Dinastia xaibânida
Os xaibânidas[1] (em persa: سلسله شیبانیان) eram uma dinastia persianizada[2] de origem turcomano-mongol da Ásia Central.[3] Eram descendentes patrilineais de Xibã, o quinto filho de Jochi e neto de Gêngis Cã.[4] Até à metade do século XIV, reconheceram a autoridade dos descendentes de Batu Cã e de Orda Cã, como Usbegue Cã. Os xaibânidas lideraram a horde cinzenta, também conhecidos como os Uzbegues (Usbeques), converteram-se ao Islão em 1282.[5] Nesta altura o canato incluía parte do actual Irão, Afeganistão e partes da Ásia Central.
Como as linhagens de Batu e de Orda Cã morreram no curso de grande guerra civis no século XIV, os xaibânidas baixo Abu Cair Cã declararam-se os únicos sucessores legítimos de Jochi e começaram a reclamar o ulus inteiro, o qual incluía partes de Sibéria e do Cazaquistão. O seu rival era a dinastia Timúrida, os quais clamavam descender do décimo terceiro filho de Jochi havia duma concubina.[6] Várias décadas de rixas deixaram os Timúridas como vencedores, ganhando o controlo da Grande Horda e os seus estados sucessores na Europa, por exemplo, o canato de Cazã, de Astracã e da Crimeia.[6]
Dinastia xaibânida
editarOs xaibânidas eram lideradas por Baixo Abu Cair Cã (desde 1428 até 1468) cuja dinastia começou a consolidar as dispersas tribos Ozbeg (usbeques), primeiro na área à volta de Tiumen e do Rio Tura e depois para Sul na região do Sir Dária.[7] O seu neto Maomé Xaibani (governou entre 1500 e 1510), foi quem deu o nome à dinastia, conquistou Samarcanda, Herate,[4] Bactro[4] e Bucara,[4] findando desta maneira com a dinastia timúrida e estabelecendo o Império Xaibânida de curta duração centrado em Bucara (o Canato de Bucara).[8] Depois da sua morte a mãos do Xá Ismail I,[9] foi sucedido por um tio, por um primo e por um irmão, dos quais os seus descendentes governariam o Canato de Bucara desde 1505 até 1598 e o Canato da Corásmia desde 1511 até 1695.[10]
Outro estado governado pelos xaibânidas foi o Canato da Sibéria, alcançando o trono em 1563. O último cã, Kutchum, foi deposto pelos russos em 1598.[11] Além deste ramo famoso, várias outros famílias nobres do Quirguistão e do Cazaquistão (por exemplo, os príncipes Valikhanov)[12] tentaram obter reconhecimento das suas raízes xaibânidas.
Referências
- ↑ «Shaybânidas» (PDF). A Emergência do Estado Soberano Centro-Asiático: a Ásia Central da Colonização Russa ao Fim da Guerra Fria. PUC-Rio. Consultado em 27 de novembro de 2016
- ↑ Introduction: The Turko-Persian tradition, Robert L. Canfield, Turko-Persia in Historical Perspective, ed. Robert L. Canfield, (Cambridge University Press, 1999), 19.
- ↑ R.D. McChesney, The Encyclopaedia of Islam, Vol. IX, ed. C. E. Bosworth, E. Van Donzel, W. P. Heinrichs AND G. Lecomte, (Brill, 1986), 428.
- ↑ a b c d Rene Grousset, The Empire of the Steppes, transl. Naomi Walford, (Rutgers University Press, 1970), 478.
- ↑ Bainbridge (28 de outubro de 2013). Turkic Peoples Of The World (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781136153549
- ↑ a b Sneath, David (16 de janeiro de 2008). The Headless State: Aristocratic Orders, Kinship Society, and Misrepresentations of Nomadic Inner Asia (em inglês). [S.l.]: Columbia University Press. ISBN 9780231511674
- ↑ Sicker, Martin (1 de janeiro de 2000). The Islamic World in Ascendancy: From the Arab Conquests to the Siege of Vienna (em inglês). [S.l.]: Greenwood Publishing Group. ISBN 9780275968922
- ↑ Svat Soucek, A History of Inner Asia, (Cambridge University Press, 2000), 149.
- ↑ ́goston, Ga ́bor A.; Masters, Bruce Alan (21 de maio de 2010). Encyclopedia of the Ottoman Empire (em inglês). [S.l.]: Infobase Publishing. ISBN 9781438110257
- ↑ Ibbotson, Sophie; Lovell-Hoare, Max (15 de agosto de 2016). Uzbekistan (em inglês). [S.l.]: Bradt Travel Guides. ISBN 9781784770174
- ↑ Dukes, Paul (26 de fevereiro de 2015). A History of the Urals: Russia's Crucible from Early Empire to the Post-Soviet Era (em inglês). [S.l.]: Bloomsbury Publishing. ISBN 9781472573797
- ↑ Kim, Hyun Jin (18 de abril de 2013). The Huns, Rome and the Birth of Europe (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 9781107067226