Eleições estaduais no Paraná em 1950

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Eleições estaduais no Paraná em 1950
3 de outubro de 1950; (Turno único)
Bento Munhoz (66 municípios) 50–59% (17) 60-69% (22) 70-79% (27)	Ângelo Ferrario (10 municípios) 50–59% (5) 60-69% (4) 70-79% (Guaratuba)
	; Governador do Paraná Titular; Moisés Lupion; PSD Eleito; Bento Munhoz da Rocha; PR

As eleições estaduais no Paraná em 1950 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições gerais no Distrito Federal, em 20 estados e nos territórios federais do Acre, Amapá, Rondônia e Roraima.^{[nota 1]} Foram eleitos o governador Bento Munhoz da Rocha, o senador Othon Mader, nove deputados federais e quarenta e cinco estaduais.^[1]^{[nota 2]}

Filho de Caetano Munhoz da Rocha, o engenheiro civil Bento Munhoz da Rocha é natural de Paranaguá^[2] e em 1927 foi graduado na Universidade Federal do Paraná. Professor desta instituição, trabalhou do Departamento de Engenharia da Caixa Econômica Federal. Membro fundador da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Paraná onde lecionou História e Sociologia.^{[nota 3]} Imortal da Academia Paranaense de Letras, foi secretário do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná, além de compor os quadros do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e do Instituto Estadual de Engenharia.

Genro de Afonso Camargo, elegeu-se deputado federal pela UDN em 1945^[2] atuando na Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição de 1946 sendo o autor da emenda que extinguiu o Território Federal do Iguaçu devolvendo suas terras ao Paraná e Santa Catarina. Derrotado na eleição para governador em 1947, conquistou a vitória três anos mais tarde e tornou-se, após o sogro e o pai, o terceiro membro de sua família a assumir o executivo estadual.^[3]

Para senador foi eleito o engenheiro civil Othon Mader. Formado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi graduado também em Geografia.^[4] Natural de Paranaguá, integrou o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro e ao retornar ao seu estado presidiu as seguintes instituições: Sindicato dos Engenheiros do Paraná, Instituto de Engenharia do estado, Associação dos Funcionários Públicos e Sindicato das Companhias de Seguro. Exerceu a direção do Departamento de Terras e Colonização e do Departamento Geográfico, Geológico e Mineralógico do Paraná e trabalhou na Comissão de Terras do Paraná.^[5] Nomeado prefeito de Foz do Iguaçu em 1931 e de Ponta Grossa no ano seguinte, serviu ao governo paranaense como secretário de Agricultura, secretário de Fazenda e secretário de Viação e Obras Públicas. Inscreveu seu nome dentre os fundadores do Bamerindus e voltou para a política como presidente estadual da UDN sendo eleito senador em 1950.^[6]

Resultado da eleição para governador

Em relação à disputa pelo governo estadual os arquivos do Tribunal Superior Eleitoral informam o comparecimento de 274.560 eleitores, dos quais 257.261 foram votos nominais ou votos válidos. Foram apurados também 11.807 votos em branco (4,30%) 5.492 votos nulos (2,00%).^[1]

Candidato a governador do estado	Candidato a vice-governador	Número	Coligação	Votação	Percentual
Bento Munhoz da Rocha PR^[7]^[8]	Não havia -	-	>UDN, PTB, PSP, PR, PST, PL, PRT, PRP	172.638	67,11%
Ângelo Ferrario Lopes PSD	Não havia -	-	PSD (sem coligação)	84.413	32,81%
Carlos Osório PSB	Não havia -	-	PSB (sem coligação)	210	0,08%

Eleito

Resultado da eleição para senador

Em relação à disputa para senador os arquivos do Tribunal Superior Eleitoral informam o comparecimento de 274.560 eleitores, dos quais 227.098 foram votos nominais ou votos válidos. Foram apurados também 42.114 votos em branco (15,34%) 5.348 votos nulos (1,95%).^[1]^{[nota 4]}^{[nota 5]}

Candidatos a senador da República	Primeiro suplente de senador	Número	Coligação	Votação	Percentual
Othon Mader UDN	José Augusto Gomes de Farias UDN	-	UDN, PTB, PSP, PR, PST, PL, PRT, PRP	147.763	65,07%
Raul Vaz PSD	Guilherme de Lacerda Braga PSD	-	PSD (sem coligação)	79.335	34,93%

Eleito

Deputados federais eleitos

São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.^[9]^[10]

Representação eleita

  PTB: 3

  UDN: 3

  PSD: 3

Deputados federais eleitos	Partido	Votação	Percentual	Cidade onde nasceu	Unidade federativa
Paraílio Borba	PTB	22.986		Curitiba	Paraná
Arthur Santos	UDN	15.648		Curitiba	Paraná
Vieira Lins	PTB	15.211		Curitiba	Paraná
Pedro Firman Neto	PSD	14.764		Mallet	Paraná
Ostoja Roguski	UDN	14.510		Curitiba	Paraná
Lacerda Werneck^{[nota 6]}	UDN	12.340		Guarapuava	Paraná
Melo Braga	PTB	12.201		Curitiba	Paraná
Lauro Lopes^{[nota 7]}	PSD	10.341		Curitiba	Paraná
Aramis Athayde^{[nota 7]}	PSD	9.252		Curitiba	Paraná

Deputados estaduais eleitos

Estavam em jogo as 45 cadeiras da Assembleia Legislativa do Paraná.^[1]

Representação eleita

  PSD: 16

  PTB: 12

  UDN: 8

  PR: 4

  PSP: 2

  PRP: 1

  PST: 1

  PL: 1

Fonteː^[1]

Deputados estaduais eleitos	Partido	Votação	Percentual	Cidade onde nasceu	Unidade federativa
Waldemiro Pedroso	PSD	3.910		Curitiba	Paraná
João Chede	PSD	3.261		Palmeira	Paraná
Raul de Rezende Filho	PTB	3.168		Campo Mourão	Paraná
Júlio Rocha Xavier	PTB	3.029		Ponta Grossa	Paraná
Francisco Accioly Filho	PSD	2.982		Paranaguá	Paraná
Guataçara Borba Carneiro	PSD	2.918		Reserva	Paraná
Edwino Donato Tempski	UDN	2.834		Caxias do Sul	Rio Grande do Sul
João Vargas de Oliveira	UDN	2.758		Ponta Grossa	Paraná
José Hoffmann	PTB	2.754		Curitiba	Paraná
Dagoberto Pusch	PTB	2.686		Toledo	Paraná
Hélio Setti	PSD	2.654		São Paulo	São Paulo
Anísio Luz	PSD	2.637		Palmas	Paraná
Antônio Baby	PTB	2.539		Mallet	Paraná
Alcides Caetano	PTB	2.533		Guarapuava	Paraná
Cândido Machado de Oliveira Neto	PSD	2.478		Clevelândia	Paraná
Joaquim Cardoso da Silveira	PSD	2.445		Santo Antônio da Platina	Paraná
Francisco Silveira Rocha	PTB	2.364		Piraquara	Paraná
Peregrino Dias da Rosa Filho	PSD	2.324		Ponta Grossa	Paraná
João Batista Ribeiro Júnior	PSD	2.317		Campina Grande do Sul	Paraná
Rubem Fleury da Rocha	UDN	2.299		Ouro Preto	Minas Gerais
Antônio Annibelli	PTB	2.289		São Paulo	São Paulo
Gastão Vieira de Alencar	PTB	2.205		Umuarama	Paraná
Francisco Cavalli Costa	UDN	2.143		Campo Largo	Paraná
Francisco Soares	PTB	2.112		Rio Grande	Rio Grande do Sul
Divonsir Borba Côrtes	PTB	2.025		Curitiba	Paraná
Joaquim Linhares de Lacerda	UDN	1.957		Lapa	Paraná
Jorge de Lima	PTB	1.913		Curitiba	Paraná
Ernesto Moro Redeschi	PSD	1.897		Almirante Tamandaré	Paraná
Laertes de Macedo Munhoz	UDN	1.883		Curitiba	Paraná
Iracy Ribeiro Viana	PSD	1.858		Cambé	Paraná
Ernani Benghi	PSD	1.852		Uraí	Paraná
Vespertino Ferreira Pimpão	PL	1.840		Londrina	Paraná
Chafic Cury	PR	1.776		Rio Azul	Paraná
Emílio Humberto Carazzai	PSD	1.716		Arapongas	Paraná
Antonio Lustosa de Oliveira	PSD	1.685		Guarapuava	Paraná
Mário Faraco	PSD	1.645		Araucária	Paraná
Atílio de Almeida Barbosa	PSP	1.618		Curitiba	Paraná
Milton Batista Ribas	PR	1.587		Palmas	Paraná
João Xavier Viana	PR	1.576		Fazenda Rio Grande	Paraná
Rivadávia Vargas	UDN	1.570		Castro	Paraná
Dario Marchesini	UDN	1.564		Apucarana	Paraná
Luiz Américo Teti	PST	1.531		Sarandi	Paraná
Lauro Gentil Portugal Tavares	PR	1.417		Campo Largo	Paraná
Amadeu Puppi	PRP	1.166		Paranaguá	Paraná
Antonio Constâncio Souza	PSP	1.105		Araucária	Paraná

Notas

↑ No Distrito Federal não houve eleição para governador, apenas para o Senado Federal, enquanto os territórios escolhiam apenas deputados federais.
↑ Como inexistia a figura do vice-governador, o presidente da Assembleia Legislativa assumiria quando preciso.
↑ Sua atuação inicial como professor na Universidade Federal do Paraná restringiu-se às disciplinas relacionadas à sua formação.
↑ A composição das coligações partidárias foram colhidas numa mesma fonte e isso permite afirmar que as mesmas poderiam variar, embora aos olhos atuais pareça absurdo.
↑ Guilherme de Lacerda Braga elegeu-se suplente de senador numa disputa à parte e obteve 79.637 votos, embora não pertencesse ao partido do titular.
↑ Nomeado secretário de Agricultura no governo Munhoz da Rocha, foi substituído na Câmara dos Deputados por Roberto Barroso, mas este pediu licença para reassumir o cargo de secretário de Interior e Justiça. O próximo a ser convocado seria Francisco de Paula Soares Neto, mas como este exercia o cargo de presidente do Banco do Estado do Paraná, o médico Erasto Gaertner foi exonerado do cargo de secretário de Fazenda para assumir como deputado federal, mas em seguida licenciou-se para retornar ao governo estadual e com isso a cadeira parlamentar em aberto coube a João Alves da Rocha Loures, o qual renunciou em 15 de dezembro de 1951 para assumir como desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná, ocasionando a reconvocação de Roberto Barroso, o qual exerceu o mandato até a reassunção de Lacerda Werneck em 1952.
↑ ^a ^b Durante a legislatura, Aramis Athayde exerceu o cargo de secretário do Interior, Educação e Saúde no governo Munhoz da Rocha e depois ministro da Saúde no governo Café Filho, ocasionando a convocação de Fernando Flores, mas como este foi efetivado após a renúncia de Lauro Lopes em 29 de outubro de 1954 para tornar-se desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná, a cadeira parlamentar aberta pela licença de Aramis Athayde foi destinada a Alô Guimarães. Registre-se, por fim, que nos últimos dias de mandato, Fernando Flores afastou-se para assumir o cargo de secretário do Interior e Justiça e assim Lineu Amaral o substituiu como parlamentar.

Referências

↑ ^a ^b ^c ^d ^e «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 25 de julho de 2016
↑ ^a ^b «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Bento Munhoz da Rocha». Consultado em 25 de julho de 2016
↑ «Casa Civil do estado do Paraná: governador Bento Munhoz da Rocha Neto». Consultado em 25 de julho de 2016
↑ «Senado Federal do Brasil: senador Othon Mader». Consultado em 26 de julho de 2016
↑ «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Othon Mader». Consultado em 26 de julho de 2016
↑ De mal súbito, morreu Othon Mader com 79 anos (online). Diário do Paraná, Curitiba (PR), 12/02/1974. Primeiro caderno, p. 09. Página visitada em 26 de julho de 2016.
↑ Batistella, Alessandro (30 de julho de 2018). «A campanha oposicionista ao governador paranaense Bento Munhoz da Rocha Neto (1951-1955) por meio da caricatura política». Revista de História Regional (1). ISSN 1414-0055. Consultado em 5 de julho de 2023
↑ «Bento Munhoz, o estadista». Consultado em 5 de julho de 2023
↑ «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 25 de julho de 2016. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013
↑ BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 25 de julho de 2016

[1] No Distrito Federal não houve eleição para governador, apenas para o Senado Federal, enquanto os territórios escolhiam apenas deputados federais.

[3] Como inexistia a figura do vice-governador, o presidente da Assembleia Legislativa assumiria quando preciso.

[5] Sua atuação inicial como professor na Universidade Federal do Paraná restringiu-se às disciplinas relacionadas à sua formação.

[12] A composição das coligações partidárias foram colhidas numa mesma fonte e isso permite afirmar que as mesmas poderiam variar, embora aos olhos atuais pareça absurdo.

[13] Guilherme de Lacerda Braga elegeu-se suplente de senador numa disputa à parte e obteve 79.637 votos, embora não pertencesse ao partido do titular.

[SUPLENTES-16] Nomeado secretário de Agricultura no governo Munhoz da Rocha, foi substituído na Câmara dos Deputados por Roberto Barroso, mas este pediu licença para reassumir o cargo de secretário de Interior e Justiça. O próximo a ser convocado seria Francisco de Paula Soares Neto, mas como este exercia o cargo de presidente do Banco do Estado do Paraná, o médico Erasto Gaertner foi exonerado do cargo de secretário de Fazenda para assumir como deputado federal, mas em seguida licenciou-se para retornar ao governo estadual e com isso a cadeira parlamentar em aberto coube a João Alves da Rocha Loures, o qual renunciou em 15 de dezembro de 1951 para assumir como desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná, ocasionando a reconvocação de Roberto Barroso, o qual exerceu o mandato até a reassunção de Lacerda Werneck em 1952.

[MINISTRO-17] Durante a legislatura, Aramis Athayde exerceu o cargo de secretário do Interior, Educação e Saúde no governo Munhoz da Rocha e depois ministro da Saúde no governo Café Filho, ocasionando a convocação de Fernando Flores, mas como este foi efetivado após a renúncia de Lauro Lopes em 29 de outubro de 1954 para tornar-se desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná, a cadeira parlamentar aberta pela licença de Aramis Athayde foi destinada a Alô Guimarães. Registre-se, por fim, que nos últimos dias de mandato, Fernando Flores afastou-se para assumir o cargo de secretário do Interior e Justiça e assim Lineu Amaral o substituiu como parlamentar.

[TSE-2] «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 25 de julho de 2016

[ROCHA-4] «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Bento Munhoz da Rocha». Consultado em 25 de julho de 2016

[PARANÁ-6] «Casa Civil do estado do Paraná: governador Bento Munhoz da Rocha Neto». Consultado em 25 de julho de 2016

[OTHON-7] «Senado Federal do Brasil: senador Othon Mader». Consultado em 26 de julho de 2016

[MADER-8] «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Othon Mader». Consultado em 26 de julho de 2016

[9] De mal súbito, morreu Othon Mader com 79 anos (online). Diário do Paraná, Curitiba (PR), 12/02/1974. Primeiro caderno, p. 09. Página visitada em 26 de julho de 2016.

[10] Batistella, Alessandro (30 de julho de 2018). «A campanha oposicionista ao governador paranaense Bento Munhoz da Rocha Neto (1951-1955) por meio da caricatura política». Revista de História Regional (1). ISSN 1414-0055. Consultado em 5 de julho de 2023

[11] «Bento Munhoz, o estadista». Consultado em 5 de julho de 2023

[CÂMARA-14] «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 25 de julho de 2016. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013

[15] BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 25 de julho de 2016

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