Divisão Naval de Montevidéu
A Divisão Naval de Montevidéu, ou Divisão Naval do Rio da Prata, foi uma divisão naval brasileira baseada no Porto de Montevidéu e que operou no Uruguai de 1851 a 1878.
Divisão Naval de Montevidéu | |
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País | ![]() |
Estado | Desativada |
Corporação | Armada Imperial Brasileira |
Período de atividade | 1851 a 1876 |
História | |
Guerras/batalhas | Guerra do Uruguai Guerra do Paraguai |
Insígnias | |
Comando | |
Comandantes notáveis |
Marquês de Tamandaré John Pascoe Grenfell Barão do Amazonas |
Sede | |
Guarnição | Montevidéu |
Ela foi criada em conformidade com o artigo 4.º do Tratado de Aliança entre o Império do Brasil e a República Oriental do Uruguai, cujo objetivo era fornecer assistência militar para garantir a estabilidade política após a Guerra Civil Uruguaia.[1][2]
O texto do tratado declarava que a finalidade era proteger a independência do Uruguai, pacificar seu território e expulsar as forças de Oribe.[3] Urquiza ficaria responsável pelo comando das tropas argentinas, enquanto Eugenio Garzón lideraria os colorados uruguaios, ambos recebendo apoio financeiro e militar do Império do Brasil.[4]
O governo de Montevidéu recompensou o suporte militar e financeiro do Brasil nas etapas finais da guerra assinando, em 1851, cinco tratados que estabeleceram uma aliança perpétua entre os dois países.[5]
Origens
editarCom a independência do Paraguai e do Uruguai garantida, o Brasil também frustrou a planejada invasão argentina do Rio Grande do Sul.[6] Em apenas três anos, o país havia acabado com qualquer chance de se recriar um estado que reunisse os territórios do antigo Vice-Reinado do Rio da Prata – ambição que muitos argentinos nutriam desde sua própria independência.[7]
O exército e a marinha brasileiros realizaram um feito que nem mesmo o Reino Unido e a França, as maiores potências da época, haviam conseguido em suas intervenções na região.[8] Esse sucesso marcou uma virada na história da América do Sul, estabelecendo a hegemonia brasileira na região do Prata.[carece de fontes] Elementos da divisão participaram da Batalha Naval do Riachuelo em 11 de junho de 1865, durante a Guerra do Paraguai.[9]
A partir da década de 1870, com a estabilização da situação política e o fim das ameaças territoriais na bacia do Prata, o Uruguai deixou de ser uma preocupação política para o Brasil.[10] Ao mesmo tempo, a região perdeu relevância econômica para o país, que via sua fronteira agrícola interna se expandir e sua indústria nacional, impulsionada pela guerra, prosperar.[11] A Divisão Naval foi então desmantelada em 1876.[carece de fontes]
Navios
editarEm 1869, a Divisão Naval de Montevidéo era composta por:[12]
Fragata |
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Amazonas (Capitânia) |
Corvetas |
Vital de Oliveira[13] |
Patacho |
Iguassú[15] |
Ver também
editarReferências
- ↑ Cosso 2004, p. 55.
- ↑ Soares 2021, p. 83.
- ↑ Viana 1994, p. 527.
- ↑ Maia 1975, p. 256.
- ↑ Soares 2021, pp. 203-215.
- ↑ Golin 2004, pp. 42-43.
- ↑ Lyra 1977, p. 164.
- ↑ Calmon 2002, p. 195.
- ↑ Rodrigues et al. 2017, pp. 161-162.
- ↑ Doratioto 2014, p. 59.
- ↑ Doratioto 2014, p. 60.
- ↑ Ministério da Marinha (1879). «Almanak da Marinha» (PDF). Rio de Janeiro: Typographia de José Dias de Oliveira. Almanak do Ministério da Marinha. Cópia arquivada (PDF) em 20 de maio de 2022
- ↑ «NGB - Corveta Encouraçada Vital de Oliveira (ex-Guanabara)». www.naval.com.br. Consultado em 16 de fevereiro de 2025
- ↑ «NGB - Corveta Beberibe». www.naval.com.br. Consultado em 16 de fevereiro de 2025
- ↑ «Patacho Iguassú» (PDF). Marinha do Brasil. Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha
Bibliografias
editar- Calmon, Pedro (2002). História da Civilização Brasileira. Brasília: Senado Federal
- Cosso, Marcos Simões (2004). «Política exterior do Brasil para com o Uruguai no período de 1852 a 1864» (PDF). O Manancial - Repositório Digital da UFSM
- Doratioto, Francisco (2014). O Brasil no Rio da Prata (1822–1994). Brasília: Fundação Alexandre Gusmão
- Golin, Tau (2004). Os tratados de limites Brasil-Uruguai-Argentina, os trabalhos demarcatórios, os territórios contestados e os conflitos na bacia do Prata. Col: A fronteira / Tau Golin. Porto Alegre, Brasil: L&PM 30Anos. ISBN 978-85-254-1438-0
- Lyra, Heitor (1977). História de Dom Pedro II (1825–1891): Ascenção (1825–1870). 1. Belo Horizonte: Itatiaia
- Maia, João do Prado (1975). A Marinha de Guerra do Brasil na Colônia e no Império 2ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Editora Cátedra
- Rodrigues, Claudio Marin; Silva, Jéssica de Freitas Gonzaga da (2017). «"Na paz, cumpre-se preparar a guerra": A Armada Imperial e a defesa da fronteira da província de Mato Grosso contra a República do Paraguai (1852-1865)» (PDF). Escola de Guerra Naval (EGN). Rede BIM. ISSN 2446-4791
- Soares, Álvaro Teixeira (2021). Diplomacia do Império no Rio da Prata (até 1865): 2ª Edição, revista 2 ed. Brasília, DF: Fundação Alexandre de Gusmão. ISBN 978-65-87083-17-9
- Viana, Hélio (1994). História do Brasil: período colonial, monarquia e república 15ª ed. São Paulo: Melhoramentos