Ermesinda Moniz de Ribadouro
Ermesinda Moniz de Ribadouro (antes de 1074 - depois de 1128) foi uma rica-dona medieval do Condado Portucalense.
Ermesinda Moniz de Ribadouro | |
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Rica-dona/Senhora | |
Nascimento | Antes de 1074 |
Morte | Depois de 1128 |
Nome completo | Ermesinda Moniz de Riba Douro |
Dinastia | Ribadouro |
Pai | Monio Viegas II de Ribadouro |
Mãe | Unisco Trastamires da Maia |
Religião | Catolicismo romano |
Biografia
editarErmesinda era filha de Monio Viegas II de Ribadouro[1], irmão do então senhor de Ribadouro e chefe da família , Ermígio Viegas I de Ribadouro. A sua mãe, Unisco Trastamires, era de origem incerta.
Ermesinda e os seus irmãos eram provavelmente padroeiros do Mosteiro de Pendorada, fundado pelo seu pai e pelo tio, e que se comprova por um documento de 1123 onde se refere que o padroado do mosteiro é dos descendentes de Monio Viegas e Ermigio Viegas[2].
O nome de Ermesinda surge na documentação pela primeira vez em 1074[3]. Parece ter mantido uma mais próxima relação com um dos seus irmãos, Egas Moniz II de Ribadouro, uma vez que, provavelmente por vários serviços que lhe prestou e bens que lhe doou[1], este, antes de 1081, doa um terço das suas posses ao Mosteiro de Pendorada e o restante é devolvido a Ermesinda, sob condição de, se falecesse com descendência, estes bens deveriam reverter às sobrinhas, filhas de Egas, que confiara também à tutela da irmã. Sabe-se que em 1081 Egas introduziu algumas alterações ao seu testamentoː os dois terços dos seus bens reverteriam antes para a sua viúva, mas se esta casasse de novo, estes então reverteriam para Ermesinda e as filhas dele.
Egas faleceu antes de 1097, pois nesse ano cumprem-se as vontades do seu testamento[2]. Ermesinda fica, de facto a cargo das sobrinhas, que cria como se fossem suas filhas[1]. Como uma recompensa pela sua própria criação, uma delas (e sua homónima), Ermesinda Viegas de Ribadouro, lhe doou os seus bens[1].
Ermesinda Moniz parece ter sido devota[3], ao que corrobora o facto de não ter sido casada, ou não deixar qualquer descendência.
Ermesinda fez testamento em 1109, deixando ao cenóbio de Pendorada bens em Canelas, Cebolido, Oliveira, Pedorido e Raiva; lega à sua irmã Elvira Moniz de Ribadouro alguns haveres em Ordonho, Ufe e Sardourinha. Uma outra beneficiada, pouco expectável, é Gontinha Eres, viúva do seu primo Egas Ermiges de Ribadouro, a quem dá metade de Pousada[1].
Faleceu provavelmente pouco depois de 1128, ano em que confirma documentação pela última vez.
Referências
- ↑ a b c d e GEPB 1935-57.
- ↑ a b Fernandes 1960.
- ↑ a b Mattoso 1994.
Bibliografia
editar- Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira - 50 vols. , Vários, Editorial Enciclopédia, Lisboa. vol. 16-pg. 887.
- Fernandes, A. de Almeida (1960). A ação das linhagens no repovoamento. Porto: [s.n.]
- Gayo, Manuel José da Costa Felgueiras, Nobiliário de Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989. vol. X-pg. 315 (Sousas).
- Mattoso, José (1994). A Nobreza Medieval Portuguesa - A Família e o Poder. Lisboa: Editorial Estampa. ISBN 972-33-0993-9
- Sottomayor-Pizarro, José Augusto (1997). Linhagens Medievais Portuguesas: Genealogias e Estratégias (1279-1325). I. Porto: Universidade do Porto
- Sousa, António Caetano de, História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Atlântida-Livraria Editora, Lda, 2ª Edição, Coimbra, 1946. Tomo XII-P-pg. 144.