Eduardo Pitta
Eduardo Pitta, de seu nome completo, Eduardo Gama Cândido Pitta Pereira,[1] (Lourenço Marques, 9 de agosto de 1949 – Torres Vedras, 25 de julho de 2023) foi um poeta, escritor e ensaísta português.
Eduardo Pitta | |
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Nome completo | Eduardo Gama Cândido Pitta Pereira |
Nascimento | 9 de agosto de 1949 Lourenço Marques, Moçambique |
Morte | 25 de julho de 2023 (73 anos) Torres Vedras, Portugal |
Nacionalidade | português |
Cônjuge | Jorge Neves |
Ocupação | Escritor, poeta, crítico literário |
Profissão | funcionário administrativo |
Magnum opus | Persona |
Website | eduardopitta.com |
Carreira
editarViveu em Moçambique até Novembro de 1975. Escreveu e publicou desde 1967. Publicou livros de poesia, ficção (contos e romance), ensaio, uma colectânea de crónicas, dois diários de viagem e um volume de memórias. Em Fractura, ensaio sobre a condição homossexual na literatura portuguesa contemporânea, sinaliza representações da homotextualidade nacional numa perspectiva que não elide a «negociação de identidade».
Em 2013 publicou Um Rapaz a Arder, livro de memórias que abrange o período entre 1975 e 2001. Além do conto O Estratagema, publicado no volume colectivo Um Natal Assim (2008), publicou diversos contos na revista Egoísta. Poemas seus encontram-se traduzidos em inglês, francês, castelhano, italiano e hebraico. Traduzido por Alison Aiken, o conto Kalahari foi publicado em 2005 na revista inglesa Chroma. Queer Literary Journal, de Londres.
Encontra-se representado em diversas antologias de poesia portuguesa contemporânea. Participou em encontros de escritores, seminários e festivais de poesia, em Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia e Colômbia. Colaborou em publicações literárias de vária índole. Fez crítica literária nas revistas Colóquio-Letras (1987-2018), LER (1990-2006) e Sábado (2011-2022), bem como nos jornais Diário de Notícias (1996-1998) e Público (2005-2011). Entre 1994 e 2006 assinou na revista LER a secção de crítica de poesia O Som & o Sentido. Na mesma revista, entre 2008 e 2014, publicou crónicas na coluna Heterodoxias.
Foi o responsável pela edição da poesia completa de António Botto. Manteve desde 2005 o blogue Da Literatura, até Abril de 2022.
Vida pessoal e morte
editarAo mudar-se para Lisboa, em 1976, ingressou na Administração Pública, como assistente administrativo especialista na Direcção-Geral do Comércio Externo, tendo em 2001 sido promovido a chefe de secção.[2]
Em Julho de 2010 casou com Jorge Neves, seu companheiro desde 1972.[3]
Em Abril de 2022, Pitta adoeceu gravemente com um AVC, tendo ficado muito debilitado e cessando a sua actividade escrita. Em Dezembro de 2022, publicava na sua página do Facebook: «Regresso ao fim de dez meses após dois AVC, ambos isquémicos, duas pneumonias, uma delas de aspiração, covid e vários dias em coma. A vida prega-nos partidas.»[4]
Morreu na manhã de 25 de julho de 2023, aos 73 anos de idade, numa unidade de cuidados continuados em Torres Vedras, vítima do terceiro AVC que sofrera dias antes.[5][6]
Obras
editarPoesia
editar- 1974 Sílaba a Sílaba
- 1979 Um Cão de Angústia Progride
- 1983 A Linguagem da Desordem
- 1984 Olhos Calcinados
- 1988 Archote Glaciar
- 1991 Arbítrio
- 1999 Marcas de Água
- 2004 Poesia Escolhida
- 2011 ¿Y si todo, de repente?/ Antologia espanhola
- 2011 Desobediência
Ficção
editar- 2000 Persona — 3.ª edição 2019
- 2007 Cidade Proibida — 4.ª edição 2013
- 2021 Devastação
Ensaio e crítica
editar- 2002 Comenda de Fogo
- 2003 Fractura
- 2004 Metal Fundente
- 2010 Aula de Poesia
Crónica
editar- 2007 Intriga em Família
- 2014 Pompas Fúnebres
Diário e memórias
editar- 2005 Os Dias de Veneza
- 2013 Cadernos Italianos
- 2013 Um Rapaz a Arder
Literatura para a infância
editar- 2008 Adaptação de O Crime do Padre Amaro de Eça de Queiroz — reedição em 2019
Edições
editar- 2008 Canções e Outros Poemas, 1.º volume de Obras Completas de António Botto. Inclui os 15 livros de Canções, O Livro do Povo e uma selecção de outros poemas. Edição, fixação de texto, introdução, cronologia e notas.
- 2008 Fátima, 2.º volume de Obras Completas de António Botto. Edição, fixação de texto, introdução, cronologia e notas.
- 2018 Poesia, reunião de toda a poesia de António Botto publicada entre 1921 e 1959. Edição, fixação de texto, introdução, cronologia e notas.
Referências
- ↑ João Máximo e Luís Chainho: Dicionário de Literatura Gay. Index Ebooks, 2022 (7ª edição)
- ↑ DRE (2 de agosto de 2001). «Direcção-Geral das Relações Económicas Internacionais, Despacho (extracto) nº 15.981/2001 (2.a série).» (PDF). files.dre.pt. Consultado em 25 de julho de 2023
- ↑ São José Almeida (31 de julho de 2010). «Escritor Eduardo Pitta casou com companheiro». publico.pt. Consultado em 29 de abril de 2023. Cópia arquivada em 3 de agosto de 2010
- ↑ Eduardo Pitta (16 de dezembro de 2022). «Facebook». facebook.com. Consultado em 25 de julho de 2023
- ↑ Portugal, Rádio e Televisão de (25 de julho de 2023). «Poeta e escritor Eduardo Pitta morre aos 73 anos». Poeta e escritor Eduardo Pitta morre aos 73 anos. Consultado em 25 de julho de 2023
- ↑ Rita Cipriano (25 de julho de 2023). «Morreu Eduardo Pitta, o poeta que fez da escrita uma arma em defesa da homossexualidade». observador.pt. Consultado em 25 de julho de 2023
Ligações externas
editar- Eduardo Pitta - Sítio oficial
- Eduardo Pitta - Blogue Da Literatura
- «A Linguagem da Desordem», crítica de Eugénio Lisboa
- «A marca da excisão na poesia de Eduardo Pitta», crítica de Ana Luísa Amaral
- «Persona», crítica de Fernando Matos Oliveira
- «Pompas Fúnebres», crítica de Hugo Pinto Santos