Demência frontotemporal

Demência frontotemporal (DFT) é um termo médico para se referir ao conjunto de doenças caracterizadas pela perda progressiva de neurónios (atrofia), envolvendo principalmente os lobos frontal ou temporal. Sinais e sintomas comuns incluem perdas de habilidade social, de cuidado pessoal, de expressão da linguagem e transtornos dos movimentos (parkinsonismo).[1] Atualmente, não há cura para a demência frontotemporal, mas existem tratamentos que reduzem os sintomas. Os primeiros sintomas tipicamente aparecem entre os 45 e os 65 anos, afetando igualmente homens e mulheres.[2]

Demência frontotemporal
Demência frontotemporal
Ressonância magnética sem contraste de uma mulher com atrofia frontal e parietal esquerda.
Especialidade Neurologia, psiquiatria
Frequência 0.022%
Classificação e recursos externos
CID-10 G31.0
CID-9 331.19
CID-11 e 831337417 2099230583 e 831337417
OMIM 600274 105550 614260
DiseasesDB 10034
MeSH D003704
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Foi descrita pela primeira vez por Arnold Pick em 1892 e por isso foi originalmente chamado de doença de Pick. Esse termo agora é reservado para apenas um dos seis tipos de apresentação da demência frontotemporal. Pode ser causado por mutações genéticas no cromossoma 17 que predispõe a neurodegeneração pela proteína tau ou outras proteínas (amiloides).

Os tipos de demência frontotemporal (DFT) são[3]:

Uma de suas variantes mais comuns, a degeneração lobar frontotemporal é caracterizada pela perda de 70% dos neurónios fusiformes, enquanto os restantes tipos de neurónios se mantêm intactos.[4]

Sinais e sintomas

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Os sinais e sintomas ocorrem ao longo dos anos e são classificados em três grupos:

  • Perda progressivas das habilidades sociais e pessoais
  • Perda progressiva das habilidades de expressão da linguagem (fala, leitura, escrita e compreensão)
  • Perda progressiva das habilidades motoras

Os sintomas progressam gradualmente ao longo dos anos, até incapacitar a vítima. Pode ser devastador para as famílias, porque entre os quarenta e sessenta frequentemente é a fase com maiores rendimentos de um profissional. Após 2 a 20 anos a vítima passa a precisar de atenção 24h por dia.

Diagnóstico

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É principalmente clínico, pelo psiquiatra, neurólogo ou geriatra. Uma ressonância do cérebro pode confirmar uma atrofia frontal ou parietal maior que a esperada para a idade. O lobo frontal é associado com planejamento, personalidade e raciocínio enquanto o temporal é associado com linguagem e associação de emoções. É frequentemente confundida com uma depressão nervosa, com mal de Alzheimer ou mal de Parkinson. [5]

Tratamento

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Frequentemente incluem acompanhamento psiquiátrico e psicológico. Antidepressivos ISRS e estabilizantes de humor podem reduzir os sintomas emocionais. Infelizmente não respondem bem aos tratamentos usados no Alzheimer (colinérgicos) e Parkinson (dopaminérgicos). Internar em uma residência geriátrica ou psiquiátrica pode ser recomendado, em pacientes mais rebeldes e violentos, que precisam de supervisão constante.[6]

Referências

  1. https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/frontotemporal-dementia/symptoms-causes/syc-20354737
  2. Snowden JS, Neary D, Mann DM (February 2002). "Frontotemporal dementia". Br J Psychiatry. 180 (2): 140–3. doi:10.1192/bjp.180.2.140. PMID 11823324.
  3. Finger, EC (April 2016). "Frontotemporal Dementias". Continuum (Minneapolis, Minn.). 22 (2 Dementia): 464–89. doi:10.1212/CON.0000000000000300. PMC 5390934. PMID 27042904.
  4. «Brain Cells for Socializing». Smithsonian. Consultado em 30 de outubro de 2015 
  5. Schroeter ML, Raczka KK, Neumann J, von Cramon DY (2008). "Neural networks in frontotemporal dementia – A meta-analysis". Neurobiology of Aging. 29 (3): 418–426. doi:10.1016/j.neurobiolaging.2006.10.023. PMID 17140704.
  6. Kertesz A (June 2004). "Frontotemporal dementia/Pick's disease". Arch. Neurol. 61 (6): 969–71. doi:10.1001/archneur.61.6.969. PMID 15210543.