Domingos Rodrigues
Domingos Rodrigues (Vila Cova à Coelheira, 1637 - Lisboa, 20 de dezembro de 1719), foi um cozinheiro da Casa Real de Portugal, no reinado d'El rei D. Pedro II de Portugal,[1] conhecido pelo seu livro «Arte de Cozinha»,[2] redigido em 1680, que foi o primeiro tratado de culinária, escrito em português.[3]
Domingos Rodrigues | |
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Nascimento | 1637 Vila Cova à Coelheira |
Morte | 20 de dezembro de 1719 Lisboa |
Cidadania | Reino de Portugal |
Ocupação | escritor, chef, cozinheiro |
Domingos Rodrigues, antes de ser admitido ao serviço da Casa Real portuguesa, teria trabalhado na cozinha e na ucharia dos marqueses de Valença e de Gouveia, ainda jovem.[4]
A «Arte de Cozinha»
editarPublicada em 1680, esta obra é de particular interesse para se conhecer a cozinha barroca portuguesa, evidenciando-se, em todo o caso, já alguns pratos e técnicas culinárias de claro cunho francês,[5] como por exemplo a «potagem à Franceza»,[6] receita de sopa de carnes e legumes, que destoa das demais receitas de sopas na obra, que ainda se aproximam muito do conceito tradicional de «sopa seca» da culinária portuguesa, o qual encontra reflexos modernos nas açordas.
Este receituário teve muito significativa divulgação na época, tendo sido aclamado pela variedade dos pratos e refinamento da sua confecção, tendo chegado a contar com 19 edições.[3]
Embora não seja o livro de receitas mais antigo da corte portuguesa, honra que toca ao «Livro de cozinha da Infanta D.ª Maria de Portugal»[7], que datará de finais do séc. XV e princípios do séc. XVI[8], é considerado o tratado de cozinha mais antigo da culinária portuguesa.[9]
Referências
- ↑ Mª de Lourdes Modesto en Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, 16º vol. (Lisboa:Verbo, 1992), página 741.
- ↑ Rodrigues, Domingos (1680). Arte de cozinha dividida em quatro partes, a primeira trata do modo de cozinhar varios guizados de todo o genero de carnes, e conservas, tortas, empadas, e pasteis. A segunda de peixes, mariscos, frutas, hervaa [sic], ovos, lacticinios, doces, conservas do mesmo genero. A terceira de preparar meza em todo o tempo do anno, para hospedar principes, e embaixadores. A quarta de fazer pudins, e preparar massas... Lisboa: Officina da Viuva de Lino da Silva Godinho. 281 páginas
- ↑ a b Marques Pereira, Ana (2012). Mesa Real Dinastia de Bragança. [S.l.]: A Esfera dos Livros. 184 páginas. ISBN 9896263590
- ↑ Couto, Cristiana (2003). Arte de cozinha: alimentação e dietética em Portugal e no Brasil (séc. XVII e XIX). São Paulo, Brasil: Senac São Paulo. p. 37. 176 páginas. ISBN 8573595841
- ↑ Marques Pereira, Ana (2012). Mesa Real Dinastia de Bragança. Lisboa: A Esfera dos Livros. 184 páginas. ISBN 9896263590
- ↑ Rodrigues, Domingos (1680). Arte de cozinha dividida em quatro partes, a primeira trata do modo de cozinhar varios guizados de todo o genero de carnes, e conservas, tortas, empadas, e pasteis. A segunda de peixes, mariscos, frutas, hervaa [sic], ovos, lacticinios, doces, conservas do mesmo genero. A terceira de preparar meza em todo o tempo do anno, para hospedar principes, e embaixadores. A quarta de fazer pudins, e preparar massas... Lisboa: Officina da Viuva de Lino da Silva Godinho. p. 8. 281 páginas
- ↑ Dias Arnaut, Salvador (1967). O "Livro de Cozinha" da Infanta D. Maria de Portugal. Coimbra: Universidade de Coimbra. 435 páginas
- ↑ Dias Arnaut, Salvador (1967). O "Livro de Cozinha" da Infanta D. Maria de Portugal. Coimbra: Universidade de Coimbra. pp. 14–15,17,73
- ↑ Marques Pereira, Ana (2012). Mesa Real Dinastia de Bragança. [S.l.]: A Esfera dos Livros. 184 páginas. ISBN 9896263590