Dessa da Sérvia
Este artigo ou secção contém uma lista de referências no fim do texto, mas as suas fontes não são claras porque não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a confiabilidade das informações. (Setembro de 2013) |
Dessa (em grego medieval: Δέσε; romaniz.: Dése; em sérvio: Деса), também conhecido como Filho de Uresis (em sérvio: Урошевић; romaniz.: Urošević), foi um príncipe sérvio da Ráscia (na atual Sérvia). Era filho de Uresis I. Durante o reinado de seu irmão Uresis II, em 1149 , participou da guerra de conquista da Dóclea. Aproveitando-se da campanha militar bizantina contra os normandos de Guilherme I, Uresis II tinha atacado a Dóclea governada pelo príncipe Radoslau e sujeitado muitas cidades. O imperador bizantino Manuel I Comneno, do qual Radoslau era vassalo, paralisou a luta contra os normandos e dirigiu as próprias tropas para a Dóclea para interromper a disputa. Em 1150, a armada bizantina reconquistou a Dóclea e restaurou o legitimo soberano, e prosseguiu avançando até a Ráscia. Uresis II foi deposto e substituído por Dessa, não obstante ele tivesse tomado parte da guerra.
Uresis II, porém, perdoou o imperador e se empenhou em fornecer tropas sérvias para as suas futuras campanhas militares. Assim, Manuel I consentiu um retorno de Uresis ao trono. Na Hungria reinava Géza II, filho de Béla II, o Cego e de Helena da Ráscia, irmã de Uresis II e Dessa. Géza tinha subido ao trono ainda criança sob a regência do príncipe Beluses, um outro irmão de Uresis II e Dessa. Entre a Hungria e a Ráscia, na época em que na Ráscia reinava Uresis I, existia uma forte aliança, desejada pelos nobres e pelo povo. A Hungria tinha participado da fracassada conquista da Dóclea e, em 1151, Manuel I também declarou guerra aos húngaros. Uresis II, que tinha jurado fidelidade ao Império Bizantino, não podia prestar ajuda ao neto Géza que foi derrotado pelo exército de Constantinopla.
A politica bizantinófila de Uresis se tornou intolerável para a nobreza que era ligada à Hungria, e em 1155 Uresis II se viu tomado por uma revolta na corte. Dessa foi novamente nomeado Grão-Príncipe da Ráscia, mas de novo deposto pelo Imperador Manuel que preferia ter sobre o trono o leal Uresis II. Em troca, Dessa obteve o poder de administrar a região de Dendra.
A atividade diplomatica
editarUresis II governou por longo tempo com o favor bizantino, mas ao longo dos anos a sua política foi considerada independente demais por Manuel I Comneno. Em 1162, o imperador decidiu derrubá-lo e colocar Dessa no trono da Ráscia mais uma vez.
No mesmo ano, Géza II da Hungria morreu deixando dois filhos: Estêvão e Béla. Abriu-se uma disputa dinástica na qual entrou também o Império Bizantino que pôs sobre o trono húngaro Ladislau, filho de Béla II, o Cego que vivia em Constantinopla, destronando o jovem Estêvão III. Com a morte de Ladislau, Manuel I nomeou rei seu irmão menor Estêvão IV, que não foi reconhecido pela nobreza nem pela igreja. Estêvão foi presado e mandado para Constantinopla, e sobre o trono húngaro passou a reinar o legítimo sucessor de Géza II, seu filho Estêvão III.
Manuel I decidiu em 1163 entrar com seu exército na Hungria para reconduzir Estêvão IV sobre o trono, e convocou Dessa a unir-se a ele em Niš com as seus exércitos para atacar juntos. Dessa tinha preferência pela parte do legitimo soberano húngaro, mas foi coagido a consentir com as demandas imperiais. Encontrado com o imperador, conseguiu convencê-lo a desistir de prosseguir a campanha, e Manuel assinou um tratado de paz com Estêvão III abandonando seu filho Estêvão IV.
Fim do reinado
editarManuel I Comneno decidiu reorganizar os principados balcânicos que eram vassalos do Império Bizantino. Em 1165, estabeleceu que a Ráscia fosse um feudo do príncipe Nêmania que reinava sobre a região de Toplica e do riacho Ibar. A Ráscia tinha sempre tido uma posição predominante sobre outros principados sérvios, e por isso Dessa se rebelou contra a decisão imperial. Manuel I, então, decidiu destituí-lo: para seu posto nomeou como grão-príncipe Estêvão Tihomir, irmão de Nêmania, repristinando a supremacia da Ráscia sobre as regiões sérvias em volta.
Ver também
editarBibliografia e link
editar- Sérvia em Dictionary of the Middle Agese ', American Council of Learne Societies, vol. 11 - ISBN 0-684-18277-7
- John A. V. Fine jr. The early meieval Balkans, A Critical Survey from the Sixth to the Late Twelfth Century - University of Michigan press, 1983 - ISBN 0-472-08149-7