rubídio. Em pouco tempo outros pesquisadores descobrem o Índio, Tálio e Hélio.[62]
- 1860
- Stanislao Cannizzaro ressuscita a ideia de Avogadro de moléculas diatômicas e compila uma tabela elementos por massa atômica, apresentando-a durante o Congresso de Karlsruhe de 1860. A tabela pôs fim a mais de uma década de fórmulas moleculares e massas atômicas conflitantes e influencia Dmitri Mendeleev a descoberta da periodicidade dos elementos.[63]
- 1862
- Alexander Parkes exibe a Parkesine, um dos primeiros polímeros sintéticos na Exposição Internacional de Londres (1862). Sua descoberta formou a indústria de plásticos moderna.[64]
- 1862
- Alexandre-Emile Béguyer de Chancourtois publica um artigo com o parafuso telúrico, uma versão primitiva da tabela periódica.[65]
- 1864
- John Newlands propõe a Lei das Oitavas, uma precursora da periodicidade dos elementos químicos.[65]
- 1864
- Lothar Meyer desenvolve uma versão inicial da tabela periódica, com 28 elementos organizados pela valência.[66]
1864: Cato Maximilian Guldberg e Peter Waage, a partir das ideias de Claude Berthollet, propõem a Lei de ação das massas.[67][68][69]
- 1865
- Johann Josef Loschmidt determina o número de moléculas em um mol, constante posteriormente nomeada como número de Avogadro.[70]
- 1865
- Friedrich August Kekulé von Stradonitz, baseado parcialmente no trabalho de Loschmidt e outros, estabelece a estrutura do benzeno com seis carbonos com ligações químicas simples e duplas alternadas.[61]
- 1865
- Adolf von Baeyer começa a trabalhar no anil, um marco na indústria química orgânica que revoluciona a indústria de corantes.[71]
- 1869
- Dmitri Mendeleev publica a primeira tabela periódica moderna, com os 66 elementos conhecidos organizados por massa atômica. O diferencial de sua tabela foi a habilidade prever com precisão as propriedades dos elementos ainda não conhecidos.[65][66]
- 1873
- Jacobus Henricus van 't Hoff e Joseph Achille Le Bel, de modo independente, desenvolvem um modelo de ligação química que explica os experimentos quirais de Pasteur e provê a causa física da atividade ótica em compostos quirais.[72]
- 1876
- Josiah Willard Gibbs publica On the Equilibrium of Heterogeneous Substances, uma compilação de seu trabalho em termodinâmica e físico-química que estabelece o conceito de energia livre termodinâmica para explicar a base física do equilíbrio químico.[73]
- 1877
- Ludwig Boltzmann estabelece derivações estatísticas de muitos conceitos físicos e químicos importantes, incluindo a entropia e distribuição da velocidade molecular em uma fase gasosa.[74]
- 1883
- Svante Arrhenius desenvolve a teoria do íon para explicar a condutividade em eletrólitos.[75]
- 1884
- Jacobus Henricus van 't Hoff publica Études de Dynamique chimique, um estudo seminal da cinética química.[76]
- 1884
- Hermann Emil Fischer propõe a estrutura da purina, uma estrutura chave em muitas biomoléculas. Também começa a trabalhar na química da glucose e relacionada ao açúcar.[77]
- 1884
- Henry Louis Le Chatelier desenvolve o Princípio de Le Châtelier, que explica a resposta do equilíbrio químico em função de agentes externos.[78]
- 1885
- Eugene Goldstein batiza o raio cátodico, posteriormente descoberto ser composto de elétrons, e um raio anódico, que posteriormente descobre-se ser composto de íons hidrogênio que tiveram seus elétrons removidos em um tubo de raios catódicos. Estes seriam posteriormente nomeados prótons.[79]
- 1893
- Alfred Werner descobre a estrutura octaédrica dos compostos de cobalto, assim estabelecendo o campo da química de coordenação.[80]
- 1894–1898
- William Ramsay descobre os gases nobres, que preenchem um grande e inesperado espaço na tabela periódica e levam a modelagem da ligação química.[81]
- 1897
- J. J. Thomson descobre o elétron usando um tubo de raios catódicos.[82]
- 1898
- Wilhelm Wien demonstra que os raios anódicos podem ser defletidos por um campo magnéticos, e que a quantidade de deflexão é proporcional a razão massa-carga. Isto leva a técnica de química analítica conhecida como espectroscopia de massa.[83]
- 1898
- Maria Sklodowska-Curie e Pierre Curie isolam o Rádio e o Polônio do from pechblenda.[84]
- c. 1900
- Ernest Rutherford descobre a fonte da radioatividade como átomos decaindo e cunha vários termos para os variados típos de radiação.[85]
- 1903: Mikhail Semyonovich Tsvet inventa a cromatografia, uma importante técnica analítica.[86]
- 1904: Hantaro Nagaoka propõe um primitivo modelo nuclear do átomo, em que os elétrons orbitam uma densa massa nuclear.[87]
- 1905: Fritz Haber e Carl Bosch desenvolvem o Processo de Haber para fazer amônia usando seus elementos, um marco na indústria química com profundas consequências na agricultura.[88]
- 1905: Albert Einstein explica o Movimento browniano em um modo que prova definitivamente a teoria atômica.[89]
- 1907: Leo Hendrik Baekeland inventa a baquelite, um dos primeiros plásticos com sucesso comercial.[90]
- 1909: Robert Millikan mede a carga de elétrons individuais com uma precisão sem precedentes através da experiência da gota de óleo, confirmando que todos os elétrons possuem a mesma carga e massa.[91]
- 1909: S. P. L. Sørensen inventa o conceito de pH e desenvolve métodos para medir a acidez.[92]
- 1911: Antonius Van den Broek propõe a ideia de que os elementos na tabela periódica são melhor organizados pela carga nuclear positiva ao invés de usar a massa atômica.[93]
- 1911: A primeira Conferência de Solvay ocorre em Bruxelas, reunindo os mais proeminentes cientistas da época. As conferências em física e química continuam sendo realizadas periodicamente até os dias atuais.[94]
- 1911: Ernest Rutherford, Hans Geiger, e Ernest Marsden realizam o experimento de Rutherford, que prova o modelo atômico com um núcleo pequeno, denso e positivo rodeado por uma nuvem de elétrons difusa.[85]
- 1912: William Henry Bragg e William Lawrence Bragg propõem a Lei de Bragg e estabelecem o campo da cristalografia de raios X, uma importante ferramenta para elucidar a estrutura cristalina de substâncias.[95]
- 1912: Peter Debye desenvolve o conceito de dipolo molecular para descrever a assimetria na distribuição de cargas em algumas moléculas.[96]
- 1913: Niels Bohr introduz o conceito de mecânica quântica na estrutura atômica ao propor o que atualmente é conhecido como o modelo atômico de Bohr, em que os elétrons só existem em órbitas estritamente definidas.[97]
- 1913: Henry Moseley, trabalhando em cima de uma antiga ideia de Van den Broek, introduz o conceito do número atômico para fixar as inadequações da tabela periódica de Mendeleev, que era baseada na massa atômica.[98]
- 1913: Frederick Soddy propõe o conceito de isótopo, elementos que possuem as mesmas propriedades químicas podem possuir diferentes pesos atômicos.[99]
- 1913: J. J. Thomson expande o trabalho de Wien, mostra que partículas subatômicas carregadas podem ser separadas pela sua proporção massa-carga, uma técnica conhecida como espectrometria de massa.[100]
- 1916: Gilbert N. Lewis publica "The Atom and the Molecule", a fundação da teoria da ligação de valência.[101]
- 1921: Otto Stern e Walther Gerlach estabelecem o conceito de spin na mecânica quântica em partículas subatômicas.[102]
- 1923: Gilbert N. Lewis e Merle Randall publicam Thermodynamics and the Free Energy of Chemical Substances, o primeiro tratado moderno sobre termodinâmica química.[103]
- 1923: Gilbert N. Lewis desenvole a teoria do par eletrônico de reação ácido/base.[101]
- 1924: Louis de Broglie introduz o modelo de onda da estrutura atômica, baseado na ideia de Dualidade onda-corpúsculo.[104]
- 1925: Wolfgang Pauli desenvolve o princípio de exclusão de Pauli, que diz que dois elétrons ao redor de um único núcleo não podem ter o mesmo estado quântico, como descrito pelos quatro números quânticos.[105]
- 1926: Erwin Schrödinger propõe a equação de Schrödinger, que provê a base matemática para o modelo de onda da estrutura atômica.[106]
- 1927: Werner Heisenberg desenvolve o princípio da incerteza de Heisenberg que, entre outras coisas, explica a mecânica do movimento do elétron ao redor do núcleo.[107]
- 1927: Fritz London e Walter Heitler aplicam mecânica quântica para explicar a ligação covalente na molécula de hidrogênio.,[108] que marca o começa da química quântica.[109]
- c. 1930: Linus Pauling propõe as regras de Pauling que são conceitos chaves para o uso da cristalografia de Raio-X para dedução da estrutura molecular.[110]
- 1930: Liderados por Wallace Carothers, equipe de químicos da DuPont inventa o nylon, um dos mais bem sucedidos polímeros sintéticos na história.[111]
- 1931: Erich Hückel propõe a Regra de Hückel que explica quando um anel aromático irá possuir propriedade aromáticas.[112]
- 1931: Harold Urey descobre o Deutério pela destilação fracionada do hidrogênio líquido.[113]
- 1932: Linus Pauling e Robert Mulliken quantificam a eletronegatividade, elaborando uma escala que atualmente leva seus nomes.[114]
- 1937: Carlo Perrier e Emilio Segrè executam a primeira síntese confirmada do Tecnécio-97, o primeiro elemento artificialmente produzido e assim preenchendo um dos espaços da tabela periódica. Entretanto, é disputado que o elemento possa ter sido sintetizado ainda em 1925 por Walter Noddack e outros.[115]
- 1937: Eugene Houdry desenvolve um método de craqueamento catalítico em escala industrial, levando ao desenvolvimento da primeira refinaria moderna.[116]
- 1939: Linus Pauling pubica o The Nature of the Chemical Bond, uma compilação de décadas de trabalho sobre a ligação química. É um dos mais importantes textos de química modernos. Explica a hibridização, ligação covalente e ligação iônica através da eletronegatividade e a ressonância como um meio de explicar, entre outras coisas, a estrutura do benzeno.[110]
- 1940: Edwin McMillan e Philip H. Abelson identificam o Neptúnio, o mais leve e primeiro elemento transurânico. McMillan viria a fundar um laboratório na Universidade de Berkeley, Califórnia, que estaria envolvido na descoberta de muitos elementos novos e isótopos.[117]
- 1941: A partir do trabalho de McMillan, Glenn T. Seaborg descobre nove outros elementos e dúzias de isótopos de elementos conhecidos utilizando reações nucleares e o método de captura de neutrons .[117]
- 1945: Jacob A. Marinsky, Lawrence E. Glendenin, e Charles D. Coryell executam a primeira síntese confirmada do Promécio, preenchendo o último espaço na tabela periódica.[118]
- 1945–1946: Felix Bloch e Edward Mills Purcell desenvolvem o processo de Ressonância Magnética Nuclear, uma técnica importante para elucidar a estrutura de moléculas, sobretudo na química orgânica]].[119]
- 1951: Linus Pauling usa a cristalografia de raio-X para deduzir a estrutura secundária de proteínas.[110]
- 1952: Alan Walsh avança no campo da espectroscopia de absorção atômica, um importante método espectroscópico quantitativo que permite a medida de concentrações específicas em uma mistura.[120]
- 1952: Robert Burns Woodward, Geoffrey Wilkinson, e Ernst Otto Fischer descobrem a estrutura do ferroceno, uma das descobertas fundadoras do campo da química organometálica]].[121]
- 1953: James D. Watson e Francis Crick propõem a estrutura do DNA, iniciando o campo da biologia molecular.[122]
- 1958: Max Perutz e John Kendrew utilizam a cristalografia de raio-X para elucidar a estrutura da proteína mioglobina da baleia cachalote.[123]
- 1962: Neil Bartlett sintetiza o hexafluoroplatinato de xenônio, demonstrando pela primeira vez que os gases nobres podem formar compostos químicos.[124]
- 1962: George Olah observa carbocátions em reações de superácidos.[125]
- 1964: Richard R. Ernst realiza experimentos que levam ao desenvolvimento da técnica de Transformada de Fourier em RMN que aumenta significativamente a resolução e inicia o campo da [[ressonância magnética.[126]
- 1965: Robert Burns Woodward e Roald Hoffmann propõe as Regras de Woodward-Hoffmann que explicam a simetria do orbital molecular e explica a estereoquímica das reações.[121]
- 1966: Hotosi Nozaki e Ryōji Noyori descobrem o primeiro exemplo de síntese enantiosseletiva usando um complexo de metal de transição com quiralidade conhecida.[127][128]
- 1970: John Pople desenvolve o programa GAUSSIAN que facilita os cálculos na química computacional.[129]
- 1971: Yves Chauvin publica uma explicação para o mecanismo de reação das reações da metátese de olefina.[130]
- 1975: Barry Sharpless e outros descobrem as reações de oxidação enântioseletivas incluindo a epoxidação de Sharpless.[131][132]
- 1985: Harold Kroto, Robert Curl e Richard Smalley descobrem os fulerenos, um classe de grandes moléculas de carbono parecidas com um domo geodésico desenhado pelo arquiteto R. Buckminster Fuller.[133]
- 1991: Sumio Iijima utiliza um microscópio eletrônico e descobre um tipo de fulereno cilíndrico denominado como um nanotubo de carbono, embora trabalhos anteriores tenham sido feitos em 1951. Este material é um componente importante do campo da nanotecnologia.[134]
Ver também
editarReferências
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Leitura adicional
editar- Servos, John W., Physical chemistry from Ostwald to Pauling : the making of a science in America, Princeton, N.J. : Princeton University Press, 1990. ISBN 0691085668