Eleições estaduais no Rio Grande do Sul em 1950
As eleições estaduais no Rio Grande do Sul em 1950 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições no Distrito Federal, em 20 estados e nos territórios federais do Acre, Amapá, Rondônia e Roraima. Foram eleitos o governador Ernesto Dorneles e o senador Alberto Pasqualini, além de 22 deputados federais e 55 estaduais.[1][nota 1][nota 2]
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Eleições estaduais no Rio Grande do Sul em 1950 | ||||
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3 de outubro de 1950 (Turno único) | ||||
Candidato | Ernesto Dornelles | Cylon Rosa | ||
Partido | PTB | PSD | ||
Natural de | São Borja, RS | Montenegro, RS | ||
Vice | Não havia | Não havia | ||
Votos | 329.884 | 283.942 | ||
Porcentagem | 47,43% | 40,83% | ||
Candidato mais votado por município (92):
Ernesto Dornelles (42)
Cylon Rosa (49)
Edgar Schneider (1)
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Titular Eleito | ||||
Cinco anos após deixar o Palácio Piratini na condição de último interventor federal designado pelo Estado Novo, o coronel Ernesto Dorneles refez tal caminho via eleição direta. Nascido em São Borja, foi aluno do Colégio Militar de Porto Alegre e da Escola Militar do Realengo.[2] Cunhado de Benedito Valadares, participou da Revolução de 1930 e serviu como adjunto na Polícia Militar de Minas Gerais e a seguir foi designado assessor do gabinete do ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra. Primo de Getúlio Vargas, substituiu Osvaldo Cordeiro de Farias como interventor federal no Rio Grande do Sul em 1943. Após ingressar no PSD foi eleito senador em 1945, embora tenha entrado em dissidência e abandonado a legenda nos anos seguintes.[3]
Seu retorno ao governo estadual foi viabilizado quando o PTB ficou sem candidato faltando sessenta e cinco dias das eleições em face da morte de Salgado Filho num acidente aéreo no Cerro dos Cortelini em São Francisco de Assis quando o mesmo se dirigia a um encontro com Getúlio Vargas que seria eleito presidente da República em 1950. Graças ao apoio de seu parente ilustre, Ernesto Dorneles foi eleito e cumpriu integralmente um mandato de quatro anos.[1]
Na eleição para senador a vitória foi de Alberto Pasqualini. Gaúcho de Ivorá, formou-se advogado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e iniciou carreira política como vereador em Porto Alegre via Partido Libertador em 1935, até a extinção de seu mandato graças ao Estado Novo. Partidário da Revolução de 1930, foi secretário de Justiça na interventoria de Ernesto Dorneles. Filiado ao PTB, ajudou a criar o programa da agremiação e elaborou teses acerca do trabalhismo. Derrotado por Walter Jobim ao disputar o governo do estado em 1947, obteve agora um mandato de senador referente à vaga de Jorge Braga Pinheiro.[4]
Resultado da Eleição Para Senador | ||||
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Líder | Alberto Pasqualini | Plínio Salgado | ||
Partido | PTB | PRP | ||
Natural de | Ivorá, RS | São Bento do Sapucaí, SP | ||
Votos | 343.741 | 244.769 | ||
Porcentagem | 50,76% | 36,15% | ||
Alberto Pasqualini
Plínio Salgado
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Titular(es) Eleito(s) | ||||
Mediante o resultado da eleição para governador abriu-se uma vaga na bancada gaúcha de senadores e esta foi destinada ao médico Alfredo Simch. Nascido em Santa Cruz do Sul, graduou-se na Universidade Federal da Bahia e especializou-se em Obstetrícia. Membro do Conselho Administrativo da Caixa Econômica Federal no Rio Grande do Sul e foi prefeito de São Jerônimo antes de eleger-se suplente de senador pelo PSD.[5]
Resultado da eleição para governador
editarCom informações extraídas do Tribunal Superior Eleitoral.[6][7]
Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Ernesto Dornelles PTB |
Não havia[nota 1] - |
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Cylon Rosa PSD |
Não havia - |
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Edgar Schneider PL |
Não havia - |
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Mendonça Lima PSB |
Não havia - |
Resultado da eleição para senador
editarCom informações extraídas do Tribunal Superior Eleitoral.[6][nota 3]
Candidatos a senador da República |
Primeiro suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Alberto Pasqualini PTB |
Aníbal de Primio Beck PTB |
||||
Plínio Salgado PRP |
Félix Rodrigues PRP |
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Décio Costa PL |
Brito Velho PL |
Deputados federais eleitos
editarSão relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[8][9]
Deputados estaduais eleitos
editarEstavam em jogo as 55 cadeiras da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.[1]
Notas
- ↑ a b Diante da inexistência do vice-governador do estado, o substituto constitucional do titular seria o presidente da Assembleia Legislativa.
- ↑ No Distrito Federal não houve eleição para governador, apenas para o Senado Federal.
- ↑ Conforme dispunha a legislação vigente, a escolha do suplente de senador ocorreu sob eleição direta de forma dissociada dos titulares. Neste caso a ordem foi a mesma dos senadores.
Referências
- ↑ a b c «Página oficial do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul». Consultado em 7 de julho de 2016
- ↑ «CPDOC – A trajetória política de João Goulart: biografia de Ernesto Dorneles». Consultado em 7 de julho de 2016
- ↑ «Senado Federal do Brasil: senador Ernesto Dorneles». Consultado em 7 de julho de 2016
- ↑ «Senado Federal do Brasil: senador Alberto Pasqualini». Consultado em 7 de julho de 2016
- ↑ «Senado Federal do Brasil: senador Alfredo Simch». Consultado em 7 de julho de 2016
- ↑ a b c «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 7 de julho de 2016
- ↑ «UFRGS»
- ↑ «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 7 de julho de 2016. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013
- ↑ «BRASIL. Presidência da República: Lei nº 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 7 de julho de 2016