Eleições estaduais na Guanabara em 1965
As eleições estaduais na Guanabara em 1965 ocorreram em 3 de outubro sendo eleitos o governador Negrão de Lima e o vice-governador Rubens Berardo.[1][nota 1][nota 2]
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Eleições estaduais na Guanabara em 1965 | ||||
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3 de outubro de 1965 (Turno único) | ||||
Candidato | Negrão de Lima | Flexa Ribeiro | ||
Partido | PSD | UDN | ||
Natural de | Nepomuceno, MG | Belém, PA | ||
Vice | Rubens Berardo | Danilo Nunes | ||
Votos | 582.026 | 442.363 | ||
Porcentagem | 52,68% | 40,04% | ||
Resultado por Zona Eleitoral (25)
Negrão de Lima (16)
Flexa Ribeiro (9)
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Titular Eleito | ||||
Findo o pleito o vitorioso foi Francisco Negrão de Lima, advogado formado em 1924 pela Universidade Federal de Minas Gerais e jornalista com passagens pelo Diário de Minas e também pelo Estado de Minas chegando a dirigir a sucursal de O Estado de S. Paulo sendo afastado após a Revolução de 1930. Foi residir na cidade do Rio de Janeiro onde abriu um escritório de advocacia e foi secretário-geral da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Participante da Assembleia Nacional Constituinte de 1934 teve o mandato de deputado federal cassado em 1937 pelo Estado Novo, embora tenha sido membro interino do ministério de Getúlio Vargas e tenha ocupado depois funções na área diplomática.[2] Em virtude da redemocratização no pós-Segunda Guerra Mundial filiou-se ao PSD e trabalhou junto à prefeitura do Rio de Janeiro, cargo para o qual foi nomeado em 1956 pelo presidente Juscelino Kubitschek e onde ficou até 1958 quando assumiu o Ministério das Relações Exteriores e o comandou um ano. Nomeado embaixador em Portugal foi mantido no posto por Jânio Quadros e João Goulart retornando ao Brasil em 1963.[2]
Sua eleição e a de Israel Pinheiro em Minas Gerais foram o pretexto para a imposição do bipartidarismo via Ato Institucional Número Dois. Poucas semanas depois do pleito e embora não tenha aderido a nenhum partido, contou com o apoio do MDB. Visando concorrer a senador em 1974 ingressou sucessivamente no MDB e na ARENA, mas foi preterido por ambos. Diante disso aposentou-se como procurador do Tribunal de Contas do Estado e a seguir foi trabalhar na iniciativa privada. Negrão de Lima foi o último governador da Guanabara eleito por voto popular, pois Chagas Freitas foi escolhido seu sucessor por via indireta em 1970.[2]
Resultado da eleição para governador
editarOs percentuais refletem o total de votos válidos obtidos por cada candidato. Houve ainda 5.283 votos em branco (0,45%) e 65.958 votos nulos (5,61%) com os 1.104.773 votos nominais assim distribuídos:[1]
Candidato a governador(a) do estado |
Candidato a vice-governador(a) | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Negrão de Lima PSD |
Rubens Berardo PTB |
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Flexa Ribeiro UDN |
Danilo da Cunha Nunes UDN |
||||
Amaral Neto PL |
Paulo Duque PL |
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Aurélio Viana PSB |
Joaquim Arnaldo de Albuquerque - |
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Hélio Santos Damasceno PTN |
Charley Fayal Lyra PTN |
Notas
- ↑ Houve eleição para governador também em Alagoas, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
- ↑ A decisão do pleito em Alagoas seria submetida ao legislativo porque Muniz Falcão não atingiu a maioria absoluta de votos conforme a Emenda Constitucional nº 13 de 8 de abril de 1965, mas a falta de consenso quanto ao nome do novo governador levou o governo federal a nomear o General João Batista Tubino como interventor até que os deputados estaduais escolhessem Lamenha Filho.
Referências
- ↑ a b «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 15 de maio de 2018
- ↑ a b c «Biografia de Francisco Negrão de Lima no CPDOC da Fundação Getúlio Vargas». Consultado em 11 de maio de 2013