Dormideira Cinzenta
Dipsas neuwiedi é uma pequena espécie de serpente não peçonhenta[1] da família Dipsadidae endêmica da Mata Atlântica. Ocorre ao longo de praticamente toda a costa brasileira. É uma espécie terrestre e possui hábitos noturnos. Devido ao seu padrão de cores, é frequentemente confundida com espécies de jararaca, mas é totalmente inofensiva. Alimenta-se preponderantemente de moluscos. Esta espécie possui adaptações morfológicas no crânio e mandibulas as quais auxiliam na remoção de gastrópodes de suas conchas.[2]
Dormideira Cinzenta | |||||||||
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Estado de conservação | |||||||||
Pouco preocupante | |||||||||
Classificação científica | |||||||||
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Até 2018, a espécie era classificada no gênero Sibynomorphus. Análises filogenéticas indicaram que a espécie deve ser classificada como Dipsas.[2]
Em algumas localidades do Brasil esta espécie é popularmente conhecida como cobra dormideira-cinzenta ou casco-de-burro.[3]
Habitat
editarAssociada a formações abertas como campos e cerrados.[2]
Características
editarSerpente de pequeno porte, coloração escura, manchas no dorso e ventre claro. É ovípara com ciclo reprodutivo sazonal entre julho e dezembro. Se alimenta de lesmas. Não é venenosa. Realizam descargas cloacais com odor desagradável como comportamento defensivo.[2]
Reprodução
editarÉ ovípara, havendo registro de uma desova composta por 10 ovos. Quando capturadas utilizam descargas cloacais fétidas como comportamento defensivo.[4]
Alimentação
editarSua dieta consiste basicamente de lesmas, semelhante ao observado para as demais espécies do gênero Sibynomorphus. S. neuwiedi possui características do crânio que permitem ao animal alimentar-se de gastrópodes, sem fraturar suas conchas. Estas serpentes inicialmente mordem as partes moles do caracol, injetando nelas o produto das glândulas cefálicas, o que provoca anestesia do molusco; numa segunda etapa, retiram o animal já inerte da sua própria concha e o engolem.[1]
Referências
- ↑ a b «Cobra dormideira é venenosa? Entenda». G1. 21 de dezembro de 2022. Consultado em 19 de maio de 2023
- ↑ a b c d Maia, Thiago; Dorigo, Thiago Arnt; Gomes, Suzete Rodrigues; Santos, Sônia Barbosa; Rocha, Carlos Frederico Duarte (20 de outubro de 2011). «Sibynomorphus neuwiedi (Ihering, 1911) (Serpentes; Dipsadidae) and Potamojanuarius lamellatus (Semper, 1885) (Gastropoda; Veronicellidae): a trophic relationship revealed». Biotemas (1). ISSN 2175-7925. doi:10.5007/2175-7925.2012v25n1p211. Consultado em 19 de maio de 2023
- ↑ «Dipsas neuwiedi: Silveira, A.L., Prudente, A.L. da C., Argôlo , A.J.S., Abrahão, C.R., Nogueira, C. de C., Strüssmann , C., Loebmann, D., Barbo, F.E., Franco, F.L., Costa, G.C., de Moura, G.J.B., Zaher, H. el D., Borges-Martins, M., Martins, M.R.C., Oliveira , M.E., Hoogmoed, M.S., Marques, O.A.V., Passos, P.G.H., Bérnils, R.S., Kawashita-Ribeiro, R.A., Sawaya, R.J. & da Costa, T.B.G.». IUCN Red List of Threatened Species. 31 de dezembro de 2012. Consultado em 19 de maio de 2023
- ↑ Delaney, Patrick John Victor. «Fisiografia e geologia de superfície da planície costeira do Rio Grande do Sul». Consultado em 19 de maio de 2023