Curso de Linguística Geral
Curso de linguística Geral (em francês: Cours de linguistique générale) é uma obra póstuma de Ferdinand de Saussure publicada em 1916.
Cours de linguistique générale | |
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Curso de linguística geral | |
Autor(es) | Ferdinand de Saussure |
Idioma | Francês |
Assunto | Linguística; Estruturalismo |
Gênero | Técnico; Científico |
Editora | Payot |
Lançamento | 1916 |
Nele, Saussure traz as famosas dicotomias (vide na sequência) e elege a língua, em oposição à fala, como objeto central da Linguística. Introduz os termos diacronia – estudo da história da língua – e sincronia – estado da língua. Além disso, Saussure caracterizou a linguagem como um sistema de signos.
História
editarO Curso de linguística Geral não foi um livro escrito por Ferdinand de Saussure, mas, na verdade, uma obra editada após sua morte por Charles Bally e Albert Sechehaye, com base em anotações feitas ao longo de cursos oferecidos pelo linguista na Universidade de Genebra entre os anos 1906-1907, 1908-1909 e 1910-1911. Bally e Sechehaye contaram com as anotações de mais um dos alunos de Saussure, que colaborou na edição do texto, Albert Riedlinger.[1]
O Curso foi inicialmente publicado pela editora Payot de Paris[2] e trata-se de um marco inaugural da fase estruturalista dos estudos da linguagem.
As dicotomias saussurianas
editarO Curso é fundamentado em dicotomias. São elas:
Língua X Fala
Saussure também efetua, em sua teorização, uma separação entre língua e fala. Para ele, a língua é um sistema de valores que se opõem uns aos outros. Ela está depositada como produto social na mente de cada falante de uma comunidade e possui homogeneidade. Por isto é o objeto da linguística propriamente dita. Diferente da fala que é um ato individual e está sujeito a fatores externos, muitos desses não linguísticos e, portanto, não passíveis de análise.
Sincronia vs. diacronia
Ferdinand de Saussure enfatizou uma visão sincrônica, um estudo descritivo da linguística em contraste à visão diacrônica da linguística histórica, a qual estudava a mudança dos signos no eixo das sucessões históricas, estudo este que era a maneira pela qual o estudo de línguas era tradicionalmente realizado no século XIX. Ao propor uma visão sincrônica, Saussure procurou entender a estrutura da linguagem como um sistema em funcionamento em um dado ponto do tempo (recorte sincrônico).
Sintagma vs. paradigma
O sintagma, definido por Saussure como “a combinação de formas mínimas numa unidade linguística superior”, surge a partir da linearidade do signo, ou seja, ele exclui a possibilidade de pronunciar dois elementos ao mesmo tempo, pois um termo só passa a ter valor a partir do momento em que ele se contrasta com outro elemento. Já o paradigma , é como o próprio autor define, um "banco de reservas" da língua, fazendo com que suas unidades se oponham, pois uma exclui a outra.
Significante vs. significado
O signo linguístico constitui-se numa combinação de significante e significado, como se fossem dois lados de uma moeda. O significante é uma "imagem acústica" (cadeia de sons) e reside no plano da forma. O significado é o conceito e reside no plano do conteúdo.
Referências
SAUSSURE, Ferdinand. Curso de linguística geral. 26ª ed. Tradução de Antônio Chelini, José Paulo Paes e Izidoro Blikstein. São Paulo: Cultrix: 1995.
- ↑ ENGLER, Rudolf. The making of the Cours de linguistique générale. In: The Cambridge Companion to Saussure. Edited by Carol Sanders. Cambridge: Cambridge University Press, 2004, p. 47 ss.
- ↑ The Cambridge Companion to Saussure. Edited by Carol Sanders. Cambridge: Cambridge University Press, 2004, p. 267.