Edifício e Galeria Califórnia
O Edifício e Galeria Califórnia localiza-se no centro de São Paulo e foi projetado pelos arquitetos Oscar Niemeyer e Carlos Lemos em 1951, sendo inaugurado em 1955. O edifício situa-se em um centro de quadra e interliga as ruas Barão de Itapetininga e Rua Dom José de Barros, com fachadas para as duas ruas.[1]
Edifício e Galeria Califórnia | |
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Fachada da Rua Barão de Itapetininga (foto de 2008). | |
Informações gerais | |
Tipo | Comercial |
Arquiteto(a) | Oscar Niemeyer |
Inauguração | 1955 |
Andares sobre o solo | 13 |
Geografia | |
País | Brasil |
Localidade | São Paulo, SP |
Coordenadas | 23° 32′ 42″ S, 46° 38′ 29″ O |
Localização em mapa dinâmico |
História
editarO terreno onde o prédio seria erguido fora vendido ao Banco Nacional Imobiliário pelo arquiteto Júlio de Abreu, que sugeriu que a obra tivesse a participação de Niemeyer.[2] Niemeyer fez os estudos do projeto no Rio de Janeiro e só depois foi para São Paulo.[2] Foi então que o arquiteto abriu um escritório na rua 24 de maio, sob a supervisão de Carlos Lemos. O projeto buscou atender às novas demandas do mercado imobiliário, visando ao máximo aproveitamento do lote e obedecendo à nova legislação da época, que mudara os parâmetros de ocupação. Devido às dificuldades no atendimento à legislação, o prédio levou cerca de quatro anos para ser aprovado na Prefeitura.
Definida a necessidade de aproveitamento, Niemeyer desenhou um projeto obedecendo as diferentes demandas para as ruas onde o lote se localiza, alcançando em cada uma a altura máxima permitida de acordo com a largura da via. O edifício ocupa toda extensão lindeira dos lotes, e em seu interior há um pátio interno para onde são voltadas as quatro alas de escritórios, com extensos e amplos corredores e que se utilizam de seis elevadores. Nas duas fachadas o edifício conta com pilares em "V", marca de Niemeyer e que se tornaria moda na década de 50.[3]
Na fachada da Rua Barão de Itapetininga, o edifício possui dez andares, com mais três pavimentos recuados sucessivamente, totalizando treze pavimentos. Na elevação da Rua Dom José de Barros, sobre a parte baixa da galeria (a parte alta possui 8,4 metros de pé direito) e devido às diferenças de níveis entre as duas ruas, o edifício passa a ter oito pavimentos seguindo o alinhamento da via e mais cinco pavimentos em um só um recuo. Com esta configuração, a partir do pátio interno a percepção é de treze pavimentos em todo o edifício.
Apesar de resolver plástica e funcionalmente as necessidades do edifício, este foi duramente criticado pelo arquiteto suíço Max Bill, em sua visita a São Paulo em 1953. Segundo o arquiteto, o edifício possui estrutura confusa, desnecessária e pródiga, apontando o excesso no formalismo de Oscar Niemeyer. Na época os arquitetos brasileiros reagiram mal às criticas de Max Bill e preferiram criticá-lo a debater as questões levantadas.[1]
O edifício encontrava-se em 2009 com problemas de conservação, incluindo os três pilares da fachada, pintados cada um de uma cor, e o painel de Portinari do saguão, que tem peças faltando.[4] Em parceria com a Unesp, previa-se a instalação de um centro cultural no local e a restauração do painel de Portinari, a um custo estimado entre cinco milhões e seis milhões de reais.[4]
Artistas envolvidos
editarEm geral, as obras de Oscar Niemeyer contam com esculturas, murais ou panéis de artistas brasileiros. O edifício Califórnia possui um mural de mosaico de Portinari (com cerca de 250 metros quadrados) no interior da galeria, cuja restauração estava prevista para ser executada em 2009.[5]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b Carrilho, Marcos José; Ribeiro, Alessandro José Castroviejo; Del Negro, Paulo Sérgio Bárbaro (dezembro de 2007). «Edifício e galeria Califórnia: o desenho e a cidade (1)». Portal Vitruvius. Consultado em 1 de dezembro de 2008
- ↑ a b «Niemeyer faz 70 anos, triste com São Paulo». Folha de S. Paulo (17 788). São Paulo: Folha da Manhã. 15 de dezembro de 1977. 18 páginas
- ↑ «Guia de Bens Tombados - Consulta de Bem». Inepac. Consultado em 17 de agosto de 2008. Arquivado do original em 23 de fevereiro de 2008
- ↑ a b {{Citation | title = Esperança a ícones da arquitetura | first = Edison | last = Veiga | title = Jornal da Tarde | publisher = O Estado de São Paulo | date = 19/4/2009 | page = 7A{{.
- ↑ «O mosaico de Portinari no prédio de Niemeyer». Estadão. 6 de outubro de 2008. Consultado em 1 de dezembro de 2008