Duarte de Meneses, Conde de Viana
D. Duarte de Meneses (Lisboa, 1414 – Serra de Benacofu, Marrocos, 29 de janeiro de 1464) foi um militar e nobre português, filho natural de Pedro de Menezes, 1.º Conde de Vila Real.
Duarte de Meneses, Conde de Viana | |
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Nascimento | 1414 Lisboa |
Morte | 29 de janeiro de 1464 Serra de Benacofu |
Cidadania | Reino de Portugal |
Progenitores | |
Cônjuge | Isabel de Melo, Isabel de Castro |
Filho(a)(s) | Maria de Meneses, Henrique de Meneses, 4.º Conde de Viana (do Alentejo), Garcia de Meneses, Fernão de Meneses, João de Meneses, Leonor |
Irmão(ã)(s) | Beatriz de Meneses, 2.ª Condessa de Vila Real, Aldonça |
Ocupação | administrador, oficial, político |
Distinções |
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Título | Dom, Conde de Viana do Alentejo, Conde de Viana (da Foz do Lima), cavaleiro |
Duarte de Meneses | |
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3.º Conde de Viana do Alentejo; 2.º Conde de Viana da Foz do Lima; 1.º Capitão de Alcácer-Ceguer | |
3.º Conde de Viana do Alentejo | |
1477-29 de janeiro de 1464 | |
2.º Conde de Viana da Foz do Lima | |
1477-29 de janeiro de 1464 | |
1.º Capitão de Alcácer-Ceguer | |
Reinado | 23 de outubro de 1458-29 de janeiro de 1464 |
Nascimento | 1414 |
Lisboa, Portugal | |
Morte | 29 de janeiro de 1464 (50 anos) |
Marrocos | |
Casa | Teles de Meneses |
Religião | Catolicismo |
Brasão |
Biografia
editarSendo filho natural, foi sua meia-irmã, D. Brites de Meneses, quem herdou do pai a Casa de Vila Real. No entanto, D. Duarte de Meneses, pelo seu valor militar veio a obter do rei diversas honras e títulos, vindo a ser 3.º Conde de Viana (do Alentejo), 2.º Conde de Viana (da Foz do Lima) e 1.º capitão de Alcácer-Ceguer a 23 de Outubro de 1458, que capitaneou até sua morte.
Deu a vida para proteger D. Afonso V na serra de Benacofu, aquando da deslocação do rei ao norte de Marrocos.
Os seus feitos foram motivo de uma crónica, escrita por Gomes Eanes de Azurara, cujo título é precisamente «Crônica do Conde D. Duarte de Meneses», obra relativa ao capitão de Alcácer Ceguer a partir de 1458 até 1464, tendo sido escrita entre 1464-1468. Aí ele descreve o carácter, as virtudes e o físico do conde D. Duarte, apontando-o como um homem destinado ao uso das armas “nos feitos da cauallarya”, de grande autoridade e senhorio, devoto a Deus e à sua lei, justo, honrado e fiel.[1]
Família
editarCasou duas vezes. A primeira com Isabel de Melo, filha de Martim Afonso de Melo, 1.º Senhor de Arega e Barbacena. Deste casamento nasceu uma filha:
- D. Maria de Meneses, que casou com D. João de Castro, 2.º Conde de Monsanto.
Do segundo casamento com D. Isabel de Castro, filha de D. Fernando de Castro, 1.º Senhor do Paul do Boquilobo, irmã de D. Álvaro de Castro, 1.º Conde de Monsanto, e tia paterna de D. João de Castro, seu genro, teve a seguinte descendência:
- D. Henrique de Meneses, 4.º conde de Viana (do Alentejo), 3.º conde de Viana (da Foz do Lima), 1.º conde de Loulé;
- D. Garcia de Meneses, bispo de Évora;
- D. Fernando de Meneses, o Narizes, de quem descendem os Marqueses de Valada. Pai do capitão de Tânger D. Duarte de Meneses o d'Évora;
- D. João de Meneses, 1.º conde de Tarouca, pai de D. Duarte de Meneses governador da Índia;
- D. Leonor, freira em Aveiro.[2]
D. Isabel de Castro e o cerco de Alcácer-Ceguer
editarFicou conhecido o papel de D. Isabel de Castro num cerco de Alcácer-Ceguer conduzido pelo rei de Fez:
- Sendo Capitão de Alcacer, em Africa, D. Duarte de Menezes, mandou vir de Portugal a sua mulher a Senhora D. Isabel de Castro; e chegando ella a tempo em que aquella Praça estava cercada por ElRei de Fez, com duzentos mil homens, tão pouco a intimidou um tal apparato bellico, que sem fazer caso delle, logo que vio a seu marido, lhe deo signal de que era vinda. Veio-a elle buscar com igual animo, e as primeiras palavras que ouvio de sua esposa, forão estas: Folga muito de oir em tão boa occasião para vos ajudar. Apenas disse isto, entrou na Praça, e começou logo a conduzir pedra, cal, agua, &c. E quando havia alguma suspensão de armas, voltava-se a tratar dos feridos, ministrando-lhes os refrescos de que necessitavão. Moveo tanto este exemplo ás mulheres da terra, que determinando-se a imita-lo, forão grande parte com a sua diligencia, para que a Praça se defendesse com todo o vigor, retirando-se.[3]
Referências
- ↑ Modelos de ação bélica na Crônica de D. Duarte de Meneses - contexto, texto e representação, por André Luiz Bertoli, Mirabilia 15, Jun-Dez 2012 - ISSN 1676-5818, pág. 184
- ↑ Zurara, p. 6
- ↑ «Heroínas Portuguesas». Lisboa: Imprensa Nacional. O Recreio (jornal das famílias). 8: 1. 1842
Bibliografia
editar- António Martins Costa, D. Duarte de Meneses (1414-1464): o sangue e as armas no final da Idade Média. Veja-se: https://www.journal-estrategica.com/pdf/numero-2/duarte-de-meneses.pdf
- Nobreza de Portugal e Brasil, Vol. III, Lisboa, Representações Zairol Lda., 1989, pp. 478–480.
Ligações externas
editar
Precedido por Pedro de Meneses, 1.º Conde de Vila Real |
Governador de Ceuta 1430 — 1434 |
Sucedido por Pedro de Meneses, 1.º Conde de Vila Real |
Precedido por Pedro de Meneses, 1.º Conde de Vila Real |
Governador de Ceuta 1437 — 1438 |
Sucedido por Fernando de Noronha, 2.º Conde de Vila Real |
Precedido por - |
Capitão de Alcácer-Ceguer 1458 — 1464 |
Sucedido por Henrique de Meneses |