Consoante ejetiva
Uma consoante ejetiva ou simplesmente ejetiva é uma consoante surda pronunciadas com um mecanismo de fluxo de ar glotal. Aproximadamente 18% das línguas do mundo utilizam consoantes ejetivas,[1] principalmente na África, na América e no Cáucaso.[2] No Alfabeto Fonético Internacional, utiliza-se o apóstrofo (’) após uma consoante para indicá-la como ejetiva.[3]
Modos de articulação |
---|
Obstruente |
Oclusiva |
Africada |
Fricativa |
Sibilante |
Soante |
Nasal |
Vibrante |
Simples |
Múltipla |
Aproximante |
Líquida |
Vogal |
Semivogal |
Lateral |
Fluxo de ar |
Ejetiva |
Implosiva |
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Descrição
editarNa produção de uma consoante ejetiva, o músculo estilo-hioideo e o músculo digástrico se contraem, fazendo com que o osso hioide e a glote se elevem, enquanto a articulação frontal (no palato mole no caso do [k]) é mantida, elevando a pressão do ar na boca. Desse modo, quando os articuladores orais se separam, ocorre uma explosão de ar em alta pressão.[1]
Tipos
editarNa maioria das línguas com consoantes ejetivas, elas são plosivas ou africadas. Em casos raros, há também fricativas ejetivas, como na língua tlingit.
Bilabial | Labiodental | Dental | Alveolar | Labiocoronal | Pós-alveolar | Retroflexa | Alvéolo-palatal | Palatal | Velar | Labiovelar | Uvular | Faríngea | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Plosiva | pʼ | t̪ʼ | tʼ | tpʼ | ʈʼ | cʼ | kʼ
ɡ͡kʼ ɡʼ |
k͡pʼ | qʼ
ɢ͡qʼ (ɢʼ) |
ʡʼ | |||
Africada | p̪fʼ | t̪θʼ | tsʼ
d͡tsʼ (dzʼ) |
tʃʼ
d͡tʃʼ (dʒʼ) |
ʈʂʼ | tɕʼ | kxʼ
ɡ͡kxʼ (ɡɣʼ) |
qχʼ
ɢ͡qχʼ (ɢʁʼ) |
|||||
Fricativa | ɸʼ | fʼ | θʼ | sʼ | ʃʼ | ʂʼ | ɕʼ | xʼ | χʼ | ||||
Africada lateral | tɬʼ | cʎ̝̊ʼ (cʼ) | kʟ̝̊ʼ (kʼ) | ||||||||||
Fricativalateral | ɬʼ |
Referências
- ↑ a b Ladefoged 1996, p. 78.
- ↑ Maddieson, Ian (2013). «Glottalized Consonants». WALS Online. Consultado em 2 de maio de 2023
- ↑ Handbook of the International Phonetic Association. [S.l.]: Cambridge University Press. 1999
- ↑ Bickford, Anita; Floyd, Rick (1981). Articulatory Phonetics. [S.l.]: SIL International. p. 138
Bibliografia
editar- Beck, David (2006). «The emergence of ejective fricatives in Upper Necaxa Totonac». University of Alberta Working Papers in Linguistics. 1: 1–18
- Campbell, Lyle. 1973. On Glottalic Consonants. International Journal of American Linguistics 39, 44–46.
- Chirikba, V.A. Aspects of Phonological Typology. Moscow, 1991 (in Russian).
- Fallon, Paul. 2002. The Synchronic and Diachronic Phonology of Ejectives. Routledge. ISBN 0-415-93800-7, ISBN 978-0-415-93800-6.
- Hogan, J. T. (1976). "An analysis of the temporal features of ejective consonants." Phonetica 33: 275–284. doi:10.1159/000259776
- Greenberg, Joseph H. (1970), «Some generalizations concerning glottalic consonants, especially implosives.», International Journal of American Linguistics, 36: 123–145, doi:10.1086/465105
- Ladefoged, Peter (2005), Vowels and Consonants, ISBN 0-631-21411-9 Second ed. , Blackwell
- Ladefoged, Peter (1996). The Sounds of the World's Languages. [S.l.]: Blackwell Publishers
- Lindau, M. (1984). "Phonetic differences in glottalic consonants." Journal of Phonetics, 12: 147–155. doi:10.1121/1.2019283
- Lindsey, Geoffrey; Hayward, Katrina; Haruna, Andrew (1992). «Hausa Glottalic Consonants: A Laryngographic Study». Bulletin of the School of Oriental and African Studies. 55: 511–527. doi:10.1017/S0041977X00003682
- Taddese, Takkele (1992). «Are sʼ and tʼ variants of an Amharic variable? A sociolinguistic analysis». Journal of Ethiopian Languages and Literature. 2: 104–21
- Wright, Richard; Hargus, Sharon; Davis, Katharine (2002). «On the categorization of ejectives: data from Witsuwit'en.». Journal of the International Phonetic Association. 32: 43–77. doi:10.1017/S0025100302000142
Ligações externas
editar- Listen to Ejective Consonant
- WALS map of languages with ejectives (blue and purple)