Crystal Eastman
Crystal Catherine Eastman (25 de junho de 1881 – 8 de julho de 1928)[1] foi uma jornalista e advogada antimilitarista, feminista e socialista estadunidense. Foi uma liderança do movimento pelo sufrágio das mulheres, co-fundadora e co-editora, com seu irmão, Max Eastman, da revista radical de artes e política The Liberator e co-fundadora da Women's International League for Peace and Freedom e, em 1920, da União Americana pelas Liberdades Civis. Em 2000 foi incluída no National Women's Hall of Fame.
Crystal Eastman | |
---|---|
Nascimento | 25 de junho de 1881 Marlborough |
Morte | 8 de julho de 1928 (47 anos) Erie |
Sepultamento | Woodlawn Cemetery |
Cidadania | Estados Unidos |
Progenitores |
|
Cônjuge | Walter Fuller |
Filho(a)(s) | Jeffrey Fuller |
Irmão(ã)(s) | Max Eastman |
Alma mater | |
Ocupação | advogada, jornalista, ativista pela paz, sufragista, escritora |
Distinções | |
Causa da morte | nefropatia |
Início da vida e educação
editarCrystal Eastman nasceu em Marlborough, Massachusetts, em 25 de junho de 1881, a terceira de quatro filhos. Em 1883, seus pais, Samuel Elijah Eastman e Annis Bertha Ford mudaram-se para Canandaigua, Nova York, onde seu irmão Max nasceu. No ano seguinte, seu irmão mais velho morreu, com a idade de sete anos. Em 1889, sua mãe se tornou uma das primeiras mulheres ordenadas pastora protestante nos Estados Unidos, ao assumir o cargo na Igreja Congregacional.[2] Seu pai era também um pastor congregacional, e os dois serviram como pastores na igreja de Thomas K. Beecher perto de Elmira.
Eastman e seu irmão Max foram influenciados pela tradição progressista da região onde seus pais se instalaram. Seus pais tinham até amizade com o escritor Mark Twain. Eastman também o conheceu.
Seu irmão Max, socialista, foi próximo a ela por toda a sua vida.[3] Os dois viveram juntos por vários anos na 11th Street, em Greenwich Village, com outros ativistas radicais.[4] O grupo, incluindo Ida Rauh, Inez Milholland, Floyd Dell e Doris Stevens, costumava passar os verões e fins-de-semana em Croton-on-Hudson.[5]
Eastman se formou em Vassar College, em 1903, recebeu o mestrado em sociologia (um campo relativamente novo) na Universidade de Columbia, em 1904. Formou-se como a segunda melhor aluna de direito na New York University Law School, na classe de 1907.[6]
Iniciativas sociais
editarO pioneiro do serviço social e e editor de revista Paul Kellogg ofereceu a Eastman seu primeiro trabalho, investigando as condições de trabalho para uma pesquisa patrocinada pela Russell Sage Foundation.[7] Seu relatório, Work Accidents and the Law (1910), tornou-se um clássico e resultou na primeira lei de indenização, que ela rascunhou enquanto servia na comissão sobre o tema no Estado de Nova York.
Emancipação
editarDurante um breve casamento com Wallace J. Benedict, que terminou em divórcio, Eastman se mudou para Milwaukee e organizou a fracassada campanha pelo sufrágio em Wisconsin, em 1912.
Quando ela voltou para o leste dos Estados Unidos, em 1913, ela se juntou a Alice Paul, Lucy Burns e outras militantes para fundar a União Congressional, que viria a se tornar o Partido Nacional da Mulher. Após a aprovação da 19ª Emenda, que deu às mulheres o voto em 1920, Eastman, Paul e outras duas ativistas escreveram a Emenda pelos Direitos Iguais, introduzido pela primeira vez em 1923. Uma das poucas socialistas a endossar a emenda, ela advertiu que a legislação de proteção para as mulheres significaria apenas a discriminação contra as mulheres. Eastman alegou que se podia avaliar a importância da emenda pela intensidade da oposição a ela.
Iniciativas para a paz
editarDurante a I Guerra Mundial, Eastman foi uma das fundadoras do Partido da Paz das Mulheres, ao qual logo se juntaram Jane Addams, Lillian D. Wald e outras.[8] Ela atuou como presidente do capítulo de Nova York. Renomeado para Women's International League for Peace and Freedom, em 1921, esta continua a ser a mais antiga organização pacifista de mulheres existente.
Quando os Estados Unidos entraram na Primeira Guerra Mundial, Eastman organizou com Roger Baldwin e Norman Thomas o Escritório Nacional de Liberdades Civis para proteger os objetores de consciência ou, em suas palavras: "Para manter algo aqui para o qual vai valer a pena voltar para quando a guerra acabar".
Casamento e família
editarEm 1916 Eastman casou-se com o editor britânico e ativista anti-guerra Walter Fuller, que tinha vindo para os Estados Unidos dirigir um espetáculo de suas irmãs.[9] Eles tiveram dois filhos, Jeffrey e Annis. Eles trabalharam juntos como ativistas, até o final da guerra; em seguida, ele trabalhou como diretor de The Freeman até 1922, quando ele voltou para a Inglaterra. Ele morreu em 1927, nove meses antes de Crystal.
Pós-guerra
editarApós a guerra, Eastman organizou o Primeiro Congresso Feminista em 1919.
Durante a década de 1920, seu único trabalho remunerado foi como colunista de revistas feministas. Eastman afirmou que "a vida era uma grande batalha para a feminista completa", mas ela estava convencida de que toda feminista um dia iria alcançar a vitória total.
Falecimento
editarCrystal Eastman morreu em 8 de julho de 1928, de nefrite.
Legado
editarEastman foi chamado de uma das líderes mais negligenciadas dos Estados Unidos, porque, embora ela tenha escrito uma legislação pioneira e criado organizações políticas de longa duração, ela não foi considerada como uma ativista relevante por cinquenta anos. Freda Kirchwey, então editora de The Nation, escreveu na época de sua morte: "Quando ela falava com as pessoas — tanto para uma pequena reunião quanto para as massas — corações batiam mais rápido. Ela foi para milhares de pessoas um símbolo do que a mulher livre pode ser."
Em 2000, Eastman foi introduzida no National women's Hall of Fame em Seneca Falls, Nova York.
Publicações
editar- 'Employers' Liability,' a Criticism Based on Facts (1909)
- Work-accidents and the Law (1910)
- Mexican-American Peace Committee (Mexican-American league) (1916)
- Work accidents and the Law (1969)
- Toward the Great Change: Crystal and Max Eastman on Feminism, Antimilitarism, and Revolution, editado por Blanche Wiesen Cook (1976)
- Crystal Eastman on Women and Revolution, editado por Blanche Wiesen Cook (1978)
Ver também
editarPessoas
editarGrupos políticos
editarNotas de rodapé
editar- ↑ «Crystal Eastman». Encyclopædia Britannica. Consultado em 18 de outubro de 2011
- ↑ Ida Harper Husted, “A Woman Minister Who Presides Over a Large Eastern Church.”
- ↑ «Crystal Eastman». National Women's History Museum. Consultado em 18 de outubro de 2011. Arquivado do original em 23 de janeiro de 2012
- ↑ Robert E. Humphrey, Children of Fantasy: The First Rebels of Greenwich Village (New York: John Wiley and Sons, 1978)
- ↑ Max Eastman, Love and Revolution: My Journey Through an Epoch, (New York: Random House, 1964): 79–81.
- ↑ «Crystal Eastman». Vassar College: Innovators. Consultado em 18 de outubro de 2011
- ↑ «Labor Center: Crystal Eastman». Indiana University of Pennsylvania. Consultado em 18 de outubro de 2011. Arquivado do original em 8 de junho de 2010
- ↑ «Women and Peace: The Legacy»
- ↑ G. Peter Winnington, Walter Fuller: The Man Who Had Ideas.