Ecléa Bosi

psicóloga brasileira

Ecléa Bosi, nascida Ecléa Frederico (São Paulo, 14 de outubro de 1936 — São Paulo, 10 de julho de 2017), foi uma psicóloga, professora e escritora brasileira.[1]

Ecléa Bosi
Outros nomes Ecléa Frederico
Nascimento 14 de outubro de 1936
São Paulo, SP
Morte 10 de julho de 2017 (80 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidade brasileira
Cônjuge Alfredo Bosi
Filho(a)(s) Viviana
José Alfredo
Ocupação psicóloga social, professora, pesquisadora e escritora

Biografia

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Nascida Ecléa Frederico no bairro paulistano do Ipiranga, era filha de Antônio Correia Frederico e Emma Strambi, família com raízes nos bairros de Santo Amaro e Pinheiros.[2][3] Casou-se com o professor universitário, crítico literário e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), Alfredo Bosi no ano de 1961.[4][5][6]

Foi professora emérita e titular do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho no Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (USP).[7] Graduou-se no curso de Psicologia em 1966 na USP. [8] Obteve seu mestrado no ano de 1970, sob orientação de Anita Castilho Cabral sobre o tema Leitura de Imagem: um estudo de semiologia.[8][9]

Posteriormente no ano de 1971, obteve seu doutoramento em Psicologia Social na mesma universidade, onde defendeu sua tese Leituras de Operários: estudo de um grupo de trabalhadores em São Paulo, onde estudou grupos de trabalhadores da cidade e fez uma análise psicológica e social sobre o assunto.[10] No ano de 1982, tornou-se livre docente da universidade.[10]

Em 2008, a filósofa e também professora da USP, Marilena Chaui publicou um artigo em sua homenagem.[11][12] No ano de 2009, recebeu o Prêmio Internacional Ars Latina pelo conjunto de sua obra.[13] Em 2011, recebeu o prêmio Averroes e também recebeu o Troféu Loba Romana junto de João Grandino Rodas, em homenagem à contribuição da comunidade italiana no Brasil em cerimônia realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP).[7][14][15]

Dentre suas obras importantes estão "Memória e sociedade", "Cultura de massa e cultura popular", "Leituras de operárias", "Velhos amigos, O tempo vivo da memória e a antologia de Simone Weil.[16] Traduziu autores importantes como Giacomo Leopardi, Giuseppe Ungaretti, Federico García Lorca, Rosalía de Castro.[17] Em 1994, através de uma de suas iniciativas, a Universidade de São Paulo passou a acolher maiores de 60 anos em cursos regulares no programa Universidade Aberta à Terceira Idade.[18][19]

No ano de 2003, publicou na revista de Estudos Avançados o artigo Memória da cidade: lembranças paulistanas.[20]

Ecléa morreu no dia 10 de julho de 2017, na cidade de São Paulo aos 80 anos.[21] A informação de sua morte foi confirmada pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP.[22][23]

“Os projetos do indivíduo transcendem o intervalo físico de sua existência: ele nunca morre tendo explicitado todas as suas possibilidades. Antes, morre na véspera: e alguém deve realizar suas possibilidades que ficaram latentes, para que se complete o desenho de sua vida”[24]

Livros publicados

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  • Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias. Petrópolis, Ed. Vozes - 1972.[25]
  • Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo, Companhia das Letras - 1994.[26]
  • O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. Ateliê Editorial - 1998.[27]
  • Velhos amigos. São Paulo, Companhia das Letras - 2003.[28]

Ligações externas

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Referências

  1. Morre a psicóloga Ecléa Bosi Isto É
  2. «Ecléa Bosi». Ateliê Editorial. Consultado em 29 de abril de 2021 
  3. Bosi, Ecléa (1996). Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias. [S.l.]: Vozes 
  4. BOSI, Ecléa (1994). Memória e Sociedade: Lembrança dos Velhos. [S.l.]: Companhia das Letras 
  5. «Ecléa Bosi, uma voz dedicada aos explorados e esquecidos». Rede Brasil Atual. 10 de julho de 2017. Consultado em 29 de abril de 2021 
  6. Duvanel, Talita (7 de abril de 2021). «Morre de Covid-19 o imortal da ABL Alfredo Bosi, aos 84 anos». O Globo. Consultado em 29 de abril de 2021 
  7. a b «Professora Ecléa Bosi recebe o prêmio Averroes 2011». Universidade de São Paulo. 9 de setembro de 2011. Consultado em 29 de abril de 2021 
  8. a b «Eclea Bosi». Lattes. Consultado em 29 de abril de 2021 
  9. Oliveira, José (2014). «Análise dos ex-votos das Américas a partir do discurso e da sua representação para os estudos da memória social e da folkcomunicação». Revista Internacional de Folkcomunicação (Universidade Estadual de Ponta Grossa). Consultado em 29 de abril de 2021 
  10. a b «Ecléa Bosi: Narrativas sensíveis sobre grupos fragilizados » Sala de Imprensa - USP – Universidade de São Paulo». Universidade de São Paulo. 14 de maio de 2014. Consultado em 29 de abril de 2021 
  11. Chauí, Marilena (2008). «Homenagem a Ecléa Bosi». Psicologia USP (1): 15–24. ISSN 0103-6564. doi:10.1590/S0103-65642008000100003. Consultado em 29 de abril de 2021 
  12. Santiago, Homero Silveira; Silveira, Paulo Henrique Fernandes; Santiago, Homero Silveira; Silveira, Paulo Henrique Fernandes (2016). «Percursos de Marilena Chaui: filosofia, política e educação». Educação e Pesquisa (1): 259–277. ISSN 1517-9702. doi:10.1590/S1517-97022016420100201. Consultado em 29 de abril de 2021 
  13. «Eclea Bosi é premiada». Agência USP de Notícias. 28 de agosto de 2009. Consultado em 29 de abril de 2021 
  14. «Reitor recebe o troféu "Loba Romana", em cerimônia realizada na Alesp». Sala de imprensa da Universidade de São Paulo. 1 de junho de 2011. Consultado em 29 de abril de 2021 
  15. Sapienza, Vitor (30 de maio de 2011). «016ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO "DIA DA COMUNIDADE ITALIANA"». Assembleia Legislativa de São Paulo. Consultado em 29 de abril de 2021 
  16. Silva, Elcio (10 de julho de 2017). «Morre Ecléa Bosi, pesquisadora fundamental da psicologia social». Jornal da USP. Consultado em 29 de abril de 2021 
  17. Oliveira, Paulo de Salles (2005). «O orvalho que vem do mar: singela homenagem a Ecléa Bosi». Psicologia USP (4): 197–225. ISSN 0103-6564. doi:10.1590/S0103-65642005000300010. Consultado em 29 de abril de 2021 
  18. «Memória e sociedade: ciência poética e referência de humanismo». Psicologia USP (1): 51–58. 2008. ISSN 1678-5177. Consultado em 29 de abril de 2021 
  19. «Programa Universidade Aberta à Terceira Idade». Universidade de São Paulo. Consultado em 29 de abril de 2021 
  20. Bosi, Ecléa (2003). «Memória da cidade: lembranças paulistanas». Estudos Avançados (47): 198–211. ISSN 0103-4014. doi:10.1590/S0103-40142003000100012. Consultado em 29 de abril de 2021 
  21. «Morre a psicóloga Ecléa Bosi». IstoÉ Independente. 10 de julho de 2017. Consultado em 29 de abril de 2021 
  22. «Morre a professora Ecléa Bosi, idealizadora do programa da USP para a terceira idade». G1. 10 de julho de 2017. Consultado em 29 de abril de 2021 
  23. «Morre aos 80 anos Ecléa Bosi, criadora da Universidade Aberta à Terceira Idade». Revista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. 11 de julho de 2017. Consultado em 29 de abril de 2021 
  24. «Que sigamos o desenho da vida de Ecléa Bosi». revistacult.uol.com.br. 10 de julho de 2017. Consultado em 30 de novembro de 2017 
  25. Bosi, Ecléa (1996). Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias. [S.l.]: Vozes 
  26. Bosi, Ecléa (1994). Memória e sociedade: lembranças de velhos. [S.l.]: Companhia das Letras 
  27. Gomes, Liliane (2006). «O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social». Revista Mosaicum. Consultado em 29 de abril de 2021 
  28. Bosi, Ecléa (2003). Velhos amigos. [S.l.]: Cia. das Letras