Dasyprocta leporina
Dasyprocta leporina, popularmente chamada cutia,[4] é uma espécie de mamífero roedor da família dos dasiproctídeos (Dasyproctidae).[2]
Dasyprocta leporina | |||||||||||||||
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Espécime em cativeiro no Zoológico Henry Vilas nos Estados Unidos
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante [1] | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Dasyprocta leporina (Lineu, 1758) | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Distribuição do Dasyprocta leporina
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Sinónimos | |||||||||||||||
Etimologia
editarO nome popular cutia deriva do tupi aku'ti no sentido de "mamífero roedor". O primeiro registro do termo ocorreu em 1557, quando André Thevet citou a forma francesa agoutin. Em seguida, o termo reaparece como cotia em 1576 e então cutia em cerca de 1584. Segundo o Grande Dicionário Houaiss, a oscilação entre -u- e -o- deve-se ao caráter variável da vogal média em posição pretônica. Outras formas mais próximas ao tupi (acuti, acuchi, aguti, acouti) também são conhecidas. Em 1792, o termo foi citado como cutías.[5]
Distribuição e habitat
editarDasyprocta leporina pode ser encontrada na América do Sul ao norte da Amazônia e leste do rio Negro, ao sul da Amazônia e ao leste do rio Madeira até o litoral central do Brasil. Ocorre na Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela e Trindade e Tobago. Foi introduzida em Dominica, Granada e nas Ilhas Virgens Americanas. Seu habitat apresenta todos os tipos de vegetação, mas é encontrado sobretudo em floresta aberta, distante da água e da vegetação densa. É mais comum em manchas fragmentadas do que florestas contínuas e também está presente em floresta secundária degradada.[1]
Descrição
editarDasyprocta leporina registra comprimento da cabeça e do corpo entre 47 e 65 centímetros, comprimento da cauda de um a três centímetros, e comprimento do retropé de 11,8 a 1,48 centímetros. Pesa entre 2,1 e 5,9 quilos. Geralmente tem cabeça e quartos dianteiros oliváceos finamente grisalhos; garupa vermelho-escuro a laranja-amarelado, coberto por pelos longos e retos, que se projetam na franja, geralmente amarelo-pálido ou alaranjado na base.[6]
Comportamento
editarDasyprocta leporina tem hábitos diurnos e as fêmeas normalmente se reproduzem uma vez ao ano.[1] É frugívoro e alimenta-se principalmente de sementes, polpa, folhas, raízes e frutos. Também se alimenta de larvas de insetos quando os recursos vegetais são baixos.[7] É conhecido por se alimentar e dispersar sementes de brejaúva (Astrocaryum aculeatissimum),[8] bem como sementes de jatobá (Hymenaea courbaril).[7]
Conservação
editarDevido a sua enorme distribuição geográfica e por não haver riscos imediatos à sua preservação, é classificado na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) como menos preocupante. É caçado localmente, mas isso não causa distúrbios à conservação. É sabido que é acometido por parasitismo de endoparasitas.[1] Em 2005, foi listada como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[3] em 2014, como quase ameaçada no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo;[9] e em 2018, foi designada como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[10][11]
Referências
- ↑ a b c d Emmons, L.; Reid, F. (2016). «Dasyprocta leporina». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2016: e.T89497102A22197762. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-2.RLTS.T89497102A22197762.en . Consultado em 12 de novembro de 2021
- ↑ a b c Woods, C.A.; Kilpatrick, C. W. (2005). «Dasyprocta leporina». In: Wilson, D. E.; Reeder, D. M. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore: Imprensa da Universidade Johns Hopkins. pp. 1538–1600. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494
- ↑ a b «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022
- ↑ «Cutias voltam à natureza no Parque Nacional da Tijuca». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 23 de Julho de 2018
- ↑ Grande Dicionário Houaiss, verbete cutia
- ↑ Patton, J. L.; Emmons, L. H. (2015). «Family Dasyproctidae Bonaparte, 1838». In: Patton, James L.; Pardiñas, U. F. G.; D'elia, G. Mammals of South America. 2: Rodents. Chicago: Imprensa da Universidade de Chicago. pp. 733–762 (748–752). ISBN 978-0-226-28240-4
- ↑ a b «Dasyprocta leporina (Red-rumped Agouti)» (PDF). Sta.uwi.edu. Consultado em 9 de abril de 2022
- ↑ Pires, Alexandra; Galetti, Mauro (dezembro de 2012). «The agouti Dasyprocta leporina (Rodentia: Dasyproctidae) as seed disperser of the palm Astrocaryum aculeatissimum». Mastozoologia Neotropical. 19 (1)
- ↑ Bressan, Paulo Magalhães; Kierulff, Maria Cecília Martins; Sugleda, Angélica Midori (2009). Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo - Vertebrados (PDF). São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA - SP), Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 25 de janeiro de 2022
- ↑ «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018
- ↑ «Dasyprocta leporina (Linnaeus, 1758)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 17 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022