Eoabelisaurus é um gênero de dinossauro terópode da família Abelisauridae, nativo da formação Cañadón Asfalto do Jurássico Médio, desde o Toarciano médio até ao Bajociano inferior, há cerca de 179 a 168 milhões de anos. O nome do gênero combina a palavra grega Eos, que significa amanhecer, a Abelisaurus, o gênero tipo da família abelisauridae, fazendo alusão ao fato de ser o mais antigo abelissaurídeo conhecido.[2]

Eoabelisaurus
Intervalo temporal: Jurássico Médio
~179–178 Ma
[1]
Fóssil holótipo de Eoabelisaurus mefi no Museu Paleontológico Egidio Feruglio, Argentina
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Clado: Dinosauria
Clado: Saurischia
Clado: Theropoda
Gênero: Eoabelisaurus
Pol & Rauhut, 2012
Espécies:
E. mefi
Nome binomial
Eoabelisaurus mefi
Pol & Rauhut, 2012
Reconstrução de um Eoabelisaurus

Descoberta e Nomeação

editar

O holótipo do gênero, MPEF PV 3990, consiste em um esqueleto praticamente completo, incluindo a região posterior do crânio, cinco vértebras cervicais e nove vértebras dorsais, sacro completo, vinte e sete vértebras sacrais, escápulocoracoides direito e esquerdo, úmeros, rádios e ulnas direitos e esquerdos, carpais distais direitos e esquerdos, metacarpais I-IV direito e esquerdo, cinco falanges esquerdas e seis falanges direitas, cintura pélvica completa, fêmures, tíbias, fíbulas, tarsais e metatarsais direitos e esquerdos, doze falanges do pé esquerdo e oito falanges do pé direito. Em suma, é um esqueleto muito bem preservado com muitos elementos diagnósticos.

Esses elementos provém da localidade de Jugo Loco, perto do vilarejo de Cerro Condor, província de Chubut, na Argentina. As rochas dessa localidade são afloramentos da formação Cañadón Asfalto, datando do Toarciano médio ao Bajociano inferior.

 
Foto do esqueleto de Eoabelisaurus mefi

O nome Eoabelisaurus é a união do prefixo grego Eos, que significa amanhecer, com o gênero-tipo da família abelisauridae, Abelisaurus. Esse nome refere-se ao fato de Eoabelisaurus ser o mais antigo abelissaurídeo descoberto até o momento. Já o epíteto específico E.mefi é forma latina da abreviação popular do Museo Paleontológico Egidio Feruglio, MEF.

Descrição

editar
 
Comparação entre os membros anteriores de Dilophosaurus, Eoabelisaurus e Carnotaurus

O holótipo é muito informativo e conta com diversas características diagnósticas, ou apomorfias. As características mais interessantes desse táxon demonstram a transição[2][3] entre o plano corpóreo mais basal dos Ceratossaurídeos se adaptando no plano corporal dos abelissaurídeos derivados do Cretáceo, como observado em seus membros anteriores. A redução dos braços é comum em toda Ceratosauria, porém os abelissaurídeos levaram essa tendência a outro nível. Eoabelisaurus mostra que a redução dos ossos começou pelos elementos distais, a mão, e avançou para os proximais, o antebraço.[2]

 
Comparação de tamanho entre um Humano e Eoabelisaurus mefi

Durante a sua descrição, uma estimativa de 6 a 6,5 metros de comprimento foi proposta, caracterizando o táxon como mediano. Análises posteriores encontraram dimensões conflitantes, de 5,8 metros a 7,5 metros e 445 quilogramas.[4]

Filogenia

editar
 
Cladograma encontrado por Wang et al (2017),[5][6] onde Eoabelisaurus mefi é encontrado como um Ceratossaurídeo

Eoabelisaurus foi atribuído ao Abelisauridae pelos seus descritores, na posição mais basal possível. Após isso, foi considerado um Ceratossaurídeo ou um Abelissauróideo basal,[5][6] porém após a descrição de Spectrovenator, outro abelissaurídeo basal, foi estabelecido que Eoabelisaurus de fato era o abelissaurídeo mais basal e antigo conhecido.

Cladograma por Pol & Rauhut (2012)[2]:

Ceratosauria 

Berberosaurus

Deltadromeus

Spinostropheus

Limusaurus

Elaphrosaurus

 Neoceratosauria 
 Ceratosauridae 

Ceratosaurus

Genyodectes

 Abelisauroidea 
 Noasauridae 

Laevisuchus

Masiakasaurus

Noasaurus

Velocisaurus

 Abelisauridae 

Eoabelisaurus

Rugops

Abelisaurus

 Carnotaurinae 

Majungasaurus

Indosaurus

Rajasaurus

 Brachyrostra 

Ilokelesia

Ekrixinatosaurus

Skorpiovenator

 Carnotaurini 

Carnotaurus

Aucasaurus

Cladograma por Zaher et al(2020), onde Eoabelisaurus mefi foi confirmado e fortemente estabelecido como um abelissaurídeo[3]:

Abelisauridae

Eoabelisaurus

Spectrovenator

Rugops

Arcovenator

Rajasaurus

Majungasaurus

Indosaurus

Abelisaurus

Brachyrostra

Skorpiovenator

Ekrixinatosaurus

Ilokelesia

Carnotaurini

Dahalokely

Carnotaurus

Aucasaurus

Rahiolisaurus

Cladograma por Iori et al(2021),[7] onde Eoabelisaurus novamente é encontrado como o abelissaurídeo mais basal conhecido:

Abelisauridae

Eoabelisaurus

Spectrovenator

Abelisaurus

Viavenator

Skorpiovenator

Rugops

Rajasaurus

Pycnonemosaurus

Majungasaurus

Kryptops

Indosaurus

Ilokelesia

Genusaurus

Ekrixinatosaurus

Dahalokely

Carnotaurus

Arcovenator

Kurupi

Referências

  1. Fantasia, A.; Föllmi, K. B.; Adatte, T.; Spangenberg, J. E.; Schoene, B.; Barker, R. T.; Scasso, R. A. (2021). «Late Toarcian continental palaeoenvironmental conditions: An example from the Canadon Asfalto Formation in southern Argentina». Gondwana Research. 89 (1): 47–65. Consultado em 27 de agosto de 2021 
  2. a b c d POL, D.; RAUHUT, O.W.M. (2012). «A Middle Jurassic abelisaurid from Patagonia and the early diversification of theropod dinosaurs». Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences. 279 (1741): 3170-3175. doi:10.1098/rspb.2012.0660 
  3. a b «An Early Cretaceous theropod dinosaur from Brazil sheds light on the cranial evolution of the Abelisauridae». Comptes Rendus Palevol (em francês) (6): 101–115. 2020. Consultado em 15 de novembro de 2021 
  4. Grillo, Orlando Nelson; Delcourt, Rafael (1 de janeiro de 2017). «Allometry and body length of abelisauroid theropods: Pycnonemosaurus nevesi is the new king». Cretaceous Research (em inglês): 71–89. ISSN 0195-6671. doi:10.1016/j.cretres.2016.09.001. Consultado em 15 de novembro de 2021 
  5. a b Wang, Shuo; Stiegler, Josef; Amiot, Romain; Wang, Xu; Du, Guo-hao; Clark, James M.; Xu, Xing (9 de janeiro de 2017). «Extreme Ontogenetic Changes in a Ceratosaurian Theropod». Current Biology (em inglês) (1): 144–148. ISSN 0960-9822. PMID 28017609. doi:10.1016/j.cub.2016.10.043. Consultado em 15 de novembro de 2021 
  6. a b Delcourt, Rafael (27 de junho de 2018). «Ceratosaur palaeobiology: new insights on evolution and ecology of the southern rulers». Scientific Reports (em inglês) (1). 9730 páginas. ISSN 2045-2322. doi:10.1038/s41598-018-28154-x. Consultado em 15 de novembro de 2021 
  7. Iori, Fabiano Vidoi; Araújo-Júnior, Hermínio Ismael de; Tavares, Sandra A. Simionato; Marinho, Thiago da Silva; Martinelli, Agustín G. (1 de dezembro de 2021). «New theropod dinosaur from the Late Cretaceous of Brazil improves abelisaurid diversity». Journal of South American Earth Sciences (em inglês). 103551 páginas. ISSN 0895-9811. doi:10.1016/j.jsames.2021.103551. Consultado em 15 de novembro de 2021 
  Este artigo sobre dinossauros é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.