Discussão:Determinismo
Determinismo
Percebam que todo efeito tem somente uma única causa possível e vice-versa. Quando criança imaginava que uma bola de bilhar tinha infinitos caminhos que pudesse percorrer e que todos coexistissem na criação em cada segundo de infinitos universos paralelos para acondicioná-los e assim sucessivamente ad infinitum. Porém agora percebo que uma bola de bilhar arremessada com determinada força e direção só poderá percorrer um único caminho que poderá ser traçado com perfeição se todas as variáveis puderem ser levadas em conta, portanto, seu comportamento é determinado pela ação que a causou. Assim, você não pode optar por um sorvete de chocolate ou baunilha, o que ocorre é a ilusão de escolha. Seja qual for a opção que tomar, ela já é determinada por tudo o que aconteceu antes. O que acontece é que as variáveis envolvidas no ato tendem ao infinito, o que causa a ilusão de livre-arbítrio ou escolha.
Não somos mais importantes que aquela poeirinha no canto da sala.
determinismo
editarConstruímos conceitos e idéias a partir do principal instrumento que temos para representá-los: a língua.
E como toda ferramenta, a língua deixa suas marcas nesse processo de construção, pois é impossível desvincular nossa forma de lidar com o mundo da ferramenta que usamos para fazê-lo.
A partir de um óbvio processo de retroalimentação, creio que algumas estruturas da língua portuguesa (e de outras línguas derivadas do latim) tenham tido grande influência na construção de uma lógica determinista de raciocínio. Da mesma forma, a utilização dessa retórica de construção provavelmente também teve grande influência na formação das línguas ‘modernas’.
Através da distinção consolidada entre os verbos ‘ser’ e ‘estar’ a língua portuguesa estabelece a separação entre o que é condição temporária e o que é condição permanente de existência. Essa separação – consolidada no final do séc XIV - parece simplificar bastante a articulação de processos lógicos de raciocínio, e provavelmente foi bastante útil no desenvolvimento de uma sociedade determinista, primeiramente gerenciada pela igreja e posteriormente pela ciência.
Por motivos práticos e operacionais, optamos por construir e interpretar o mundo sob essa ótica - determinando com clareza o que as coisas são, no lugar de utilizar um conceito mais amplo da realidade, em como as coisas estão. Ou seja, no lugar de compreendermos as coisas pelo seu estado, criamos um verbo para descrever de forma inequívoca a ‘realidade’ existencial.
O verbo SER é, em essência, um verbo determinista.
É interessante perceber, que em determinadas situações - quando o estado existencial é temporário pelo menos em possibilidade - a língua portuguesa comporta as duas possibilidades:
ex. ‘eu estou casado com ela’ e ‘eu sou casado com ela’.
Independente da circunstância (e do casamento) as duas formas estão corretas e representam a mesma idéia, pois entendemos que o casamento é um estado permanente mas que pode ser anulado a qualquer momento (será que isso sempre foi assim?). Por outro lado, a expressão ‘estou doente’ pode se transformar em ‘sou doente’ quando a enfermidade não é reversível.
Podemos assim dizer que o verbo ‘estar’ transforma-se em ‘ser’ quando o conceito perde potência de transformação e se imobiliza.
Estamos tão condicionados a entender o mundo sob essa ótica, que não conseguimos raciocinar a existência como um estado potencial da ideia, mas como uma representação solidificada do conceito. O verbo ‘ser’ presta-se basicamente para imobilizar um conceito no tempo e no espaço.
Determinismo portanto, é a percepção do mundo a partir de estados absolutos e permanentes, que tem como característica a construção de conceitos e ideias isolados de sua condição espaço/temporal numa estrutura lógica de raciocínio.
Para nós, letrados sob essa estrutura linguística, talvez seja impossível compreender o mundo sem essa perspectiva.
Quando traduzimos uma expressão em inglês – língua que não possui distinção entre ‘ser’ e ‘estar’, adaptamos o verbo ‘to be’ para alguma situação codificada em português para algum desses dois aspectos distintos da existência (por isso, não costumamos traduzir ‘eu estou médico’ ou ‘depois de correr, eu sou cansado’).
Sobre a influência da língua na construção de uma cultura determinista ou a influência da cultura determinista na construção da língua... particularmente, creio que assim como as ferramentas nascem das necessidades do homem, novas possibilidades acabam se conformando a partir das ferramentas que criamos, gerando novamente necessidades num processo continuo, interminável e impossível de ser analisado em termos de causa e efeito.
Embora o determinismo conspire contra a essência fundamental da vida (onde tudo que é sólido se desmancha no ar) pode ser que sua obsolescência seja parte fundamental de todo processo em evolução - e que a luta pela eternidade seja o principal fator de consumação pelo tempo.
Quando algo nasce para ser eterno, automaticamente começa a morrer...
Determinismo humano?
editarNão faz o menor sentido colocar discussões filosóficas sobre determinismo lógico e teológico em um artigo intitulado "determinismo humano". Essa proposta não tem fundamento e não é seguida nos artigos das outras Wikipédias. Vou fundir os artigos. --César Schirmer dos Santos 09:22, 9 Junho 2006 (UTC)
Determinismo e Liberdade
editarO início deste artigo é discutível. Em Leibniz existe a afirmação do determinismo e da liberdade humana. Assim, a negação da liberdade deve ser apresentada como uma tendência para a negação da liberdade, mas não uma derivação ou necessidade do determinismo.
Parece, também, haver alguma tendência, neste artigo, para reduzir o determinismo ao necessitarismo (que é apenas uma das várias formas de determinismo). Leibniz, volto ao meu exemplo, afirma o determinismo e nega o necessitarismo (o tal causa-efeito que se fala aqui nesta discussão).
Estas imprecisões tornam impossível recomendar este artigo aos meus alunos. Visto ter alguma reserva em corrigir esses dolos (que são, de facto, as perspectivas mais comuns, mas não exactas). Gostaria, se houver algum interesse da comunidade, de saber se posso corrigir ou se, os pontos de vista aqui afirmados, são considerados exactos ou suficientemente precisos para uma enciclopédia. Ou se os autores irão corrigir.
Lffm
Deus e o determinismo.
editarO determinismo faz parte da física quantica em um todo. ações de um individuo tem reações profundas na historio, já determinada por todas as conseqüência da ação desse individuo. podemos juntar a teoria do caos, a todos os efeitos do determinismo. Se de alguma forma um dia a ciência tiver condição de calcular todos os fatores, poderia prever ações com centenas de anos a frente. Agora, imagine um ser com todo conhecimento da ciência. esse ser poderia prever ate o infinito dos tempos, podendo assim interferir onde lhe for cômodo.
Revisão total do artigo
editarNa versão que encontrei ([1]) o artigo está completamente parcial e tendencioso. Tão tendencioso que não mostra em nenhum momento os argumentos defendidos pelos teóricos chamados deterministas, ou só mostra argumentos distorcidos para se adequar aos que criticam o determinismo para taxá-lo de absurdo.
É urgente fazer uma revisão total do artigo para que ele tenha um mínimo de imparcialidade. Pretendo fazer aos poucos. Já coloquei um parágrafo com argumentos favoráveis ao determinismo no ítem filosofia. Joaosac (discussão) 22h34min de 7 de abril de 2010 (UTC)
- Pronto. Fiz a revisão.
- Joaosac (discussão) 03h32min de 8 de abril de 2010 (UTC)
Etimologia
editarAcharia bem revisar-se a etimologia porque parece algo duvidosa. "Determinare" antes queria dizer "fixar fronteiras, delimitar" e o prefixo "de" não me parece aportar negação em latim.