Diogo Lopes de Baião
Diogo Lopes de Baião (c.1210 – c. ou depois de 1278[1][2]) foi um rico-homem do Reino de Portugal.
Diogo Lopes de Baião | |
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Rico-homem/Senhor | |
Tenente régio | |
Reinado | |
Nascimento | 1210 |
Morte | c. ou depois de 1278 |
Cônjuge | Urraca Afonso de Cabreira |
Descendência | Guiomar Dias (barregania) Afonso Dias (barregania) |
Dinastia | Baião |
Pai | Lopo Afonso de Baião |
Mãe | Aldara Viegas de Alvarenga |
Religião | Catolicismo romano |
Brasão |
Primeiros anos
editarDiogo pertenceu a uma das mais antigas e importantes linhagens portuguesasː a linhagem de Baião, cujo nome provém, como em várias situações, da implantação regional da sua linhagemː o castelo de Baião, na margem direita do Rio Douro[3].
Nascido por volta de 1210, era certamente natural de Baião, Penaguião ou Godim, locais onde os seus familiares detinham tenências[1]. Era filho de Lopo Afonso de Baião, filho de Afonso Ermiges de Baião e Teresa Pires I de Bragança, e Aldara Viegas de Alvarenga, filha de Egas Afonso de Ribadouro e da galega Sancha Pais Curvo de Toronho[4].
Partilha a posse de vários bens com os irmãos, Afonso Lopes, Fernão Lopes, e Sancha Lopes, e ainda outros com os primos, Pedro Ponces, Estevainha Ponces, Sancha Ponces, e Maria Ponces.
Na corte
editarDiogo entrou mais tarde que o seu irmão Afonso na vida política, uma vez que consta como tenente somente a partir de 1253, ano em que recebe as tenências da Beira e Trancoso, e mais tarde as de Lamego e Viseu. Terá sido provavelmente na sua qualidade de rico-homem/tenente que terá construído um paço em Viseu, onde antes nunca houvera casa de rico-homem.
Questão do Algarve
editarA 5 de março de 1264, foi nomeado por Afonso III de Portugal para, com João Peres de Aboim, demarcar os limites dos reinos de Leão e Portugal, da foz do rio Caia até Sabugal, na questão do Algarve, no contexto das partilhas desta região com os partidores nomeados por Afonso X de Leão e Castela. O Algarve acaba por reverter por inteiro para Portugal, uma vez que a parte castelhana foi herdada por Dinis I de Portugal através da sua mãe, Beatriz de Castela, filha daquele monarca.
Reconhecimento da filha bastarda
editarDos filhos bastardos de Diogo Lopes, Guiomar, mais velha que o seu irmão, foi a única reconhecida e beneficiada pelo paiː Diogo recebeu-a como herdeira de todos os seus bens móveis e imóveis (exceto em emprazamentos), a 16 de julho de 1265, em Coimbra, na corte régia e na presença de várias testemunhas[2].
Morte
editarSabe-se que ainda vivia em 1278, pois desse ano surge a sua última presença documental. Terá muito provavelmente falecido pouco tempo depois.
Matrimónios e descendência
editarDiogo desposou Urraca Afonso de Cabreira (nos Livros de Linhagens designada Urraca Afonso), de origem provavelmente leonesa mas de pais desconhecidos[2]. Contudo não houve descendência desta união. Apesar disso, Diogo Lopes acabou por ser o único dos seus irmãos, e o único neto varão de Teresa Pires I de Bragança a ter descendência, embora de barregania e provavelmente de mulheres diferentesː
- Guiomar Dias de Baião[2], reconhecida como herdeira do seu pai em 1265, desposou Fernão Rodrigues Fafes e Martim Esteves Botelho.
- Afonso Dias de Baião[2], de esposa desconhecida teve descendência.
Referências
- ↑ a b Ventura 1992, p. 599.
- ↑ a b c d e Sottomayor-Pizarro 1997, p. 294.
- ↑ Afonso López de Baian
- ↑ Sottomayor-Pizarro 1997, p. 293-295.
Bibliografia
editar- D. António Caetano de Sousa, História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Atlântida-Livraria Editora, Lda, 2ª Edição, Coimbra,
- Sottomayor-Pizarro, José Augusto (1997). Linhagens Medievais Portuguesas: Genealogias e Estratégias (1279-1325). I. Porto: Universidade do Porto
- Manuel José da Costa Felgueiras Gayo, Nobiliário das Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989. vol. X-pg. 322 (Sousas).
- Ventura, Leontina (1992). A nobreza de corte de Afonso III. II. Coimbra: Universidade de Coimbra