Editorial Galaxia
A Editorial Galaxia é uma editora galega fundada em 1950 e radicada em Vigo, Galiza. O seu director geral é Víctor Freixanes.
Editorial Galaxia | |
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S.A. (Sociedade Anônima) | |
Atividade | Editorial, Cultural |
Fundação | Vigo, Galiza em 25 de Julho de 1950 |
Sede | Avenida de Madrid, 44 baixo 36204, Vigo, Galiza |
Pessoas-chave | Ramón Otero Pedrayo (fundador) |
Website oficial | Editorial Galaxia.gal |
Historia
editarRematada a Guerra Civil Espanhola apenas se publicaram livros na Galiza e muito menos em galego. A edição, igual que a resistência política e cultural, desenvolveu-se neste período principalmente na América (México, Uruguai, Argentina), arredor de figuras como Castelao, Manuel Puente, Arturo Cuadrado ou Luís Seoane, autênticos motores da produção editorial no exílio. Em 1949 publicou-se em Pontevedra a colecção de poesia Benito Soto, promovida por Sabino Torres, Manuel Cuña Novás, Emilio Álvarez Negreira e Celso Emilio Ferreiro. Pelas mesmas datas saíram os primeiros títulos de bibliófilos galegos, e mais a Editorial Monterrey, da mão de Luís Viñas Cortegoso e Xosé María Álvarez Blázquez, orientada maiormente para à edição de bibliofilia. O projecto Galaxia consolidou-se, de entre todas elas, como o mais estável e o de mais continuidade, e constituiu a referência obrigada do ressurgimento da actividade intelectual na Galiza interior.
O Partido Galeguista do interior considerou que havia que aproveitar as escassas possibilidades que oferecia o franquismo para desenvolver a língua e Literatura galega e o próprio pensamento galeguista, em aberta contradição do galeguismo do exílio, e assim em 25 de Julho de 1950 celebrou-se na hospedaria do hotel Compostela, em Santiago de Compostela, a assembleia fundacional da Editorial Galaxia. Presidida por Ramón Otero Pedrayo, o Patriarca das Letras, e com a presença de personalidades singulares do galeguismo, como Manuel Gómez Román, secretário do Partigo Galeguista. A Editorial Galaxia converteu-se no núcleo principal da resistência cultural e política do Galeguismo, obrigado à clandestinidade e ao exílio depois da guerra civil. Francisco Fernández del Riego, Xaime Isla Couto e Ramón Piñeiro foram as três personalidades que desde o primeiro momento orientaram a editorial, comprometida com a recuperação da língua e da cultura galega, nos tempos difíceis da ditadura.
A resistência galeguista desenhou daquela um programa de acção cultural e política que frutificou sobre tudo nas seguintes gerações. Mais de meio século depois, os seus catálogos são referência obrigada do livro e a criação galega do nosso tempo.
Na sua colecção Illa Nova (1957) pensada para dar espaço aos escritores novos publicaram-se as obras mais representativas da conhecida como a Nova narrativa galega que renovou a narrativa galega de pós-guerra.[1]
Características
editarA oferta de Galaxia tem carácter geralista, como corresponde a uma editora que, seguindo aos seus princípios fundamentais, tenta manter activo o processo de modernização da sociedade leitora, incorporando temas, gêneros, novas propostas e novas linhas de trabalho e investigação. O seu projecto concreta-se em colecções de clássicos, traduções de grandes autores da literatura universal, poesia, ensaio, guias de ócio e de meio ambiente, livros de viagens, literatura infantil e juvenil, gastronomia...; e resumindo, atinge desde a criação literária e o pensamento à didáctica e os materiais de referência escolar, como manuais, dicionários, etc.
A Editorial Galaxia tem publicados uns 2.000 títulos, dos quais a metade já estão descatalogados. Desde 1963 edita trimestralmente Grial. Revista galega de cultura.
Curiosidades
editarO primeiro livro publicado por Galaxia foi Antífona da cantiga, de Ramón Cabanillas, que saiu do prelo em abril de 1951.
A editorial recebeu a Medalha de Ouro da Galiza em 2008, outorgada pelo governo galego[2]. Em 2010 recebeu também o Prêmio Cultura Galega à Promoção Cultural da Galiza, também outorgado pela Junta da Galiza.
Referências
- ↑ Dolores Vilavedra, Historia da literatura galega, Galaxia, 1999. páx. 253-255
- ↑ Galaxia, Medalla de Galicia pola súa contribución á cultura galega Arquivado em 3 de dezembro de 2013, no Wayback Machine., A Nosa Terra, 3/7/08.
Bibliografia
editar- CASARES, Carlos: Ramón Piñeiro. Da miña acordanza. Memorias. Galaxia 2002.
- RODRÍGUEZ-POLO, Xosé Ramón: Ramón Piñeiro e a estratexia do galeguismo. Xerais, Vigo, 2009.